sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Engenheiros discutem desafios da categoria para o desenvolvimento sustentável


Profissionais da engenharia estarão reunidos em São Paulo, entre os dias 17 e 19 de novembro, para propor iniciativas sustentáveis no contexto do aquecimento econômico brasileiro.

Com vistas à realização de grandes obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e Olimpíadas 2016, além da exploração das camadas pré-sal, o desafio da categoria é ainda maior no sentido de considerar aspectos sustentáveis em seus projetos.

A análise e discussão desse cenário é o objetivo do IV Eco São Paulo 2010, ciclo de debates promovido anualmente pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP), em parceria com a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

Tendo como base o documento "Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento", elaborado por especialistas de diversas áreas da engenharia nacional, novas soluções serão discutidas e apresentadas. O centro da discussão é ampliar o crescimento econômico do país sem comprometer os recursos para as gerações futuras.

"Como percebemos, cada vez mais o tema sustentabilidade ambiental vem sendo sedimentado na cultura brasileira. Foi tema dos presidenciáveis e é tema no mundo inteiro. E o mais importante é mostrar que crescimento e preservação ambiental não são ideias antagônicas. A engenharia pode ajudar muito na busca desse ideal sustentável", garante o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro.

O evento acontecerá no Novotel São Paulo Center Norte (Av. Zaki Narchi, 500 - Vila Gulherme - São Paulo). Inscrições e informações: www.ecovale-seesp.com.br

Biólogo brasileiro "cura" célula autista


Alysson Muotri, que trabalha nos EUA, utilizou molécula para recuperar neurônios defeituosos em laboratório. O biólogo que reproduziu o comportamento dos neurônios de crianças autistas em um pires de laboratório anuncia agora um passo crucial em seu trabalho.

Em estudo publicado nesta sexta-feira (12/11), o brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, descreve como "curou" um punhado de células defeituosas com uma droga experimental.

Ao recriar neurônios a partir de células retiradas da pele de crianças com uma síndrome de autismo genética, Muotri identificou características da doença independentes do sintoma comportamental, observando as células vivas em microscópios.

"Isso sugere que a técnica tem um potencial de diagnóstico", diz. "É a primeira descrição de um modelo humano que recapitula uma doença psiquiátrica."

O biólogo é cauteloso, porém, quando questionado sobre se seu trabalho é a descoberta de um tratamento para o autismo. A droga usada no experimento, a IGF-1, altera os níveis de insulina no organismo, e pode levar a uma série de efeitos colaterais indesejados caso seja administrada no sistema nervoso de pessoas normais.

Mesmo que a descoberta de um medicamento adequado possa levar décadas, Muotri se diz otimista. Ele está elaborando testes com uma série de outras drogas em um sistema robótico de experimentação, como o que empresas farmacêuticas usam.

"Não acho que uma droga conseguiria consertar tudo, no caso de alguém que tenha desenvolvido um problema de cognição e memória mais profundo. Mas mostramos que é possível reverter o estado desses neurônios em grande medida." As descobertas ganharam a capa da prestigiosa revista "Cell".

No estudo com células, reprogramadas, ele usou material biológico de crianças portadoras da síndrome de Rett, uma das variantes mais graves das várias doenças designadas como autismo.

Essa condição é causada pelo defeito em um único gene, o que facilita seu estudo em laboratório, mas não é representativa de todas as outras síndromes do autismo.

"Nós não sabemos ainda, porém, por que esse gene causa autismo quando sofre mutações", diz. Se for possível descobrir o mecanismo por meio do qual a doença se desenvolve, talvez seja possível entender a biologia dos casos esporádicos de autismo, que aparentam ter uma relação muito mais complexa com a genética.

Para isso, Muotri está estudando também neurônios reprogramados a partir de células da pele de crianças com outros tipos de autismo.

A técnica que ele usa para criar neurônios a partir de células é a mesma inventada pelo japonês Shinya Yamanaka, que reverteu células adultas a um estágio de desenvolvimento similar ao de células-tronco embrionárias.

Em menos de três anos, essas células -conhecidas pela sigla iPS- se tornaram uma ferramenta tão popular na biologia experimental que Yamanaka já é visto como candidato ao prêmio Nobel. (Rafael Garcia)

Fonte: Folha de SP

Avanço computacional e ambiental

Pesquisadores do Brasil e do exterior participaram nesta quinta-feira (11/11), na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Workshop de Ciência Ambiental, promovido pelo Instituto Virtual de Pesquisas Fapesp-Microsoft Research.

O objetivo do grupo de trabalho, de acordo com a gerente do Programa de Pesquisas da Microsoft Research (MSR), Juliana Salles, é planejar um experimento multidisciplinar de pesquisas na área ambiental.

No encontro, cientistas da área ambiental colocaram colegas da área computacional em contato com suas principais necessidades de pesquisa, do ponto de vista tecnológico. Em contrapartida, especialistas em várias áreas da ciência da computação apresentaram o estado atual de desenvolvimento de sistemas e tecnologias que podem ser úteis para a pesquisa ambiental.

