sábado, 6 de novembro de 2010

Centro Cultural inicia projeto 'Outras Falas' com duas peças

O Centro de Estudos e Programação Cultural da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (CPPC/UERN) inicia a temporada do Projeto Outras Falas com dois espetáculos de teatro. As apresentações ocorrerão no Teatro Municipal Dix-huit Rosado nos dias 13 e 14/10. A primeira peça a ser encenada é o infantil "A Era do Gelo", às 17h do sábado e domingo. O segundo espetáculo é para o público adulto. "Branca de Calvao" será apresentado às 20h. A entrada custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (estudante) - valores para ingressos antecipados. Na hora, os valores passam para R$ 12,00 e R$ 6,00 respectivamente.

O espetáculo "A Era do Gelo" é uma peça infantil que fala da diversão através de brincar de teatro, encenado pela Companhia Paraibana de Comédia. O espetáculo é baseado nos personagens Manny, um mamute protetor, Sid, uma preguiça atrapalhada que só pensa em brincar, Diego um tigre dente-de-sabre sinistro que faz amizade com Sid e Manny e outra criatura, Scrat, um esquilo e uma noz fujona - que neste espetáculo, terá vida própria, ações e atitudes de humano, salienta Edilson Alves, diretor.

Apesar de levar este personagens, para o palco, a idéia é deixa-los mais sensivéis, com atitudes e gestos mais humanos, transferindo responsabilidades até então dos humanos, como por exemplo, cuidados da higiene pessoal, valorização da escola, preocupando-se com os estudos, como também os cuidados com a natureza, com o meio ambiente e até mostrando o efeito etufa nas geleiras.
Reservado a todo público, a Era do Gelo, no teatro, tem duração de 55 minutos, destinado ao puro lazer, onde a criança e o adulto poderão também receber uma mensagem de cuidados com o planeta, sobre o efeito estufa, o descongelamento das geleiras e por fim a magia de brincar de teatro.
No elenco estão: Dinarte Silva ( a preguiça atrapalhada), Sergio Lucena ( Manny, o mamute) Adeilton Pereira ( o trigre), Alessandro Tchê( Scrat o esquilo) e José Maciel (a noz). Com músicas de Alberto Simoes e Chico, cenários, figurinos e adereços de Nelson Alexandre, Maquiagem de Sergio Lucena e Dinarte Silva, produção de divulgação Giovanna Gondim, Antonio Hino e Wagnner Nascimento,adaptação e direção geral de Edilson Alves, realização Companhia Paraibana de Comédia.

Adulto
A peça "Branca de Calvão e as sete nevinhas" é o mais novo espetáculo da companhia paraibana de comédia, escrita por Cristovan Tadeu ( ator integrante do elenco do Show do Tom da Tv Record) e dirigida por Edilson Alves. A referida cia. é responsável por sucesso de bilheteria e de público a exemplo de espetáculos como Pastoril Profano, as Coroas, As Fãs de Roberto Carlos, As Malditas e vários outros.

A peça trata do remake da fábula Branca de neve e os sete anões, onde uma madrasta ruim e malvada chamada dragolina manda matar a sua enteada Branca de Calvão, por pura inveja de sua beleza.Branca das Neves da Silva, mais conhecida popularmente como Branca de calvão, trabalha numa carvoaria na região norte da cidade e lá na carvoaria não tem água, devido problemas financeiros com a empresa de fornecimento de água, por isso ela ficou eternamente surja. Quando a Branca descobre o plano da sua madrasta em tentar mata-la,foge para a floresta e lá ela encontra seu refúgio, a casa das sete nevinhas, anãs que são funcionárias públicas de uma mina de pedras preciosas de um desses políticos corruptos do Brasil.

É com essa brincadeira e ao mesmo tempo que com situações cotiadianas do povo brasileiro que a Companhia Paraibana de Comédia irá fazer uma grande sátira ao mundo das fábulas e da realidade atual e social do Pais sempre com muito deboche, irreverência e interatividade com a platéia, elementos principais do segredo do suceso dessa companhia que usa esses elementos nos seus espetáculos.

Elenco: Adeilton Pereira ( Branca de calvão), Sergio Lucena (Madrasta Dragolina e Leonardo de caprio), Ribamar de Souza ( Espelho Mágico e Nevinha Risonha), Alessandro Barros ( Narradora e Nevinha Zangada) e Alessandro Tchê ( Narradora ,Motoboy e Nevinha Mestra).Na técnica Nelson Alexandre responsável pelos figurinos, cenários, adereços e iluminação. Sonoplastia de Wagner Nascimento, Direção Geral Edilson Alves realiazação Companhia Paraibana de Coméida. www.ciapbdecomedia.com.br (Edilson Damasceno)


Fonte: AGECOM-UERN

População Brasileira cresceu 9,5% em dez anos


O 12º Censo Demográfico Brasileiro registrou o crescimento de 9,5% da população brasileira em dez anos. Os números populacionais de cada um dos 5.565 municípios do País foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados também foram publicados no Diário Oficial da União. Os 191 mil recenseadores que trabalharam no Censo 2010 visitaram 67 milhões de domicílios no período entre 1º de agosto e 31 de outubro. Outros resultados da coleta estarão acessíveis na página do órgão na Internet entre os dias 8 e 24 de novembro.

