sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Unidade de conservação tem queimada e gado mesmo após operação Boi Pirata



Ocupantes da Floresta Nacional do Jamanxim - uma das unidades de conservação campeãs em queimadas na Amazônia - haviam sido notificados para retirar os animais. Segundo o Greenpeace, os incêndios seriam provocados para abrigar novos pastos.

Seis meses depois do fim da operação Boi Pirata na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará, uma grande quantidade de gado foi flagrada pastando ao lado de uma área queimada em uma das maiores Unidades de Conservação da Amazônia. A Boi Pirata foi criada justamente para expulsar o gado dessas unidades.

Ocupantes de área equivalente a quase oito vezes o tamanho da cidade de São Paulo haviam sido notificados a retirar todo o gado da reserva. Mas ele estava pastando dentro da Unidade de Conservação ao lado de novas áreas de queimadas - provocadas para abrigar novos pastos, avalia André Muggiati, coordenador do Greenpeace.

Na semana passada, a Flona do Jamanxim teve seu território sobrevoado por uma equipe da ONG ambientalista. As fotos a que o Estado teve acesso foram feitas durante o sobrevoo. O gado estava mais ao centro, distante das fronteiras da floresta.

A Flona do Jamanxim é uma das unidades de conservação campeãs em queimadas na Amazônia, segundo boletim da ONG, baseado em dados dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre o final de julho e o dia 22 de agosto, foram detectados 885 focos de incêndio na Jamanxim.

"O gado deveria ter sido todo retirado", reagiu nesta quinta-feira Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes, responsável por administrar as unidades de conservação do País. A presença de gado na reserva federal depois da passagem da operação Boi Pirata, segundo ele, é mais um lance do conflito que envolve a sobrevivência da reserva. "Há um confronto entre o estado e ocupantes da Flona", observou.

Na Flona do Jamanxim há uma guerra de números sobre o que se passa no local. O presidente do sindicato rural de Novo Progresso, Agamenon Menezes, disse que há mais de 100 mil cabeças de gado no interior da reserva. "Tiraram apenas umas 350 cabeças, o restante ninguém tirou não, é tudo fantasia", disse Menezes, que também é representante da Federação de Agricultura e Pecuária do Pará.

No balanço da operação Boi Pirata no Jamanxim, iniciada em julho de 2009, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contabilizou a retirada de 100 mil cabeças de gado, de forma voluntária, pelos proprietários. A apreensão de gado teria alcançado mil cabeças.

Nesta quinta-feira, o Ibama insistiu que o principal objetivo da operação foi atendido. Em um ano, o desmate na unidade caiu 93%. "Apesar da presença de gado remanescente, o desmatamento estancou", disse Bruno Barbosa, coordenador-geral de fiscalização.

Apesar dos problemas para consolidar e fiscalizar a área de proteção ambiental na Flona do Jamanxim, o presidente do Instituto Chico Mendes revelou que o governo quer criar mais 1,5 milhão de hectares em novas unidades de conservação na Amazônia até o fim do ano.

A extensão supera o tamanho da Jamanxim. Representa quase dez vezes a cidade de São Paulo. "Problemas não podem servir de desculpa para não criar novas unidades. O que não virar reserva vai se transformar em pasto", justificou Mello. Ao mesmo tempo, projetos de lei no Congresso propõem a extinção de várias unidades já criadas. Censo do instituto no Jamanxim mostra que a área da reserva ainda é ocupada por posseiros, grileiros e proprietários legítimos de terras.

Floresta foi criada em 2006

Com mais de 1,3 milhão de hectares, a Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no Pará, foi criada no início de 2006, ano do assassinato da freira Dorothy Stang, em meio aos conflitos por terras no Estado. Com a criação da Flona, o governo queria barrar o avanço do desmatamento em uma das principais fronteiras na Amazônia.

Quatro anos depois da implementação da reserva, o governo ainda não pagou indenizações aos ocupantes e os limites da Flona estão sendo novamente discutidos.