De acordo com Juliana, o workshop foi inspirado em um projeto iniciado em 2009, que teve foco no desenvolvimento de redes de sensores ambientais adaptados às florestas tropicais. O projeto consistiu na instalação de uma rede piloto tridimensional de 50 sensores, na Serra do Mar, na Mata Atlântica do Estado de São Paulo.

Os sensores, desenvolvidos em parceria entre a Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos) e a MSR, são destinados a coletar dados em grande escala, permitindo a observação contínua e o monitoramento inteligente de dados como temperatura, umidade e concentração de dióxido de carbono no solo.

"O workshop foi inspirado nesse projeto, com a ideia de expandi-lo tanto em termos de escala como de escopo. Queríamos distribuir um número maior de sensores, da ordem de centenas ou milhares e, ao mesmo tempo, integrar outras disciplinas", disse Juliana à Agência Fapesp.

Além disso, o objetivo é assegurar que o experimento motive uma forte reflexão sobre como a tecnologia computacional pode abrir caminho para o avanço da ciência e, ao mesmo tempo, como a ciência pode estimular o desenvolvimento tecnológico da área computacional.

"Em vez de focalizar apenas no sensor e na tecnologia, queremos que os pesquisadores pensem quais perguntas científicas não podem ser exploradas em função da falta de tecnologia. E como a tecnologia pode facilitar essa exploração científica. O foco é antecipar o que poderemos descobrir se tivermos os recursos certos", disse.

Nos grupos de discussão, segundo Juliana, o workshop explorou alguns cenários a fim de propor um experimento para os mesmos. "O foco foi entender quais são as perguntas de pesquisa e definir o que podemos usar em termos de tecnologia para habilitar essa investigação", disse.

A partir dos resultados do workshop, o Instituto Virtual de Pesquisas Fapesp-Microsoft Research identificará possíveis colaboradores interessados em participar do experimento multidisciplinar. "A ideia é criar um plano de trabalho para os próximos anos, integrando pessoas e disciplinas. Esperamos que isso nos ajude a planejar a execução desse plano experimental", disse.

Do ponto de vista de ciência da computação, o experimento abordará todo o ciclo de pesquisa: desde a aquisição de dados até metodologias de visualização, arquivamento e compartilhamento das informações. Assim como o projeto desenvolvido na Serra do Mar, o experimento terá financiamento direto do instituto - isto é, não estará atrelado às chamadas anuais do Instituto Virtual de Pesquisas Fapesp-Microsoft Research.

"Mas esperamos que essa discussão estimule outros projetos no futuro, atrelados ou não às chamadas. Temos no grupo de trabalho, por exemplo, profissionais da área de bioenergia que talvez não se integrem neste experimento especificamente. Mas que, a partir desse debate, possam se interessar em submeter propostas", destacou.

Segundo Juliana, os principais desafios identificados até agora pelo grupo se concentram nos problemas de visualização e tratamento de dados de maneira geral.

"A coleta dos dados é um problema, mas um dos desafios mais importantes é desenvolver maneiras para analisar e visualizar esses dados de forma que gerem um insight interessante para o pesquisador. O ambiente de dispersão é também um desafio, pela própria hostilidade do ambiente natural", disse.

Outro desafio central é o da multidisciplinaridade, já que a discussão envolve pessoas com interesses e treinamentos distintos. "Um biólogo focaliza determinados atributos do problema científico de maneiras diferentes de um especialista em ciências atmosféricas. O desafio é fazer com que os interesses possam convergir para fazermos um experimento em comum", afirmou.

Desafio multidisciplinar

Claudia Bauzer Medeiros, professora titular do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da coordenação da área de Ciência e Engenharia da Computação da Fapesp, destacou a importância do workshop em reunir especialistas de áreas muito diferentes, que normalmente não dialogam.

"Cada um mostrou sua metodologia, seu enfoque e seus problemas, o que abre sem dúvida novas possibilidades de projetos que integrem diferentes pontos de vista e necessidades. Especialistas na área computacional apresentaram sistemas já desenvolvidos para evidenciar a gama de possibilidades que temos disponíveis. A ideia é que as necessidades de pesquisa na área ambiental motivem uma adaptação dessas tecnologias", disse.

As possibilidades de aplicação das tecnologias computacionais em ciência do meio ambiente são praticamente infinitas, segundo a pesquisadora, envolvendo desde a coleta e o monitoramento de dados do solo, do subsolo, da atmosfera e do clima, por exemplo, até o tratamento, o armazenamento e a visualização dessas informações.

"Existe uma gama imensa de possibilidades para coletar dados e monitorar o que está ocorrendo. Temos desde sensores para observar o crescimento de raízes, por exemplo, a outros para monitorar a umidade, luminosidade, ventos, fluxos de seiva, fluxos e poluição de água, de velocidade de sedimentos no leito de um rio. Os sensores podem ser usados desde o nível molecular, no interior da célula, até em satélites", afirmou.

Ao lado de especialistas em ciências ambientais, meteorologia, solos e mudanças climáticas presentes no workshop, os cientistas das várias áreas da computação podem cooperar para facilitar o desenvolvimento de novas ferramentas, segundo Claudia, especificando novas formas de armazenar os dados, novos algoritmos e novos tipos de sensores. "Isso deverá facilitar o avanço da ciência nas áreas ambientais e, ao mesmo tempo, na ciência da computação", disse.