O Brasil tem hoje cerca de 185,7 milhões de habitantes, 15,9 milhões a mais do que em 2000. A região Sudeste continua com o maior número populacional do país com 77,6 milhões de pessoas. A região Centro-Oeste é a menos populosa com apenas 13,8 milhões. Os resultados serão apresentados às prefeituras por meio de ofício do IBGE e em reuniões das Comissões Censitárias Estaduais (CCE) e das Comissões Municipais de Geografia e Estatística (CMGE), onde eventuais dúvidas sobre eles deverão ser esclarecidas.

A partir de hoje, as prefeituras terão 20 dias para apresentar suas avaliações sobre os números divulgados, e no dia 29 de novembro, o IBGE divulgará os resultados oficiais das populações dos municípios. Durante esse prazo, o órgão continuará com equipes nas ruas e trabalhando internamente na supervisão e no controle de qualidade de todo o material coletado assim como para prestar os devidos esclarecimentos, quando necessários, aos integrantes das CCE e CMGE e às prefeituras.

Entre 8 e 24 de novembro, os resultados da coleta do Censo 2010 continuarão acessíveis na Internet, no endereço www.censo2010.ibge.gov.br, e quaisquer alterações provenientes da supervisão serão atualizadas. Quem não participou do recenseamento pode agendar a entrevista até o dia 24, gratuitamente, pelo telefone 0800-7218181 ou enviar formulário através do link: 


http://www.censo2010.ibge.gov.br/cadastro_nao_recenseado.php

Fonte: Secom

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Implante de chip restaura a visão

Três pessoas que sofrem de cegueira congênita recuperaram a capacidade de enxergar depois de receberem o implante de um chip na retina. Uma delas foi capaz de identificar e encontrar objetos sobre uma mesa e caminhar de forma independente numa sala, segundo o estudo publicado na revista "Proceedings of the Royal Society B".

A experiência é promissora, já que os resultados são muito mais significativos do que as outras tentativas de implantar um olho biônico em cegos. Até agora, a técnica mais bem-sucedida usa câmera e transmissor acoplados. O novo chip - uma lâmina de 3 milímetros quadrados e espessura de um décimo de milímetro, contendo 1.500 sensores - permite ao paciente detectar objetos com os seus próprios olhos.

O dispositivo alemão é chamado de implante subrretinal e foi criado pela equipe de Eberhart Zrenner, do Instituto de Investigação Oftalmológica da Universidade Tubingen e pesquisadores da companhia Retina Implant AG.

Inicialmente, o implante foi colocado em 11 portadores de doenças como a retinite pigmentosa, condição genética que afeta uma em cada 4 mil pessoas e destrói a retina, resultando em perda de visão noturna e lateral, e, por fim, cegueira. Os sintomas aparecem ainda nos primeiros anos.

Alguns dos pacientes que participaram da pesquisa não perceberam melhora porque os seus casos eram mais graves. A maioria, porém, detectou pontos brilhantes. Segundo Zrenner, os melhores resultados foram obtidos com Miikka Terho, que reconheceu objetos como uma xícara colocada sobre uma mesa e a imagem de um relógio. Ele também conseguiu identificar tons distintos de cinza e caminhou num ambiente de forma totalmente independente.

Em testes posteriores, Terho leu grandes letras, incluindo o próprio nome, que havia sido escrito de forma errada. E ele percebeu isso.

- Três ou quatro dias depois da cirurgia para implante, pude ver certa atividade - explicou Terho, que vive na Finlândia. - Aos poucos, a minha visão foi melhorando.

Dispositivo funciona ligado à bateria e terá nova versão

Agora os médicos retiraram o protótipo do chip dos pacientes, mas devem colocar em breve uma outra versão melhorada. O mecanismo funciona convertendo a luz que entra no olho em impulsos elétricos que são recebidos no nervo óptico. Ele funciona com energia externa. No estudo preliminar, o dispositivo foi conectado a um cabo que sai da pele atrás do ouvido e conectado a uma bateria.

- O estudo é uma prova de que esses dispositivos podem restaurar a visão em pessoas cegas, mas a sua aplicação clínica ainda levará algum tempo - diz Zrenner.

O próximo passo é testar o implante de retina num número maior de pessoas, pelo menos de 25 a 50 pacientes, na Europa. Talvez a técnica usada no chip possa ser desenvolvida para tratar também os pacientes que sofrem de degeneração macular relacionada à idade, a principal causa de cegueira em idosos.

Fonte: O Globo

Obama desiste de criar teto para emissões de CO2

Após a vitória dos republicanos nas eleições parlamentares dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama, decidiu abandonar o projeto de lei para limitar as emissões de gases de efeito estufa. A legislação criaria um sistema de "cap and trade" - que limita as emissões por empresas, mas permite a comercialização entre elas das chamadas "cotas para poluir".

Obama disse que vai procurar outras maneiras de frear o lançamento de gases que provocam o aquecimento global. E disse vai procurar meios de abordagem que não ignorem a ciência, porém também não prejudiquem a economia dos EUA.