O governo admite encolher em 10% o tamanho da reserva, mas adiou o desfecho da negociação para depois das eleições, revelou o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello.

A operação Boi Pirata teve uma nova edição, a terceira, há dois meses, no município de Macelândia, em Mato Grosso. O Ibama não prevê nova operação na Flona do Jamanxim.

Fonte: O Estado de SP

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS APROVA PROJETO NO CNPq


A Faculdade de Ciências Econômicas (FACEM) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) informa que o projeto Inovação, Diversidade e Sustentabilidade na Gestão de Territórios Rurais: monitoramento e avaliação do desenvolvimento do Assu-Mossoró e do Sertão do Apodi (RN) teve sua aprovação no âmbito do Edital MCT/MDA/SDT/CNPq - Gestão de Territórios Rurais Nº 05/2009.


O projeto, que terá sua coordenação a partir do Departamento de Economia, DEC/FACEM, buscará o envolvimento das Pró-reitorias de Pesquisa e Pós-Graduação, PROPEG, e de Extensão, PROEX, além de outras instâncias da UERN, e será desenvolvido em parceria com a UFERSA, UFRN, entre outras entidades.



Segundo os coordenadores da iniciativa, o projeto objetiva desenvolver atividades de pesquisa científica e extensão tecnológica que permitam o acompanhamento, monitoramento e avaliação do Sistema de Gestão Estratégica dos Territórios Rurais, através da implementação de duas Células de Acompanhamento e Informação. 


O seu foco é o desenvolvimento regional a partir de ações que direcionem para o aprimoramento das políticas públicas via estímulo do potencial humano e das organizacionais nos territórios rurais Assu-Mossoró e Sertão do Apodi, estes caracterizados pelo maior dinamismo econômico do Estado e pela forte presença tanto de uma agricultura moderna de exportação, quanto da agricultura familiar voltada para mercados locais e regionais. Além disso, nestes dois territórios encontra-se a mais alta densidade de assentamentos de reforma agrária do Rio Grande do Norte.


O Projeto é coordenado pelo Professor dr. Emanoel Márcio Nunes do DEC-FACEM, o qual possui uma equipe direta formada por dois professores colaboradores, dr. Alfredo Marcelo Grígio (UERN) e o dr. Marco Diodato (UFERSA), dois bolsistas EXP-1 que serão técnicos responsáveis pela ação de articulação nos territórios, e quatro bolsistas ATP-A, além de outros estudantes vinculados a professores envolvidos ou voluntários. O projeto, que possui um caráter estratégico significativo para a FACEM bem como para a UERN, terá duração de 3 anos e contará com aporte financeiro de R$ 774.429,88 do CNPq/SDT/MDA.



O início das atividades foi marcada pela participação do coordenador no I Encontro das Células de Acompanhamento e Informação da Região Nordeste, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do MDA, realizado entre 2 e 6 de agosto de 2010 em Brasília-DF.
"Já para o dia 9 do mês de setembro está sendo organizado um Seminário de Políticas Públicas, Desafios e Perspectivas do Planejamento Territorial para o Desenvolvimento Rural nos Territórios Assu-Mossoró e Sertão do Apodi. 


Este Seminário, que está previsto ocorrer na UFERSA, terá como propósito apresentar a proposta do Projeto para a comunidade acadêmica e os atores dos referidos territórios", diz o professor dr. Emanoel Márcio.

por: Mário Gerson Fernandes de Oliveira - AGECOM/UERN

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Cientista brasileiro descobre como coletar energia do ar