Além da captação de dados, a maneira como eles são tratados é uma questão em aberto na ciência da computação. Um dos problemas centrais é como armazenar e integrar dados e que tipos de algoritmos devemos usar para manipulá-los.

"Temos, além disso, o desafio dos modelos de análise: que tipo de programas e algoritmos vamos ter em computação - a partir dos dados já disponíveis e tratados - para gerar modelos. E, finalmente, que novas formas de processamento de imagens teremos para visualizar esses modelos", disse.

O diálogo multidisciplinar é fundamental para o avanço das pesquisas, segundo Claudia. Eventualmente, os cientistas poderiam pensar, por exemplo, em utilizar para o monitoramento de raízes no subsolo programas já desenvolvidos para o processamento de imagens de capilaridade de vasos sanguíneos na retina.

"Não sei se isso é possível porque não é minha área, seria preciso conversar com o pessoal de processamento de imagens. A capilaridade de raízes e vasos sanguíneos pode ter algo em comum. Mas será que os algoritmos são os mesmos, ou podem ser adaptados? Só saberemos se tivermos esse diálogo multidisciplinar", destacou. (Fábio de Castro)

Fonte: Agência Fapesp

Governo brasileiro acredita em acordo multilateral em favor da proteção climática na COP-16


Enquanto as opiniões no Brasil se dividem em torno do projeto de reforma do Código Florestal, em tramitação no Congresso Nacional, apontado como um dos instrumentos de preservação ambiental, representantes de vários países estão às vésperas de mais uma uma rodada de discussões sobre medidas conjuntas contra o aquecimento global, a COP-16, de 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancun, no México.

Para a ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira, existe a possibilidade de uma convergência de ideias no encontro de Cancun. Ela acredita que vá se repetir o êxito obtido da 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade, da Organização das Nações Unidas (ONU), encerrada, no último dia 29, em Nagoya, no Japão.

"Tenho uma visão otimista e pragmática em torno de pontos que devem avançar", disse a ministra, logo após participar do Fórum Biodiversidade pós COP-10, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) e pela companhia Syngenta. Isabela Teixeira, porém, reconhece que há questões complexas a serem tratadas.

Na avaliação da ministra, um dos desafios que devem ser enfrentados na gestão da presidenta eleita Dilma Rousseff é o de criar institutos para colocar em prática as metas estabelecidas em Nagoya, onde foi assinado o protocolo de acesso e divisão de benefícios para a preservação genética de plantas, microrganismos e animais, o chamado ABS, na sigla em inglês, e que é semelhante ao Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

De acordo com Isabela Teixeira, os desafios estarão centrados em três aspectos: a busca de segurança alimentar, segurança climática e segurança energética.

A ministra criticou o texto do projeto do novo Código Florestal e falou da mobilização interna para sugestões de mudanças no texto, afirmando que esse comportamento evidencia que "o que está sendo debatido mostra-se insuficiente para aquilo que a sociedade pretende". A ministra pondera que a matéria não deve se restringir aos assuntos da agricultura, mas se estender para questões de áreas urbanas como o uso de encostas.

Perguntada sobre as ações de recuperação de áreas degradadas para o avanço do agronegócio, ela apontou o sucesso obtido com o programa de produção sustentável de óleo de palma, na Amazônia, lançado em abril deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não há sentido de remover áreas nativas para aproveitamento econômico se você tem a viabilidade de fazer de outra maneira. O Brasil tem um potencial de explorar áreas degradadas, com desmatamento zero, agricultura familiar, gerando renda e desenvolvimento tecnológico e crédito". A ministra observou, no entanto, a necessidade de se reduzir os custos de produção e criar acessos às áreas degradadas por meio de investimentos em infraestrutura.

(Marli Moreira, da Agência Brasil)


CNE voltará a analisar parecer sobre obra de Lobato


O Ministério da Educação devolveu ao Conselho Nacional de Educação (CNE), nesta quinta-feira, 11, o Parecer nº 15/2010, sobre a obra literária Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. A autoria do parecer é da Câmara de Educação Básica (CEB) do CNE, que pretende fazer nova análise do parecer em sua reunião ordinária de dezembro. Será verificada, então, a existência de pontos que possam, eventualmente, ter sido mal-interpretados.

Leia a nota divulgada pela CEB:

"A Câmara de Educação Básica (CEB) do Conselho Nacional de Educação (CNE), reunida no dia 9 de novembro de 2010, debateu sobre a repercussão do Parecer CNE/CEB nº 15/2010, tanto na mídia em geral quanto em manifestações diversas, favoráveis e contrárias, que foram recebidas ou veiculadas pela internet.

"A CEB, assim como o Conselho Nacional de Educação, reafirma seu compromisso com a defesa da mais ampla liberdade de produção e de circulação de idéias, valores e obras como máxima expressão da diversidade e da pluralidade ideológica, estética e política no regime democrático vigente em nosso país. Consequentemente, repudia e combate toda e qualquer forma de censura, discriminação, veto e segregação, seja em relação a grupos, segmentos e classes sociais, seja com relação às suas distintas formas de livre criação, manifestação e expressão.