O projeto passou no ano passado na Câmara de Representantes, em votação apertada. Agora, está no Senado - onde muitos democratas se uniram à oposição republicana para bloquear avanços. Os republicanos apelidaram a proposta de "cap and tax", pois ela aumentaria o preço da energia. Esse grupo, que rejeita qualquer tentativa de se colocar um preço nas emissões de carbono, assumiu a maioria na Câmara dos Deputados e ganhou mais assentos no Senado, que ainda é controlado pela maioria democrata.

A vitória republicana também dificulta os planos de Obama de assumir papel de liderança nas negociações climáticas globais na Conferência do Clima da ONU (COP-16) que será realizada no final do mês em Cancún, no México. Sem ter conseguido aprovar uma lei de redução das emissões em seu país, o presidente Obama teria a pouco a oferecer durante no encontro.

Apesar disso, eleitores da Califórnia rejeitaram a chamada Proposição 23, que poderia adiar os planos do Estado de reduzir as emissões de gases-estufa em 25% até 2020. O governador Arnold Schwarzenegger fez inúmeras ações para tentar deixar o Estado mais verde, e a lei de clima é parte desse legado.

Fonte: O Estado de SP

Amazonas já é o 3º estado que mais desmata no Brasil


O Amazonas passou Rondônia pela primeira vez na lista de campeões de desmatamento amazônico. A informação é do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que monitora mensalmente o desmate com imagens de satélite.

Segundo o instituto, em agosto e setembro de 2010, o Amazonas derrubou 40 quilômetros quadrados de floresta. Rondônia, que sempre foi o terceiro Estado que mais desmata (atrás de Pará e Mato Grosso), derrubou 34 quilômetros quadrados.

O desmatamento se concentra no sul do Estado, nas regiões de Lábrea e Apuí. Trata-se de uma zona intensa de grilagem de terras, além de estar na área de influência da BR-319, cuja expectativa de asfaltamento pode ter aumentado a ocupação ilegal de terras e a derrubada.

A boa notícia é que, apesar do crescimento no maior Estado da região, o desmatamento continua em queda. Em agosto e setembro, ele diminuiu 22% em relação ao mesmo período do ano passado, e 21% considerando apenas o mês de setembro.

Por conta da seca extrema que atingiu o sul da Amazônia, as queimadas explodiram e a degradação florestal verificada, idem.

Enquanto no bimestre foram desmatados 380 quilômetros quadrados de floresta, as matas queimadas ou afetadas pela exploração de madeira (que se tornarão áreas desmatadas) somaram 2.055 quilômetros quadrados - aumento de 213%. (Claudio Angelo)

Fonte: Folha de SP

Senado promove seminário internacional para debater educação e meio ambiente


A Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal promove, de 11 a 14 de novembro, na Estância Ecológica Sesc Pantanal, em Poconé (MT), o Seminário Internacional Educação e Meio Ambiente.

O evento - que terá uma programação técnico-científica (com painéis temáticos) e outra vivencial (baseada em práticas e atividades ecoturísticas e de proteção ambiental) - está sendo organizado em parceria com o Sistema Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC-Sesc-Senac).

O objetivo do seminário é destacar o papel da educação e do meio ambiente no despertar da sociedade para um novo modelo de desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade e alinhado com os princípios do ecoturismo. Durante os painéis serão apresentadas experiências e práticas nacionais e internacionais focadas na difusão do saber ambiental comprometido com a conservação e com a ecologia.

A programação inclui as seguintes mesas temáticas: "Ação governamental - A experiência nacional e a prática curricular", "Experiências internacionais" e "Um olhar para o futuro".

Entre os participantes do seminário estarão Cem Özdemir, co-presidente do Partido Verde alemão; Isabel Martinez, dirigente do programa de educação ambiental do escritório regional para a América Latina do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma); o escritor e jornalista libanês Amin Maalouf, vencedor do prêmio Príncipe das Astúrias das Letras 2010; e Michael Becker, coordenador do Programa Cerrado-Pantanal para Sempre, do WWF-Brasil.

Também foram convidados como conferencistas a ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira; Rachel Trajber, coordenadora-geral de Educação Ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação; Washington Novaes, jornalista especializado em meio ambiente e culturas indígenas; e Luiz Carlos de Menezes, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.

Completam a lista de conferencistas que deverão participar do evento o ministro da Educação Escolar, Infância e Juventude da Austrália, Peter Garrett; a senadora Marina Silva (PV-AC); Enrique Leff, economista mexicano professor de ecologia política e políticas ambientais na pós-graduação da Universidade Nacional Autônoma do México; e Leopoldo Garcia Brandão, consultor em meio ambiente para a presidência do Conselho Nacional do Sesc.

Mais informações pelos fones (61) 3303-4604/3498 ou e-mail scomce@senado.gov.br

Fonte: Agência Senado

Haddad não vê racismo em 'Caçadas de Pedrinho'


O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou ontem que não homologará parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) contrário à distribuição, para escolas públicas, do livro "Caçadas de Pedrinho", do escritor Monteiro Lobato (1882-1948). Diferentemente do conselho, Haddad disse não ver racismo na obra. Ele pedirá à Câmara de Educação Básica do CNE que reexamine o assunto e modifique o parecer.