Alimentar casas e fábricas com eletricidade coletada diretamente do ar pode ser possível: cientistas brasileiros resolveram um enigma científico que durava séculos sobre como a umidade na atmosfera torna-se eletricamente carregada, abrindo caminho para seu aproveitamento.
Imagine dispositivos capazes de capturar a eletricidade do ar e usá-la para abastecer residências ou recarregar veículos elétricos, por exemplo.
Da mesma forma que painéis solares transformam a luz do Sol em energia, esses painéis futurísticos poderão coletar a eletricidade do ar - a mesma eletricidade que forma os relâmpagos - e direcioná-la de forma controlada para alimentar qualquer equipamento elétrico, nas casas e nas indústrias.
Se isso parece revolucionário demais, mais entusiasmante ainda é saber que a descoberta que poderá tornar esses sonhos uma realidade foi feita por um cientista brasileiro.
Fernando Galembeck, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresentou suas descobertas nesta quarta-feira (25) durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston, nos Estados Unidos.
"Nossa pesquisa pode abrir o caminho para transformar a eletricidade da atmosfera em uma fonte de energia alternativa para o futuro," disse Galembeck. "Assim como a energia solar está liberando algumas residências de pagar contas de energia elétrica, esta nova e promissora fonte de energia poderá ter um efeito semelhante."
Eletricidade atmosférica
A descoberta de Galembeck parece resolver um enigma científico que já dura séculos: como a eletricidade é produzida e descarregada na atmosfera.
No início da Revolução Industrial, os cientistas perceberam que o vapor que saía das caldeiras gerava faíscas de eletricidade estática - trabalhadores que se aproximavam dos vapores eram frequentemente atingidos pelos choques elétricos.
Mas essa eletricidade se forma também em locais mais amenos, quando o vapor de água se junta a partículas microscópicas no ar, o mesmo processo que leva à formação das nuvens - é aí que começam a nascer os relâmpagos.
Nikola Tesla ficou famoso pelas suas tentativas de capturar e utilizar essa eletricidade do ar, tentativas infelizmente nem sempre bem-sucedidas. Mas, até agora, os cientistas não tinham um conhecimento suficiente sobre os processos envolvidos na formação e na liberação de eletricidade a partir da água dispersa pela atmosfera.
"Se nós soubermos como a eletricidade se acumula e se espalha na atmosfera, nós também poderemos evitar as mortes e os danos provocados pelos raios," estima Galembeck.
Higroeletricidade
Os cientistas sempre consideraram que as gotas de água na atmosfera são eletricamente neutras, e permanecem assim mesmo depois de entrar em contato com as cargas elétricas nas partículas de poeira e em gotículas de outros líquidos.
Fernando Galembeck e sua equipe descobriram que a água na atmosfera adquire sim uma carga elétrica. O grupo brasileiro confirmou essa ideia por meio de experimentos de laboratório que simulam o contato da água com as partículas de poeira no ar.
Eles usaram minúsculas partículas de sílica e fosfato de alumínio - ambas substâncias comumente dispersas no ar - para demonstrar que a sílica se torna mais negativamente carregada na presença de alta umidade, enquanto o fosfato de alumínio se torna mais positivamente carregado.
"Esta é uma evidência clara de que a água na atmosfera pode acumular cargas elétricas e transferi-las para outros materiais que entrem em contato com ela," explicou Galembeck. "Nós a chamamos de higroeletricidade, ou seja, a eletricidade da umidade."
Coletores de energia do ar
No futuro, segundo Galembeck, poderá ser possível desenvolver coletores - similares às células solares que coletam a luz solar para produzir eletricidade - para capturar a higroeletricidade e permitir seu uso em residências e empresas.
Assim como as células solares funcionam melhor nas regiões mais ensolaradas do mundo, os painéis higroelétricos vão funcionar de forma mais eficiente em áreas com alta umidade, uma característica das regiões tropicais, Brasil incluído.
Alta umidade significa altos níveis de vapor de água no ar - um vapor que se torna visível ao se condensar e embaçar os vidros do carro, por exemplo, e cuja baixa intensidade incomoda tanto nos dias secos de inverno.
Galembeck afirmou em sua apresentação que uma abordagem semelhante poderia ajudar a prevenir a formação de raios. Ele vislumbra a colocação de painéis higroelétricos no topo de prédios em regiões onde ocorrem muitas tempestades. Os painéis drenariam a energia do ar, impedindo o acúmulo das cargas elétricas que são liberadas na forma de raios.
Seu grupo de pesquisa já está testando metais para identificar aqueles com maior potencial para utilização na captura da eletricidade atmosférica e prevenção dos raios.
"São ideias fascinantes que novos estudos, nossos e de outras equipes de cientistas, poderão tornar realidade," disse Galembeck. "Nós certamente temos um longo caminho a percorrer. Mas os benefícios no longo prazo do aproveitamento da higroeletricidade podem ser substanciais."
Fenômenos eletrostáticos
Durante o século 19, houve vários relatos experimentais associando a interface ar-água e os fenômenos eletrostáticos da chamada "eletricidade do vapor". O famoso Lord Kelvin idealizou um equipamento, que ele chamou de condensador de gotas de água, para reproduzir experimentalmente o fenômeno.
Contudo, até hoje ninguém havia conseguido descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas na interface ar-água.
Isso pode dar a dimensão dos resultados agora obtidos pelos cientistas brasileiros.
O trabalho de Fernando Galembeck e sua equipe demonstra que a adsorção do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes (dielétricos) ou de metais isolados - devidamente protegidas dentro de um ambiente blindado e aterrado - leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em um intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição.
A pesquisa verificou ainda um aumento acentuado nas cargas elétricas acumuladas quando são usados substratos líquidos ou isolantes sólidos, sob a ação de campos externos, quando a umidade relativa do ar se aproxima de 100%.
Fonte: Jornal da Ciência

