sábado, 4 de julho de 2009

Sítio arqueológico é descoberto durante construção de escola

A chegada de um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, em Laranjal do Jari, no oeste do estado, já era uma novidade. A escola é a primeira da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a chegar ao Amapá. Mas as obras de construção do campus trouxeram surpresas ainda maiores. Durante a terraplanagem do local, foi descoberto o maior sítio arqueológico do Amapá, segundo dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A primeira fase da escavação revelou um cemitério indígena com 50 urnas funerárias, formada por vários vasos que, segundo os pesquisadores, podem datar de 1.200 anos atrás. Foram encontradas cerca de cem peças inteiras de cerâmica com desenhos de formas humanas e de animais, o que pode indicar que o local já abrigou uma grande aldeia.

Durante 30 dias, as obras foram suspensas. Parte do material encontrado foi resgatado pelo Iphan, que delimitou uma área de reserva arqueológica na região. O campus do instituto federal cedeu parte de sua área inicial e a descoberta motivou outras mudanças. “Inicialmente, vamos oferecer cursos de secretariado, meio ambiente e informática, mas já existe uma demanda por cursos de arqueologia”, diz o reitor do Instituto, Emanuel Alves de Moura. A demanda partiu do próprio Iphan, segundo o reitor, e deve ser atendida nos próximos anos.

As peças que estavam sob a área da construção já foram resgatadas e o restante do sítio arqueológico, fora da área do campus, ainda deve ser explorado. A intenção, agora, é montar um museu em Laranjal do Jari, proposta que ainda precisa ser estudada pelos órgãos competentes.

Rede Federal - O campus de Laranjal do Jari deve estar pronto e em funcionamento até o final de 2010. Ao todo, serão investidos R$ 5 milhões de recursos federais para a construção da unidade, que atenderá a 1,2 mil alunos quando estiver em pleno funcionamento. A construção faz parte do plano de expansão da rede federal que elevará as vagas em cursos técnicos e tecnológicos das atuais 215 mil para 500 mil até o final de 2010.

Outros sítios – Além da mais recente descoberta, em Laranjal do Jari, o Amapá possui outros sítios arqueológicos. No município de Mazargão, no Sul do estado, foram encontradas, na região do Maracá, urnas funerárias com esqueletos e inscrições nas cabeceiras de um igarapé. Na vila de Cunani, em Calçoene, no Nordeste do Amapá, as descobertas foram de túmulos com vasos funerários. Inscrições em rochas foram encontradas na região de Tracatajuba, no município de Ferreira Gomes, na região central. Outros sítios estão localizados no Rio Preto e na capital, Macapá. Alguns dos achados podem ser vistos no museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará.

Mossoró poderá ganhar unidade de conservação

A Fundação Chico Mendes encaminhou para o Ministério do Meio Ambiente - MMA, um projeto de transformação da área legal do Assentamento Eldorado de Carajás, antiga Maisa, em um Parque Nacional de Preservação do Meio Ambiente. A área mede 4 mil hectares e foi recebida pelos técnicos do governo federal como viável, recebendo, inclusive, uma proposta de aumento da área para 8 mil hectares com a aquisição de uma grande propriedade vizinha.


A aceitação do projeto pelos técnicos do MMA deveu-se a justificativa muito bem elaborada, dando conta da existência de uma flora nativa muito bem preservada, por ser uma área virgem que nunca foi explorada pela ex-empresa de fruticultura Maisa e principalmente pela existência de mais de 50 cavernas e apenas quatro delas foram estudadas e catalogadas. O novo parque será criado em áreas territoriais dos municípios de Mossoró e Baraúna.


O projeto deverá seguir um trâmite burocrático para ser oficializado, tendo em vista que será refeito pelos técnicos do Ministério do Meio Ambiente e depois de concluído, encaminhado para a Presidência da República e em seguida, seguirá até o Congresso Nacional, onde será apreciado e, sendo aprovado, volta para ser sancionado pelo presidente Lula da Silva.


PARQUE – Darci Gomes, chefe do escritório da Fundação Chico Mendes, em Mossoró, explicou que o tipo de unidade de conservação escolhido foi parque pelo perfil da cidade de Mossoró, que tem a presença de uma universidade federal, uma estadual e uma privada, além de várias faculdades particulares e isso permitirá o uso da área para o desenvolvimento de pesquisas, além da necessidade de preservação das cavernas e da vegetação nativa.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ACREVI pode perder verba da Central de Triagem

A ACREVI, associação das catadoras da comunidade do Nova Vida, está prestes a perder o financiamento da Fundação Banco do Brasil porque não conseguiu anexar ao projeto um documento emitido pela Prefeitura Municipal de Mossoró provando que o terreno de 20 hectares citado no projeto de construção da Central de Triagem, foi doado pela Prefeitura Municipal de Mossoró.