A decisão do conselho só pode entrar em vigor se tiver a homologação do MEC. O ministro disse que inúmeros educadores se manifestaram contra a posição do CNE.

- É incomum a quantidade de manifestações que recebemos de pessoas que são especialistas na área e que não veem nenhum prejuízo em que essa obra de Monteiro Lobato continue sendo adotada nas escolas - disse Haddad.

O presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, Francisco Aparecido Cordão, negou intenção de veto ao livro e disse que houve um problema de redação. Segundo ele, antes mesmo de Haddad anunciar a devolução do parecer ao conselho, a Câmara já havia convocado reunião para um reexame.

- Vamos fazer uma discussão interna nossa (na terça-feira) para rever a redação. Se o ministro vai devolver, ótimo. A disposição da Câmara é deixar claro o que a gente quis dizer e não conseguiu. Ninguém quis censurar Monteiro Lobato. Quem somos nós para censurar Monteiro Lobato? - disse Cordão.

Segundo ele, o parecer da conselheira relatora Nilma Lino Gomes, aprovado por unanimidade em setembro, só exige a inserção de nota explicativa na edição de "Caçadas de Pedrinho" para alertar sobre a presença de estereótipos raciais na obra, auxiliando o trabalho dos professores em sala de aula.

"Caçadas de Pedrinho" foi publicado em 1933. De acordo com a denúncia que levou o CNE a analisar o texto, o livro contém trechos racistas envolvendo a personagem negra Tia Anastácia, cuja cor é mencionada diversas vezes pelo autor.

Num trecho, a personagem Emília refere-se ao iminente ataque de onças e animais ferozes ao sítio: "Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne preta". Em outro trecho, a personagem negra sobe num mastro para fugir das onças.

A cena é descrita assim por Monteiro Lobato: "(...) Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão".

A obra divide opiniões:

- Eu, pessoalmente, não (vejo racismo). Mas, como isso fere suscetibilidades, minha opinião pessoal não é a mais importante. Por isso existe um conselho, a comunidade de educadores - disse Haddad.

Já o ministro de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araújo, diz que há trechos racistas. Araújo é contra veto à obra, mas defende a obrigatoriedade da inserção de nota explicativa. Do contrário, segundo ele, o uso do texto em sala de aula estimulará a prática de bullying (violência física ou psicológica contra colegas).

- O bullying não é combatido? Então, vamos combater qualquer forma de bullying. A tia subir como macaca, que coisa horrorosa as crianças dizendo isso. Quando se tem uma publicação que tem tema preconceituoso, racista, a gente pega esse limão e transforma numa limonada - diz Araújo.

Haddad é favorável à nota explicativa, mas, para que seja obrigatória, ele considera que o CNE precisa detalhar os critérios que passarão a ser adotados. O parecer está aberto a consulta pública no CNE. Só no fim do mês Haddad deverá pedir o reexame do texto.

Ontem, ele fez mistério sobre a sua disposição de permanecer à frente do MEC no governo Dilma Rousseff. Disse que seu compromisso é permanecer até 31 de dezembro. Haddad já está há sete anos no MEC e planejou retornar a São Paulo em 2011.

- Eu me comprometi até 31 de dezembro. Vou honrar esse compromisso que eu tive com o presidente Lula. Minha vida está organizada para a volta (a São Paulo) - disse Haddad. (Demétrio Weber)


Fonte: O Globo

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cai dívida média do brasileiro


Entre agosto e outubro deste ano, a dívida média das famílias brasileiras caiu cerca de 22%. O peso da dívida no rendimento familiar também foi reduzido. Os dados fazem parte da terceira edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), que será lançada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea), nesta quarta-feira (3), às 13h30, na sede do Instituto em Brasília.

O indicador também mostra que o otimismo das famílias brasileiras com relação à economia continua aumentando. A região mais otimista é o Centro-Oeste, seguido pelo Sul. O Norte e o Nordeste, que apresentaram pequena queda no otimismo, vêm em seguida. O Sudeste continua sendo a região menos otimista.

O lançamento será feito pelo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, em entrevista coletiva. O evento terá transmissão ao vivo, pelo site, para todo o Brasil.

Saiba mais sobre o IEF

Lançado em agosto, o índice aborda a expectativa das famílias nos quesitos situação econômica nacional; condição financeira passada e futura; decisões de consumo; endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas; e mercado de trabalho, especialmente nos quesitos segurança na ocupação e sentimento futuro de melhora profissional.




Fonte: Ipea

Crise reduz gastos mundiais com inovação


Investimento caiu 3,5% em 2009 no mundo, segundo estudo da Booz & Company. As mil companhias que mais investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em todo o mundo reduziram em 3,5% seus orçamentos em 2009 por conta da crise econômica. No total, as empresas gastaram US$ 503 bilhões na criação de novos produtos e serviços no ano passado, ante US$ 521 bilhões em 2008.

Essa é a primeira queda nos investimentos registrada desde que a consultoria americana Booz & Company começou a medir o volume de recursos aplicados pelas maiores empresas, em 2000.

Roberto Leuzinger, diretor da consultoria na América do Sul, explica que apesar da redução dos orçamentos, o cenário de investimento em P&D no mundo é promissor. Ocorre que o corte nessa área foi menor do que o realizado em outros departamentos das companhias.