Musical baseado no texto teatral “Esquina do mundo" ganha os palcos em espetáculo "a hora do cão-lobo"


O Musical baseado no texto teatral “Esquina do mundo - a hora do cão-lobo”, de Cláudia Magalhães (recentemente publicado em livro), vai ganhar os palcos natalenses com música de Danilo Guanais, direção de João Marcelino e produção executiva de Ana Lira e Fernando Rocha. 

O espetáculo terá sua estréia em janeiro de 2011. As audições para escolher o elenco do espetáculo ocorrerão de 18 a 22 de outubro no hotel Rifóles. A partir do dia 15 de setembro, no hotel, já estará a disposição dos interessados o material necessário para a audição, que consta de uma sinopse do espetáculo, descrição dos personagens e partituras musicais. Ensaios a partir de 25 de outubro. Mais informações com a produção, através do e-mail: fernandorocha5@hotmail.

Acontece, na UERN, aula inaugural do Doutorado Interinstitucional em Ciências da Saúde


 

Aconteceu no último dia 27, às 19h, no auditório Professor Milton Marques de Medeiros, na FACS, a aula inaugural do Doutorado Interinstitucional em Ciências da Saúde, com o título "A formação de Doutores para uma Universidade Contemporânea". A aula foi ministrada pelo Professor dr. Rubens Maribondo do Nascimento, Coordenador Geral da Pós-Graduação da UFRN.

O processo seletivo contou com a participação de 27 candidatos inscritos, sendo 17 alunos selecionados. Foram aprovados professores do curso de odontologia e Enfermagem do Campus de Caicó, Enfermagem do Campus de Pau dos Ferros, Medicina, Enfermagem e Serviço Social do Campus Central, sendo 9 mestres e 8 especialistas.

A UERN (Instituição Sediadora) será responsável pela maior parte das atividades relativas ao desenvolvimento do projeto DINTER, garantido uma infraestrutura de ensino e pesquisa e apoio administrativo do curso. Este será o primeiro programa de pós-graduação, nessa modalidade, que a UERN estará desenvolvendo. O produto dessa parceria com a UFRN e a CAPES tornará possível a formação de mais 17 doutores na a área da saúde.

CONHEÇA O PROGRAMA - O Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte celebram uma parceria de um programa de Doutorado Interinstitucional, referente à aprovação de proposta no Edital 05/2009, Ação Novas Fronteiras da CAPES.

O programa Dinter, instituído pela Portaria CAPES - DAV n° 067, de 14 de setembro de 2005, tem como objetivo viabilizar a formação de doutores fora dos grandes centros de ensino e pesquisa assegurando o padrão de qualidade requerido desse nível de curso. O Curso deverá ser oferecido por um programa com curso de doutorado já devidamente aprovado pela CAPES reconhecido pelo CNE/MEC.