"O CNE, em sua análise das questões trazidas a este conselho sobre o livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, no referido parecer, não excluiu, não desqualificou e não depreciou a obra analisada. A CEB, no cumprimento de suas obrigações legais e regulamentares, tão-somente recomendou e dispôs sobre os cuidados necessários ao seu aproveitamento com fins educativos.

"A CEB considera, de todo modo, que o debate provocado pelo parecer está sendo importante por trazer à luz a questão do racismo e dar visibilidade às formas de preconceito e de discriminação ainda subsistentes na sociedade brasileira. Assim, a partir da devolução do parecer pelo MEC, a CEB procederá à devida análise do mesmo em sua reunião ordinária, em dezembro, a fim de verificar se existem pontos que possam ter sido eventualmente mal-interpretados quando de sua primeira publicação."

(Assessoria de Comunicação do MEC)


Justiça libera o Enem 2010


O presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, desembargador Luiz Alberto Gurgel de Faria, derrubou a liminar que suspendia o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último fim de semana. Segundo a assessoria de imprensa do TRF, a decisão saiu na manhã desta sexta-feira (12).

O exame havia sido suspenso na segunda-feira (8), em todo o país, depois de uma decisão da Justiça Federal do Ceará. A juíza Karla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara, citou os erros verificados na prova e disse que a realização de uma nova prova poderia beneficiar um grupo de estudantes.

De acordo com a decisão, também foram suspensas a divulgação do gabarito, a abertura de um site oficial para receber reclamações dos estudantes que se sentiram prejudicados e a realização da nova prova. Na quinta (11), a Advocacia Geral da União recorreu, a pedido do MEC.

O ministério alega que a teoria de resposta ao item (TRI), aplicada na elaboração e correção do Enem, garante que a nova prova terá o mesmo grau de dificuldade e não vai acarretar em vantagem a alguns estudantes.

Segundo nota divulgada pelo TRF-5, o desembargador Gurgel de Faria entendeu que "a suspensão de um certame envolvendo mais de 3 milhões de estudantes traria transtornos" aos organizadores e candidatos de todo o país e que "a alteração do cronograma do Enem repercutiria na realização dos vestibulares promovidos pelas instituições de ensino superior".

Na decisão, também é citado um prejuízo de cerca de R$ 180 milhões aos cofres públicos, referentes à contratação da logística necessária.

Gurgel de Faris defendeu ainda que a decisão da Justiça Federal cearense de suspender a prova devido a uma "eventual irregularidade nas provas de menos de 0,05% dos candidatos, equivalente a 2.000 estudantes, finda por prejudicar todos os demais".

O Ministério Público Federal do Ceará, autor da ação civil pública que resultou na liminar que suspendeu o Enem, informou que ainda não foi notificado. Segundo a assessoria de imprensa, o MPF não pode mais entrar com recurso para tentar manter a liminar que suspendia o exame. O procurador federal Oscar Costa Filho aguarda, agora, a decisão da Justiça Federal do Ceará sobre o pedido de anulação do Enem, feito na quarta-feira (10).

Cerca de 3,3 milhões de estudantes participaram do Enem 2010. Logo depois da primeira prova, no sábado, os estudantes reclamaram de erros na folha de respostas e no caderno de provas amarelo.

Na folha de respostas, os enunciados das áreas de conhecimentos estavam invertidos, na comparação com o caderno de questões. Alguns alunos alegam que preencheram o gabarito de forma invertida. O MEC havia informado que abriria uma página na internet para receber as queixas e que os casos seriam avaliados separadamente.

Estudantes que fizeram a prova amarela reclamaram que faltavam questões, outras estavam repetidas, a sequência numérica estava errada e havia, inclusive, páginas da prova branca incluídas no mesmo caderno. A estimativa é que cerca de 2 mil alunos tiveram problemas com a prova amarela. O ministério avalia a possibilidade de realizar um novo exame para essas pessoas.

O gabarito das provas do e a página para reclamações de estudantes que se sentiram prejudicados pelo erro na folha de respostas devem ser lançados ainda nesta sexta-feira (12), de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC).

Fonte: G1

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Seminário internacional debate os modelos regulatórios de comunicações


O Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias terminou na quarta-feira (10), em Brasília (DF). Durante os dois dias do evento, foram debatidos os impactos das mudanças tecnológicas dos últimos anos nos rumos das comunicações eletrônicas (telecomunicações e radiodifusão). Palestrantes de todo o mundo destacaram as experiências, os avanços e as limitações dos processos regulatórios das comunicações. O seminário é promovido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

“Aprendemos aqui, porque o seminário mostrou, em todas as exposições, feitas por alguns dos mais renomados especialistas representando agências com uma longa trajetória, uma longa experiência em regulação. Este cenário mostrou que aqui se qualificou o debate público”, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, no encerramento do seminário.

O primeiro palestrante do segundo dia de seminário foi o diretor adjunto do Conselho Superior do Audiovisual (CSA), Emanuel Gabla, sobre a regulação das comunicações na França. Após, o diretor Internacional do Ofcom (Office of Communications), Vincent Edward Affleck, ministrou palestra sobre a experiência da regulação no Reino Unido.