Segundo Leuzinger, a redução de despesas administrativas e dos investimentos em bens de capital chegaram a 5,5% e 17,5%, respectivamente. "O corte menor em P&D significa que as empresas avaliam esse investimento de forma estratégica, com visão de longo prazo", afirma ele.

Apesar da queda em valores absolutos, os investimentos em P&D subiram como percentual do faturamento das empresas: de 3,46% para 3,75% do total.

O fenômeno aconteceu diante de um cenário de queda de 11% no faturamento das companhias, um reflexo da crise econômica. Segundo a Booz & Company, as mil empresas que compõem o levantamento venderam US$ 13,4 trilhões em 2009 comparado a US$ 15,1 trilhões no ano anterior.

A amostra selecionada pela consultoria para compor o estudo representa aproximadamente 48% de tudo o que foi aplicado em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo em 2009, um total de US$ 1,06 trilhão.

Entre os setores com maior volume de investimentos em inovação destacaram-se novamente os de computação e eletrônicos (com 27% do total), saúde (22%) e automobilístico (15%). Junto à área de software e internet, o segmento de saúde foi um dos que mais se destacou em termos de crescimento, segundo Leuzinger.

O setor automobilístico, por outro lado, apresentou uma das maiores quedas. Afetadas pela redução nas vendas no mercado americano e japonês, as montadoras reduziram drasticamente seus investimentos e com isso perderam posições no ranking.

A Toyota, que em 2008 foi a primeira colocada da lista geral, investiu 19,77% a menos em 2009 e caiu para a 4ª posição. A Ford passou do 8º para o 20º lugar, com orçamento praticamente um terço menor nesse período. A General Motors (GM) saiu de 5ª para 11ª colocação, com 25% de recuo.

Na dança das posições entre as dez companhias com maiores orçamentos, se sobressaíram companhias como Roche, GlaxoSmithKline e Samsung. A Roche assumiu a liderança do ranking , com aumento de 11,63% e orçamento de US$ 9,12 bilhões. A Glaxo e a Samsung conseguiram se posicionar entre as dez primeiras.

A Microsoft, que em 2008 estava na 4ª lugar, subiu duas posições, tendo aumentado em 10,36% seus investimentos. A companhia tomou o lugar da Nokia que, por ter reduzido seu orçamento em 0,99%, passou para o 3º lugar.

Por região, o maior volume de recursos foi aplicado por empresas baseadas na América do Norte - cerca de 38% do total. A Índia e a China foram as únicas áreas geográficas com alta nos investimentos: 41% no período de um ano. O Japão apresentou recuo de 10%.

De acordo com Leuzinger, a expectativa é de que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento voltem a subir em 2010: "Mesmo com a Europa e os Estados Unidos ainda passando por dificuldades, as empresas já superaram o período mais nebuloso."

Leuzinger diz, contudo, que as empresas devem se preocupar mais com a qualidade e menos com a quantidade de dinheiro investido em P&D. Para ilustrar esse ponto de vista, o executivo cita o exemplo da Apple. Apesar de ser a 81ª em valores gastos em P&D, a companhia foi escolhida como a mais inovadora por executivos ouvidos na pesquisa. "O que gera benefício é o investimento que tem coerência com a estratégia da companhia", diz Leuzinger.

Cresce participação do Brasil

O Brasil ganhou duas representantes no ranking das mil empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no mundo. À lista, que tradicionalmente trazia nomes como Vale, Petrobras e Embraer, juntaram-se em 2009 a distribuidora CPFL Energia e a desenvolvedora de software Totvs.

A CPFL Energia entrou no ranking da consultoria americana Booz & Company ocupando a posição de número 789. Em um ano, o volume investido pela companhia em P&D praticamente dobrou, passando de US$ 40 milhões para US$ 70 milhões. Já a Totvs ampliou seu orçamento para US$ 60 milhões em 2009, ante US$ 35 milhões no ano anterior, o que lhe garantiu a 993ª colocação.

Apesar de ter aumentado sua representação em número de empresas, o Brasil perdeu espaço no total de dinheiro aplicado em P&D. Com queda de 9,3% nos orçamentos (quase três vezes mais do que a média global, de 3,5%), o país passou a representar 0,38% dos investimentos mundiais na área, com US$ 1,9 bilhão. Em 2008, o total era de 0,41%.

Segundo Roberto Leuzinger, diretor da consultoria para a América do Sul, o resultado do país foi impactado pela redução nos investimentos da Petrobras e Embraer. A Petrobras encolheu em 20% seu orçamento de P&D, o que fez com que a companhia caísse 31 posições na lista, para o 151º lugar. A Embraer, por sua vez, teve uma redução de 27% e passou de 624ª para 847ª colocada. A Vale reduziu seus investimentos em 5%, caindo duas posições, para o 103º lugar.

Leuzinger diz acreditar que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de investimentos em P&D. O executivo destaca, entretanto, que o país está em uma posição interessante à frente de países emergentes como Rússia e Índia, os quais disputam um espaço de maior destaque na economia global. (Gustavo Brigatto)

Fonte: Valor Econômico

Participação no Enem aumentou quase 30 vezes em relação à primeira edição


Quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi aplicado pela primeira vez, em 1998, cerca de 157 mil estudantes participaram da prova. Treze edições depois, o número de inscritos é quase 30 vezes maior: 4,6 milhões de candidatos são esperados para fazer o exame, que será aplicado neste fim de semana, 6 e 7 de novembro.