O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde foi aprovado pela UFRN, Resolução nº. 021/2001-CONSEPE, de 17/04/2001, e pela CAPES, nível mestrado, inicialmente, de acordo com o Ofício nº ref. CAA/CTC/196, de 17/12/2001. Atualmente tem conceito 5 na CAPES e compreende um programa multi e interdisciplinar, com a intenção de atingir a transdisciplinaridade, interagindo com a Ecologia, Bioética, Teologia, Educação, Humanidades, Artes, Física, Química, Matemática, Oceanografia, Agronomia, Veterinária, Planejamento, Gestão e Política, Ciências Aplicadas e Básicas, entre outras disciplinas.

por: Mário Gerson Fernandes de Oliveira



quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Carta-compromisso pela educação será lançada na próxima semana



A carta é endereçada aos futuros governantes e parlamentares para nortear a construção de um Projeto Nacional de Educação. O documento traz os desafios prioritários e compromissos fundamentais para garantir educação de qualidade para todos.

A Educação no Brasil apresentou avanços nos últimos anos, mas ainda há uma enorme dívida histórica com a qualidade do ensino. A partir desse cenário, diversas entidades se uniram com o objetivo de elaborar a carta-compromisso.

A iniciativa visa comprometer os candidatos com a urgência de políticas públicas educacionais que garantam, efetivamente, o direito da educação de qualidade para todos e todas. Como primeiro e mais decisivo passo está a institucionalização do Sistema Nacional de Educação, tal como determina o Art. 214 da Constituição Federal de 1988 e deliberou a Conferência Nacional de Educação (Conae 2010).

O trecho inicial da carta-compromisso diz o seguinte: "Para assegurar o Estado Democrático de Direito, implantado pela Constituição Federal de 1988, as entidades e os movimentos proponentes entendem que a questão educacional ocupa lugar central dentre todas as urgências que se impõem à nação brasileira. O enfrentamento do desafio constitucional de garantir o direito à Educação de qualidade para todos e todas e cada um dos brasileiros e brasileiras passa necessariamente pela implementação de medidas urgentes que possam não só consolidar os avanços alcançados, mas levar à construção de um Projeto Nacional de Educação capaz de tornar mais justa, sustentável e próspera a sociedade brasileira".

A carta-compromisso aponta os principais desafios que nossa educação precisa enfrentar nos próximos anos, não apenas aos candidatos que assumem no ano de 2011, mas também aos governantes futuros. Para tanto, apresenta quatro compromissos fundamentais que devem ser assumidos para se promover os avanços necessários que a Educação brasileira demanda.

"As instituições e os movimentos proponentes desta Carta-Compromisso avaliam que há condições favoráveis para a construção e implementação de um novo Projeto Nacional de Educação (...)[que] tem de ir além do tempo de um governo, incorporando toda esta energia crítica e criativa e aproveitando as oportunidades políticas para avançar na perspectiva dos direitos sociais".

A carta-compromisso, após seu lançamento, será apresentada para a assinatura dos candidatos.

Assinam o documento a SBPC, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), a Campanha Nacional pelo Direito à Educação (Campanha), o Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimento de Ensino (Contee), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Movimento Todos pela Educação, a União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

(Assessoria de Comunicação do Movimento Todos pela Educação)


Cientistas esperam que próximo presidente resolva gargalo da inovação tecnológica


Um antigo gargalo no setor de ciência e tecnologia que, segundo cientistas e pesquisadores, impede a interação entre as universidades e as empresas privadas na produção de novas tecnologias para o país, terá que ser resolvido pelo próximo presidente da República.

Para Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC - que congrega mais de dois mil pesquisadores, professores e estudantes - o próximo ocupante do Palácio do Planalto deve estimular a criação de institutos capazes de promover essa integração.

Segundo ele, as universidades federais e estaduais são as principais produtoras de pesquisa no país. Porém, poucos experimentos conseguem sair dos laboratórios e chegar ao setor privado para agregar valor a matérias-primas ou inovar os produtos e processos.