A pesquisadora da Universidade de John Hopkins University, Susan Ness, realizou palestra sobre a regulação da comunicação nos Estados Unidos. “Os Desafios da Argentina para Regulação das Comunicações", foi o tema da palestra do diretor de Supervisão e Fiscalização da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA), Gustavo Bulla.

Entre os participantes do seminário, entidades da sociedade civil e empresarial, parlamentares, representantes de órgãos governamentais, acadêmicos, especialistas e a imprensa.

Para assistir as palestras, acesse o portal do seminário:www.convergenciademidias.gov.br

Fonte: Agência Brasil

USP discute modificar eleição para reitor

A Universidade de São Paulo (USP) está discutindo mudanças no seu sistema de eleição para reitor. As propostas foram apresentadas e debatidas na última reunião do Conselho Universitário (CO), que ocorreu na tarde de terça-feira (9/11). A reunião também trouxe propostas de modificação do programa de inclusão social da instituição.

Segundo professores, alunos e funcionários que participaram da reunião, entre as propostas, duas se destacam: a instalação de um processo de eleições diretas, com mudanças na estatuinte da USP, e a realização do pleito em um único turno, com um colégio eleitoral de cerca de 1,8 mil pessoas votando - o que incluiria membros das congregações da universidade.

"É importante isso ser resolvido logo, porque, se demorar mais um ano, pode coincidir com a eleição do novo reitor", afirma o professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, Renato Janine Ribeiro.

Atualmente, a eleição para reitor na USP ocorre da seguinte forma: no primeiro turno, cerca de 1.925 eleitores, entre alunos, funcionários e professores (a maioria), votam em três nomes, para chegar a oito. No segundo turno, apenas 330 eleitores, que são membros do CO e dos conselhos centrais, escolhem até três nomes da lista. Uma lista tríplice é encaminhada ao governador do Estado de São Paulo, que aponta o novo reitor.

No ano passado, só um em cada três professores votou. A representatividade foi ainda mais baixa entre alunos (1 em cada 483 estudantes) e funcionários (1 em cada 220). Nas eleições para reitoria da Unicamp e da Unesp, todos têm direito a voto.

Para o reitor da USP, João Grandino Rodas, o momento é de discussão. "Vamos primeiro debater o tema para deixar mais maturado. Se eu não acreditasse ou não vislumbrasse alguma mudança, não proporia essas reuniões", afirmou ao Estado.

Cotas. Além da estrutura de poder dentro da universidade, também foram discutidas na reunião questões relativas à inclusão, como o Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp).

Atualmente, o candidato ao vestibular da Fuvest pode conseguir até 12% de bônus, sendo 3% para o oriundo do ensino público e 3% pelo Programa de Avaliação Seriada (Pasusp). A ideia da pró-reitora de graduação, Telma Zorn, é aumentar o Pasusp e acabar com o bônus universal.

"Precisamos ampliar o Pasusp. Ele foi criado, mas ainda não está completo", afirma Rodas. Para o reitor, a discussão deve se pautar a partir do que já existe na universidade. "O Inclusp é um programa que funciona muito bem dentro do que se propõe." (Mariana Mandelli e Felipe Mortara)


Fonte: O Estado de SP

Mais jovens de classe D que de A na universidade

Um fenômeno recente está dando novo rosto às universidades brasileiras e mudando, para melhor, a vida de milhares de famílias. Pesquisa inédita do Data Popular, instituto especializado em mercado emergente no Brasil, revela que, pela primeira vez na década, jovens de baixa renda são maioria nas faculdades. Eles são 73,7% dos universitários.

"É um contingente enorme que representa a primeira geração de suas famílias a obter um diploma de nível superior", constata Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisa.

O estudo mostra que os estudantes da classe D, oriundos de famílias que ganham menos de 3 salários mínimos (R$ 1.530), ultrapassaram os filhos da elite nos campi. Uma das razões para esta revolução no ensino apontada por Meirelles foi o Programa Universidade para Todos (ProUni) que já atendeu 747 mil estudantes de baixa renda nos últimos seis anos.

De 2002 a 2009, as faculdades, públicas e particulares, receberam 700 mil estudantes da classe D - média de 100 mil jovens a cada ano. Se há oito anos eles ocupavam somente 5% do bolo universitário, em 2009 chegaram a 15,3%. Já os da classe A perderam participação no total: a fatia caiu de 24,6% para 7,3%.

Ronald Rosa Fonseca, 25 anos, passou pelo funil da exclusão social. Filho de uma doméstica e de um mecânico, teve o apoio dos patrões da mãe para cursar o 4º período de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC). "Eles permitiram que eu morasse na casa deles, no Leme, onde minha mãe trabalha. Não teria condições de estudar morando em Magé", conta ele, que passou em 11º lugar no vestibular. Graças ao bom desempenho, a PUC deu a ele bolsa integral, passagem, alimentação e livros.

De acordo com Meirelles, para esses jovens a universidade é um investimento pesado, mas que vale a pena: "A família vê no estudo a única chance de mudar as condições de vida de todos".

Em retribuição à ajuda que recebeu para entrar na faculdade, Ronald voltou para o pré-vestibular gratuito mantido pela empresa ExxonMobil como coordenador. "Quem consegue entrar tem quase um compromisso de voltar e fazer o mesmo por outros jovens", diz ele. Além do curso, os alunos participam de oficinas culturais, palestras, visitas a museus, universidades e empresas. Em janeiro, será aberta nova seleção. Informações: 2505-1233 e 2505-1256.