A doação ocorreu em 2005 e como a Acrevi tinha um prazo de dois anos para construir, esse prazo venceu e a associação não conseguiu um documento definitivo. A solução seria uma nova doação que já foi solicitada pela entidade e o pedido está engavetado no birô da titular da SEDETEMA – Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente, engenheira Kátia Pinto, quando já deveria ter sido encaminhado para a Câmara Municipal.


O Banco do Brasil disponibilizou para a entidade, uma verba de um milhão e meio de reais e somente vai liberar o financiamento depois que a entidade provar que realmente é dona do terreno citado no projeto, que prevê além da central de triagem, uma área destinada ao beneficiamento dos resíduos recicláveis, transformando-os em matéria-prima e assim, agregando valor ao produto comercializado pela associação.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Brasil ganha primeiro ônibus a hidrogênio

O projeto Ônibus Brasileiro à Célula Combustível a Hidrogênio é o ponto de partida para o desenvolvimento de uma solução mais limpa para o transporte público urbano no Brasil. O primeiro ônibus a hidrogênio brasileiro foi lançado nesta quarta-feira (1º), em São Bernardo do Campo, em São Paulo. O programa é Coordenado nacionalmente pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em conjunto com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU/SP) e financiado com recursos do Global Environmental Facility (GEF) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com o apoio o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).


Para o ministro de MME, Edison Lobão, o projeto é mais um passo do governo para consolidar a vocação brasileira no uso de fontes renováveis. “Esse projeto é o resultado do enorme trabalho do Ministério de Minas e Energia e dos parceiros. Com o ônibus a hidrogênio estamos desenvolvendo ainda mais a economia do Brasil”, afirmou.


O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do MME, José Lima, destaca que o projeto é pioneiro na América Latina e que o objetivo é difundir essa tecnologia. “O sucesso brasileiro com o etanol e com o biodiesel nos credencia a utilizar o hidrogênio a partir de fontes renováveis de energia. Nosso desafio é planejar a estruturação da economia do hidrogênio no Brasil.”


O projeto envolve a aquisição, operação e manutenção de até cinco ônibus com célula a combustível hidrogênio, mais a estação de produção de hidrogênio por eletrólise e abastecimento dos ônibus, além do acompanhamento e verificação do desempenho desses veículos. Desde abril, o primeiro veículo está sendo testado e irá trafegar no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus / Jabaquara), localizado na Grande São Paulo e gerenciado pela EMTU/SP.


Sistema híbrido - O ônibus brasileiro é pioneiro ao utilizar um sistema híbrido, que combina a célula a combustível a hidrogênio e baterias. Essa estratégia permite aumentar a economia de combustível e racionalização da energia gerada. Isso porque é aproveitada a possibilidade de abastecer as baterias com a carga energética produzida pela célula durante os períodos em que o veículo está parado (para embarque/desembarque ou em semáforos, por exemplo), além do aproveitamento da energia de frenagem por regeneração.


As células a combustível utilizadas são de aplicação automotiva, portanto, de menor custo. A potência necessária é obtida com o uso de dois sistemas em paralelo, reduzindo sensivelmente os custos de produção do ônibus. Cada sistema de célula a combustível a hidrogênio usado no ônibus produz 68 kW.


O projeto brasileiro foi escolhido para financiamento pelo PNUD/GEF em função de alguns aspectos importantes, como o fato de o País ser uma economia emergente, na qual os ônibus possuem papel importante no transporte urbano – não à toa, o Brasil é o maior mercado mundial de ônibus e o maior produtor desse tipo de veículo, com 50 mil unidades ao ano. Do lado ambiental, o Brasil possui várias fontes de hidrogênio e já é líder na produção de energia a partir de fontes renováveis, por meio do uso de energia hidrelétrica e etanol.


O desenvolvimento de um sistema de transporte coletivo com emissão zero de poluentes contribuirá para reduzir o impacto ao meio ambiente em grandes centros urbanos, a exemplo de São Paulo, a maior frota de ônibus do mundo. Os veículos motorizados são responsáveis por 90% dos poluentes na atmosfera e a maioria dos ônibus tem motores a diesel, que possuem alta emissão de NO2 e particulados.

terça-feira, 30 de junho de 2009