Desde a primeira edição, o Enem é voluntário. Mas em 2010, cerca de 80% dos formandos do ensino médio se inscreveram para a prova, estimativa calculada a partir dos números do Censo Escolar. A popularização do exame pode ser explicada pela própria mudança de função da prova. Se antes o Enem servia para avaliar o desempenho do aluno ao fim da educação básica, hoje é pré-requisito para quem quer participar de programas de acesso ao ensino superior.

No início, a nota do Enem passou a ser utilizada por algumas instituições de ensino em seus processos seletivos, especialmente nas privadas. Ganhou peso especial a partir de 2005, quando se tornou um pré-requisito para os estudantes interessados no Programa Universidade para Todos (ProUni). Até 2004, os inscritos não passavam de 1 milhão, mas em 2005 chegaram a 2,9 milhões.

No ano passado, o Ministério da Educação (MEC) propôs às universidades federais um vestibular unificado por meio do Enem. Mais de 50 aderiram à ideia e cerca de 47 mil vagas de instituições públicas de ensino superior foram oferecidas aos estudantes por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Para 2011, há outra mudança: a participação no Enem será obrigatória para quem quiser financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

Fonte: Agência Brasil

Gasto público com educação chega a 5% do PIB em 2009

Despesa por aluno cresce mais no ensino básico

O gasto público com educação no Brasil como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) cresceu de 4,7% para 5% entre 2008 e 2009, de acordo com novo levantamento do Ministério da Educação (MEC) cedido ao Valor. O ministro Fernando Haddad destaca que o investimento no setor teve alta mais forte no nível básico (de 4% para 4,3% do PIB), enquanto foi registrada estagnação no ensino superior (0,7% do PIB).

Com base nesses números, o MEC atualizou o cálculo de 2009 do gasto público direto por estudante, que ficou em R$ 3.353 na média de todos os ciclos de aprendizado, valor que representa alta de 7,3% sobre os R$ 3.124 verificados em 2008.

Na educação básica, o custo-aluno subiu 7,4%, no mesmo período, de R$ 2.746 para R$ 2.948; já o gasto individual no nível universitário teve expansão bem mais modesta, de 0,3%, passando de R$ 15.399 para R$ 15.452, na comparação entre 2008 e 2009 - dados oficiais mais recentes.

"O investimento ficou estável em 3,9% do PIB até 2005, depois foi subindo por causa do aumento orçamentário do MEC até chegar a 5% em 2009. O mais importante é que o maior incremento foi na educação básica, que praticamente dobrou neste governo, enquanto mantivemos os investimentos no ensino superior", explica Haddad.

O ministro acrescenta que a distância entre o total per capita aplicado no ensino superior em relação ao gasto da educação básica caiu de 11,1 vezes para 5,2 vezes nos últimos dez anos. "Estamos em linha com o mundo desenvolvido, esse é a recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)."

Especialistas em financiamento educacional consideram positiva a concentração de investimentos públicos no ciclo básico durante o segundo mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas fazem duas ressalvas.

A primeira é que a maior disponibilidade de recursos, a partir de 2006, coincide com a entrada em vigor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2007, e do piso nacional do magistério, no ano seguinte. As duas medidas resultaram, obrigatoriamente, em mais investimentos no setor.

A segunda observação revela que estados e municípios investem muito mais em educação do que a União, em uma proporção de 80% e 20%, respectivamente.

Na avaliação de Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação, o governo federal poderia ter mais peso na distribuição de recursos para a educação básica. "O Brasil investe no ensino superior como os países de ponta, mas deixa a desejar na educação básica, ficando aquém do que investem países como Argentina e Chile, onde o investimento per capita anual é de US$ 2,2 mil, enquanto por aqui é de US$ 1,7."

Com o fim da eleição presidencial, a ampliação da fatia dos investimentos federais em todos os ciclos educacionais - reivindicação antiga do setor - volta a ganhar destaque. Durante a campanha eleitoral todos os candidatos prometeram elevar investimentos. A presidente eleita Dilma Rousseff se comprometeu em elevar o gasto público em educação no Brasil para 7% do PIB até 2014.

"Alcançar 7% era a meta para 2010 vetada por Fernando Henrique no atual Plano Nacional da Educação, que se encerra no fim deste ano. No próximo plano não haverá veto e o país terá que se comprometer com a meta constitucional estabelecida. A pergunta mais importante a ser feita não é de quanto será a meta, mas quem vai pagar a conta", afirma Luiz Araújo, assessor de financiamento educacional da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Dias antes da definição da eleição, o ministro Fernando Haddad disse que a decisão caberá ao novo presidente. "Vai ter que fazer ajuste de orçamento para priorizar a educação, não tem outro jeito", disse, sem revelar os caminhos desse ajuste. Araújo lembra que a Conferência Nacional da Educação (Conae), realizada em abril, propõe o aumento da vinculação orçamentária à educação por parte de todas as esferas de poder e o aumento da complementação da União ao Fundeb.