Entre 2002 e 2009, o número de universitários no Brasil passou de 3,6 milhões para 5,8 milhões, um avanço de 57%.

Noventa por cento da população ganham até 10 salários mínimos e movimentam R$ 760 bilhões ao ano. As classes A e B detêm 26,3% das vagas no ensino superior, enquanto estudantes da C, D e E representam 73,7% do total.

Em todas as classes sociais, houve aumento dos homens nas faculdades, mas as mulheres são a maioria (57%). A média da idade dos universitários aumentou: passou de 25,87 em 2002 para 26,32, em 2009.

A necessidade de trabalhar para pagar a faculdade faz com que a maioria prefira estudar à noite ou em meio período.

Para atravessar os portões das universidades, estudantes de baixa renda contam com extensa rede de apoio que inclui programa de bolsas em faculdades privadas, orientação profissional e pré-vestibular social patrocinados por grandes empresas. É o caso do estudante Carlos Henrique Simões, 22 anos, morador de Realengo, Zona Oeste, que será o primeiro da família a prestar vestibular.

Há um ano, ele frequenta as aulas do pré-vestibular custeado pela empresa petrolífera Exxon Mobil, em parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Os alunos recebem bolsa-auxílio de R$ 100 por mês e vale-transporte para que não abandonem os estudos. "Eles chegam com tanta vontade de fazer faculdade que demonstram uma força imensa, capaz de superar qualquer obstáculo", diz Valéria Lopes, supervisora do CIEE.

Desde que foi criado, em 2004, o Programa Mais ajudou 51 estudantes a ingressar na universidade. Carlos não só está próximo de realizar seu sonho, como está levando junto a família. "Minha mãe voltou a estudar e está a caminho de concluir o Ensino Médio. Meu irmão mais velho também retomou os estudos", conta o estudante, que fará Serviço Social.

A ascensão dos jovens de baixa renda aos bancos universitários foi favorecida pela universalização do Ensino Médio e pela expansão das faculdades privadas, que fez despencar o preço das mensalidades. Além disso, foram criados cursos universitários de dois anos e a classe D obteve aumento na renda. "Depois de pagar a comida, aluguel e condução, começou a sobrar dinheiro para pagar os estudos", observa Renato Meirelles.

Segundo ele, a classe C já representa o maior número de alunos em escolas privadas, com mais de 4 milhões de crianças matriculadas. "É um círculo virtuoso baseado na reciprocidade. Quem é ajudado ajuda outros a melhorar de vida", explica. Ainda na classe C, 68% das pessoas estudaram mais do que os pais; entre a classe A esse percentual é de apenas 10%.

A partir do ano que vem, jovens terão mais um incentivo. A UFRJ vai destinar 20% das vagas para estudantes de escolas públicas. Os candidatos serão aprovados por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A instituição planeja dar mil bolsas-auxílio, Bilhete Único Intermunicipal e netbooks. (Maria Luisa Barros)

Fonte: O Dia

Brasil não transforma ciência em lucro

O Brasil já gasta tanto com ciência quanto a Espanha ou a Itália, mas ainda está atrás de ambas na sua capacidade de transformar esse dinheiro em resultados palpáveis.

Essa é a conclusão de um novo relatório da Unesco, que é divulgado de cinco em cinco anos. Entre 2002 e 2008, os anos utilizados como referência, o investimento em pesquisa no país passou de R$ 25,5 bilhões para R$ 32,7 bilhões.

Esse foi um dos fatores que fizeram a produção científica brasileira pular de 12 mil artigos científicos para 26 mil nesse período.

A outra causa, na opinião de Hugo Hollanders, especialista holandês em inovação que é um dos responsáveis pelo relatório da Unesco, foi a evolução da internet, especialmente da banda larga, que permitiu a difusão mais rápida do conhecimento entre os pesquisadores dos países em desenvolvimento.

"A ciência mundial era dominada por Europa, Japão e EUA, mas o mundo está se tornando gradualmente multipolar. Coreia, Brasil, China e Índia estão desenvolvendo as suas potencialidades, ainda que a África continue atrasada em relação às outras regiões", disse Irina Bokova, diretora-geral da Unesco.

A situação asiática, porém, é melhor do que a brasileira. Hollanders lembra que "nos últimos cinco anos, muitos líderes acadêmicos americanos e europeus têm recebido convites de trabalho e vultosos orçamentos de pesquisa em universidades do Leste Asiático".

O grande problema do Brasil, porém, é escorregar na hora de tirar a pesquisa da universidade e levá-la às empresas, diz o relatório. Três quartos dos cientistas do país estão nas universidades, quase sempre públicas -nos EUA, quase 80% deles trabalham na iniciativa privada.

Existem exceções, como a pesquisa tecnológica no setor aeronáutico e no campo (o cultivo de soja e a produção de etanol, por exemplo), mas, em geral, as empresas brasileiras investem relativamente pouco em inovação.

"A falta de ousadia da maioria das indústrias brasileiras pode ser fruto de décadas de funcionamento em um mercado fechado e em meio a uma economia pouco confiável", escrevem a quatro mãos Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp, e Hernan Chaimovich, professor da USP.

Além disso, as empresas do país reclamam da falta de trabalhadores qualificados, especialmente em áreas ligadas à engenharia.
Isso acontece porque o país começou a investir tarde em formação avançada.

Com universidades muito jovens (a Unicamp, por exemplo, tem menos de 50 anos), o Brasil pode gastar até mais do que países europeus (com universidades mais velhas que o Brasil), mas vai precisar esperar alguns anos ainda até ter uma massa crítica de cientistas.

O consolo é que, entre a os países em desenvolvimento, o Brasil vai bem. O resto da América Latina está cientificamente estagnado. Na África, alguns países até crescem rapidamente, como Angola e Nigéria, mas partindo de atividades pobres em pesquisa, como a mera extração de petróleo com técnicas consagradas. (Ricardo Mioto)


Fonte: Folha de SP

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UERN amplia a pós-graduação com aprovação do mestrado em Ciências Naturais


A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) divulgou nesta terça-feira, dia 9, o resultado da Avaliação de Cursos Novos. A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) amplia e fortalece o seu Programa de Pós-Graduação com a aprovação do curso de Mestrado em Ciências Naturais.

O professor Pedro Fernandes, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, destaca que esse curso é Interdisciplar e as aulas iniciam no 1º semestre de 2011. A primeira turma terá 10 alunos. "Esse curso é especial para a Universidade, pois é nosso quarto mestrado, com isso já alcançamos o número mínimo de mestrados que temos que oferecer até 2016", afirma o pró-reitor revelando que a UERN aguarda ainda o resultado da avaliação do curso de Mestrado em Educação.

O mestrado em Ciências Naturais é o quarto da UERN, sendo o primeiro interdisciplinar - possibilita que graduados de diferentes áreas possam concorrer a uma das vagas. "Ele está voltado para cursos como Química, Biologia, Gestão Ambiental, mas isso não impede que outros profissionais que desenvolvam pesquisa nessa área possam concorrer", explica Pedro Fernandes.

A UERN já conta com os cursos de Mestrado em Física, Ciência da Computação e Letras. Há ainda o Dinter (Doutorado Interinstitucional) em Ciências da Saúde e o Minter (Mestrado Interinstitucional) em Direito. (Iuska Kaliany Freire de Oliveira)

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Fonte: Agencom/UERN

Equipe de transição receberá dados do governo


A Casa Civil da Presidência da República enviará, ainda nesta semana, dois cadernos com informações para a equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff. Um dos documentos reúne os dados sobre todas as áreas do governo federal. O segundo caderno traz as orientações e as obrigações (como os contratos a cumprir) nos primeiros 120 dias da gestão de Dilma, em 2011. 

Os documentos serão analisados pela equipe que começou a trabalhar nesta segunda-feira (9), em Brasília.

A partir da próxima semana, os integrantes da transição devem ouvir uma série de especialistas em áreas específicas (segurança pública, saúde, educação) e receber propostas destes setores. A intenção é buscar ideias de políticas públicas de quem não trabalha no governo. 

Com a viagem de Dilma Rousseff para o encontro do G20, na Coreia do Sul, os coordenadores da transição estão fazendo reuniões para tratar de questões administrativas e políticas. 

Desde segunda-feira, o coordenador José Eduardo Dutra vem se encontrando com presidentes dos partidos aliados (PMDB, PSC, PSB, PC do B, PTC, PP, PDT, PR,PRB e PTN), para ouvir sugestões. 

Fonte: Portal Brasil

Investimentos da Eletrobras até 2014 devem ultrapassar R$ 45 bilhões


O presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes, informou nesta terça-feira (9) que os investimentos da estatal de 2010 a 2014 deverão ultrapassar os R$ 45 bilhões. Este ano, porém, a empresa deverá investir cerca de R$ 2 bilhões a menos do que os R$ 8 bilhões previstos inicialmente, em razão de problemas de licenciamento ambiental para alguns projetos e também devido a questões climáticas, que atrasaram o cronograma de algumas obras.

“O nosso grande problema este ano foram as liberações ambientais para os grandes projetos. A linha [de transmissão] Tucuruí-Manaus, Porto Velho-Araraquara, a Usina de Belo Monte. São projetos que demandam grandes recursos e tiveram seu início postergado”.

Muniz disse que o plano de investimento da Eletrobras ainda encontra-se em análise no âmbito da diretoria, mas que pretende divulgá-lo ainda este ano. "Ainda estamos fazendo os últimos ajustes. De qualquer forma, eu já posso adiantar que, até 2014, os investimentos superarão os R$ 45 bilhões”.

O presidente da Eletrobras foi um dos participantes da sessão de abertura do 13º Congresso Brasileiro de Energia, promovido pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Fonte: Agência Brasil

ONG recebe mais de 10 mil denúncias de incitação de violência contra nordestinos


A organização não governamental SaferNet Brasil recebeu, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro, mais de 10 mil denúncias relativas a usuários da rede social Twitter que espalharam manifestações de ódio e incitação de violência contra cidadãos de origem nordestina. 