As decisões da Conae estão sendo avaliadas pelo MEC. A pasta poderá incluí-las ou não na lista de metas do próximo Plano Nacional de Educação, que vai vigorar como lei entre 2011 e 2020. O aumento da vinculação orçamentária obrigaria estados e municípios a aumentar as receitas tributárias líquidas destinadas à educação, do atual piso de 25% para 30%, enquanto a União deveria ampliar de 18% para 25%.

"Para isso é preciso mudar o artigo 212 da Constituição. Vinculação orçamentária tem sido um instrumento importante na história dos investimentos sociais do Brasil. Com certeza garantiria aumento rápido do percentual do gasto com educação, mas é um assunto polêmico, de aprovação complicada e tramitação longa", pondera Araújo, para quem um caminho "mais simples" seria o aumento da complementação da União ao Fundeb. "Afinal, os estados e municípios estão contribuindo mais, mas é a União que tem a maior parcela das receitas dos impostos recolhidos no país."

O economista Amir Khair, especialista em finanças públicas, aposta que o crescimento da arrecadação acima da variação do PIB neste ano e nos próximos ajudará a nova presidente a cumprir a promessa e elevar o gasto em educação no país para 7% do PIB. "A educação pega carona nos impostos, e a maior contribuição para o aumento de gastos nessa área deverá vir dos estados e, principalmente, dos municípios, que estão com a arrecadação crescendo num ritmo mais forte que o da União."

Outra esperança, aponta Mozart Neves Ramos, é o lucro esperado com a exploração de petróleo da camada pré-sal. "Será um milagre para a economia e para a educação, mas não virá no curto prazo."

Já para um integrante do primeiro escalão do governo federal, a nova presidente terá que enfrentar a área econômica se quiser garantir recursos para a melhorar a qualidade do ensino no Brasil. "Nosso sistema de pensão é muito ineficiente e ainda tem os gastos com juros do Banco Central. Se cortar aí, dá para a educação chegar a 8% do PIB." (Luciano Máximo)

Fonte: Valor Econômico

C&T é um dos pontos considerados prioritários pela presidente eleita Dilma Rousseff


Primeira mulher eleita para presidir o Brasil, Dilma lançou, ao final de sua campanha, 13 pontos programáticos para a próxima gestão; um deles fala em "transformar o Brasil em potência científica e tecnológica". A nova presidente do Brasil venceu o segundo turno das eleições, realizado no dia 31 de outubro, com 56% dos votos.

A proposta para o programa de governo "Ciência, Tecnologia e Inovação", divulgada no site www.dilma13.com.br , detalha 13 compromissos de governo e aponta diretrizes e ações para alcançá-los.

São eles:

- Valorização da dimensão sustentável, por meio da integração efetiva entre o desenvolvimento científico e tecnológico e as questões sociais e ambientais;

- Aprofundamento da dimensão científica, com apoio à pesquisa científica como eixo estruturante do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI);

- Promoção da inovação como peça central no desenvolvimento econômico;

- Integração entre CT&I e a dimensão educacional, com educação de qualidade em todos os níveis;

- Incremento da dimensão social na política de CT&I;

- Novo olhar à dimensão territorial, tendo como paradigma a desconcentração e a descentralização do sistema de CT&I;

- Financiamento robusto e com continuidade, visando atingir, até 2014, os 1,8% do PIB, para gastos com P&D;

- Busca da autonomia com inovação tecnológica, de forma a garantir uma maior inserção do Brasil na sociedade do conhecimento, apoiada na formação de uma massa crítica de educadores e pesquisadores;

- Reafirmação da soberania nacional, pelo desenvolvimento científico e tecnológico com independência nas atividades de pesquisa e com uma visão planetária, pacifista e criativa;

- Ampliação da democratização e participação na sociedade brasileira e na gestão pública;

- Constituição de uma nova ordem legal e redução da burocracia, levando a uma profunda revisão dos marcos legais;

- Promoção do acesso amplo da população brasileira às tecnologias da informação e comunicação (TICs);

- Garantia de que C&T serão alicerces de políticas ambientais.

Fonte: Jornal da Ciência

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mais companhias inovam e usam a internet, diz IBGE


Percentual de empresas inovadoras aumentou, mas só 2,3% lançaram produtos realmente sem similar no país. Brasil já ultrapassou Espanha, mas está distante da Alemanha em taxa percentual de companhias inovadoras. Mais empresas se lançaram à inovação tecnológica e a internet passou a ser o principal instrumento de informação para essas companhias em 2008, segundo a Pesquisa de Inovação Tecnológica do IBGE. 

O percentual de empresas inovadoras alcançou 38,6%, o maior da série da pesquisa iniciada em 2000, superior aos 34,4% de 2005. Dessas, 69% das indústrias e 79% das de serviços (informática, telecomunicações e edição) citaram o uso da internet como meio de obter informação para inovar. 

O uso da rede mundial de computadores aparecia apenas na quinta posição em 2005, e superou fontes tradicionais como feiras, congressos e troca de informações com clientes, fornecedores e outras áreas da empresa. O IBGE não levantou o conteúdo pesquisado na internet. 