“Levamos essas denúncias ao conhecimento do Ministério Público do Estado de São Paulo. Agora estamos na expectativa da decisão deles, de arquivar ou investigar o caso”, afirma o presidente da organização, Thiago Tavares. As denúncias de preconceito na rede social foram recebidas por meio do site “Denuncie”. 

De acordo com Tavares, entre os 1.037 perfis que foram denunciados está o da estudante de direito Mayara Petruso, de 21 anos, que ganhou notoriedade na mídia após publicar no Twitter mensagem incitando violência contra os nordestinos. 

O presidente da SaferNet afirma que a entidade tem convênios formais com o Ministério Público e a Polícia Federal para repassar as denúncias que recebe. “Nós recebemos as denúncias, filtramos e encaminhamos para as autoridades com competência pra investigar”, afirma. Segundo Tavares, a maioria das denúncias diz respeito a crimes sexuais contra crianças e adolescentes, como a disseminação de imagens de pornografia infantil na internet. A apologia e a incitação de crimes contra a vida são o segundo tipo mais comum de denúncia. 

Para Thiago Tavares, a internet é um espaço público e as pessoas precisam ter consciência de que os seus atos na rede geram consequências no mundo real. “A internet não é uma terra sem lei. A violação aos direitos humanos é um crime previsto na legislação na brasileira.” De acordo com o especialista, o direito à liberdade de expressão não autoriza o desrespeito, a discriminação, nem a violação a outros direitos humanos igualmente fundamentais. “Os direitos à igualdade e à liberdade de expressão têm que andar juntos e precisam ser respeitados na sua integralidade. Eu não posso usar a liberdade de expressão para propagar manifestações racistas ou preconceituosas. A internet deve ser usada com ética e responsabilidade”, afirmou o presidente da SaferNet.

Fonte: Agência Brasil

Brasil vai instalar banco de leite humano em país africano

O projeto de bancos de leite humano, desenvolvido no Brasil para ajudar na redução da mortalidade infantil, será implantado pelo País em Moçambique. O objetivo é promover o aleitamento materno nos casos em que a própria mãe não possa alimentar o recém-nascido. A informação foi divulgada na terça-feira (9), pelo Ministério da Saúde. Pelo acordo a ser firmado, o Brasil investirá cerca de R$ 900 mil (US$ 519 mil) em dois anos de projeto, que prevê a instalação do banco de leite, aquisição de equipamentos, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais.

A iniciativa brasileira de instalar bancos de leite é uma forma de contribuir com o plano moçambicano para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio 4 e 5, que visam a redução da mortalidade infantil e materna no país. A cada mil crianças que nascem em Moçambique, 48 morrem nos primeiros 28 dias. No Brasil, são 13,8 óbitos por cada mil nascidos vivos.

Os bancos de leite têm como missão incentivar, proteger e promover o aleitamento materno para diminuir os índices de mortalidade infantil e melhorar a qualidade de vida dos bebês, nos casos em que a própria mãe não pode amamentá-los. Em todo o mundo, o leite materno pode reduzir em 13% as mortes de crianças menores de cinco anos. No Brasil, um estudo feito em 14 municípios da Grande São Paulo, em 2003, apontou que a estimativa média de impacto da amamentação sobre o Coeficiente de Mortalidade Infantil foi de 9,3%.

Referência – O Brasil tem a maior e mais complexa rede de bancos de leite do mundo, com mais de 190 bancos que atendem anualmente cerca de 100 mil recém-nascidos. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil repassa conhecimento sobre controle de qualidade e processamento de leite materno para 22 países da América Latina, Caribe, África e Europa.

Desde que o País passou a liderar a Rede Ibero-americana de Bancos de Leite Humano, foram coletados, fora do território brasileiro, 82.048 litros de leite materno, beneficiando 85.961 crianças. A Espanha, por exemplo, implantou seu banco de leite em Madri com ferramentas totalmente brasileiras.

A execução do projeto em Moçambique ficará a cargo do Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela coordenação da rede brasileira. O banco de leite será instalado dentro do Hospital Central de Maputo.

Acordo - Ainda como forma de auxiliar o governo moçambicano a fortalecer as ações em saúde materno-infantil, também foi assinado na terça-feira, entre os dois países, um acordo de cooperação técnica para apoiar o Ministério da Saúde moçambicano a criar no país um instituto de excelência voltado à saúde materno-infantil. O Brasil doará cerca de R$ 260 mil (US$ 150 mil) para esta ação, que prevê apoio à implantação de um centro de telessaúde da mulher, da criança e do adolescente, de uma biblioteca virtual em saúde, e do programa de ensino à distância para capacitação de profissionais nesta área.

Tecnologia – Acordo de cooperação estratégica entre os dois países, firmado em 2008, vai permitir a instalação de fábrica de antirretrovirais em Moçambique. Esta será a primeira empresa de capital 100% público deste segmento em todo o continente africano. Para a primeira fase do projeto da fábrica em território moçambicano, o Ministério da Saúde já disponibilizou R$ 13,6 milhões para aquisição de equipamentos e formação da equipe de profissionais que trabalharão na futura Sociedade Moçambicana de Medicamentos S/A. O investimento total previsto é de R$ 31 milhões.

Fonte: Secom