Pelo critério da pesquisa, é inovação qualquer produto ou processo produtivo novo para a empresa, mesmo que seja uma cópia de algo que já exista no mercado. Apenas 2,3% de indústrias lançaram produtos realmente sem similar no país, por exemplo. O avanço da inovação acompanhou o vigoroso crescimento da economia até 2008, diz Fernanda Vilhena, gerente da pesquisa. 

"O investimento estava muito aquecido e tradicionalmente as empresas inovam com a compra de novas máquinas." Dentro do cenário internacional, o percentual de companhias inovadoras no Brasil já é maior, por exemplo, do que na Espanha (31,5%), mas está muito distante da taxa da Alemanha (64,7%). 

Gasto para inovar 

Em 2008, as empresas investiram, em média, 0,8% do seu orçamento em atividades de pesquisa e desenvolvimento, sem incluir despesas com lançamentos de produtos, contratação de consultorias e outros. Em 2005, havia sido 0,77%. "Mas em termos absolutos, o gasto foi maior porque a receita das empresas teve forte crescimento.

"Novidades como a produção de tecidos com fibras de garrafas PET e bambu, equipamentos para TV digital, processos de produção mais limpos (com menos uso de água e energia) e o lançamentos de uma enorme gama alimentos funcionais foram captadas pelo IBGE. 

A tecelagem StenVille, de Jundiaí (SP), passou a usar fibra de poliéster proveniente de garrafas PET para fabricar tecidos de camisetas e uniformes -o foco da empresa. O PET é comprado de cooperativas de reciclagem e transformado por outra empresa em fibras. 

O tecido é composto 50% por algodão e 50% por poliéster -obtido via destilação do petróleo. Segundo George Tomic, diretor da StenVille, não houve custo adicional porque o preço do PET reciclado acompanha o do poliéster e as máquinas não precisaram ser convertidas. (Pedro Soares) 

Fonte: Folha de SP

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Países alcançam acordo da biodiversidade

Após 18 anos negociando, eles assinam o Protocolo de Nagoya, considerado maior pacto ambiental desde Kyoto. Novo tratado garante a soberania dos países sobre os seus recursos genéticos; Brasil é visto como grande vitorioso. Representantes de quase 200 países chegaram a um acordo na última sexta-feira, em Nagoya (Japão), e assinaram um tratado sobre a biodiversidade.

As nações concordaram em reconhecer o direito dos países sobre a sua biodiversidade. Isso significa que países que desejarem explorar a diversidade natural (como plantas, animais ou micro-organismos) em territórios que não sejam seus terão de pedir autorização para as nações donas dos recursos.

Se estudo da fauna e da flora alheia resultar em novos produtos, como fármacos ou cosméticos, os lucros terão de ser repartidos entre quem os desenvolveu e o país de origem do recurso, conforme contrato prévio.

Se houver comunidades que utilizem os recursos genéticos tradicionalmente, como tribos indígenas, elas também terão direito de receber royalties pela exploração comercial da biodiversidade.

Os diplomatas chamam esses pontos de ABS, uma sigla em inglês para "acesso e repartição de benefícios".

Vitória brasileira

As negociações para estabelecer esses pontos sobre o acesso aos recursos genéticos levaram quase 20 anos. Desde a Eco-92, no Rio de Janeiro, temas ligados à biopirataria são discutidos, e os países ricos relutavam em assinar um pacto que garantisse a soberania dos países sobre a sua biodiversidade.

Por isso, o acordo realizado agora, na COP-10 (10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica), em Nagoya, foi visto como uma grande vitória brasileira, país dono da maior biodiversidade do mundo e protagonista nas negociações no Japão.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, chefe da delegação brasileira, disse estar satisfeita. "É realmente uma vitória. Estou certa que temos um novo arranjo para a conservação biológica. Para nós é bom, finalmente avançamos, mas não é excelente."

Ela diz isso porque algumas posições brasileiras, como o efeito retroativo para direitos sobre a biodiversidade (haveria royalties por substâncias já desenvolvidas e comercializadas, por exemplo), não estão no acordo.

A ministra defendeu, porém, que algum acordo é melhor do que nenhum acordo. "É necessário entender que precisamos de conciliação, senão não há resultados."

Ela diz que o sucesso de Nagoya, com um consenso entre centenas de países, pode servir de exemplo para as negociações do clima, que seguem em Cancún, em dezembro. "Sou uma mulher pragmática e otimista."

Não foi só Teixeira que saiu de Nagoya sorrindo. O clima entre os representantes de todos os países era de comemoração pelo acordo, que parecia distante conforme as negociações avançavam pela madrugada de sexta para sábado no Japão.

"Não é só um protocolo chato. Ele se refere a bilhões de dólares da indústria farmacêutica", disse Tove Ryding, do Greenpeace.

"Se Kyoto entrou para história como o lugar onde o acordo do clima nasceu, em 1997, Nagoya terá destino similar", diz Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CBD), responsável pela conferência. Além do protocolo sobre a biodiversidade, várias metas de aumento na quantidade de terras e áreas marítimas preservadas foram estabelecidas.

A única ausência notável foi a dos Estados Unidos, que nunca participaram da CBD. (Ricardo Mioto)

Fonte: Folha de SP