Raupp cita, como exemplo bem-sucedido dessa interação, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o presidente da entidade, a Embrapa consegue interagir com a academia e os agricultores, tornando-se um dos pilares para o agronegócio brasileiro ganhar competitividade no cenário mundial.

"Pode ser uma empresa ou um sistema de instituto voltado a intermediar as demandas do setor privado com o que é produzido nas universidades.", disse o físico. De acordo com ele, um dos entraves é a atual legislação, que precisa ser alterada para propiciar tal prática.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, defende mais incentivos fiscais para estimular a inovação dentro das fábricas. "É preciso facilitar a participação do pesquisador nos programas de desenvolvimento de pesquisas no setor privado", afirmou o matemático.

Atualmente, as leis do Bem e da Inovação e outras medidas legislativas concedem benefícios fiscais para quem investe em inovação e desenvolvimento tecnológico, como isenção no Imposto de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O vice-presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Guilherme Marco de Lima, defende os projetos de parcerias a longo prazo e reclama que os atuais mecanismos de financiamento para a inovação não acompanham o ritmo do processo da iniciativa privada.

"As datas de muitos editais [com recursos para financiar desenvolvimento tecnológico], por exemplo, não coincidem com o período de formulação de projetos das empresas", disse.

Outro desafio, segundo Lima, é que haja fomento para todas as fases de inovação de um produto, desde o estudo até chegar ao consumidor. A Anpei tem 166 associados, sendo empresas, entidades e pessoas físicas.

Atualmente, cerca de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil - vão para a produção científica e tecnológica, segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em outros países, como Japão, esse percentual é superior a 2%. O Brasil responde por 2,7% da produção científica mundial, ocupando a 13ª posição no ranking internacional.

Fonte: Jornal da Ciência/Agência Brasil

Prorrogadas as inscrições de resumos para Reunião Regional na Bahia

A Reunião Regional da SBPC acontecerá entre os dias 14 e 17 de setembro. Com sede nas dependências da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), o encontro contará com mais de 200 atividades, divididas em três blocos: programação sênior, mirim e da terceira idade. O objetivo do evento é contribuir para o desenvolvimento sustentável dos municípios do Recôncavo.

O prazo para a submissão de resumos dos trabalhos era 23 de agosto, mas foi prorrogado até o fim da semana.

A programação sênior, cuja expectativa é reunir três mil inscritos, será voltada para professores, pesquisadores, estudantes de graduação e profissionais de diversas áreas. Serão realizadas 19 conferências, 20 mesas-redondas e cinco simpósios, nos quais participarão cientistas renomados de todo o país e gestores do sistema de ciência e tecnologia (C&T) municipal e estadual.

A Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia é aberta ao público e gratuita. A inscrição, que custa R$ 10 e pode ser feita no site do evento, é exigida apenas para aqueles que desejam se matricular em um dos minicursos. Mais informações, www.sbpcnet.org.br/reconcavo/

Fonte: Jornal da Ciência

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bahia recebe Congresso Mundial para discutir os direitos dos animais


A partir desta quarta-feira, 25, até o dia 28, Salvador será sede do II Congresso Mundial de Bioética e Direitos dos Animais. O evento é organizado pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, UFBA, e pelo Instituto Abolicionista pelos Animais.

O tema central dos debates será “Perspectivas para a vida em um planeta em mudança”. Serão abordadas, também, questões da atualidade como mudanças climáticas, energia nuclear, ecologia profunda, células-tronco, aborto, eutanásia e direitos dos animais.

O Brasil tem assumido um papel de destaque nas discussões sobre o direito dos animais, ao lado dos Estados Unidos e da Espanha, onde o Parlamento da Cataluho proibiu, a partir de 2012, as tradicionais touradas.

Durante o encontro serão oficializados convênios entre universidades brasileiras e estrangeiras para o intercâmbio de professores e estudantes.

De acordo com a organização, destacam-se entre os conferencistas estanfgeiros os pesquisadores Carlos Romeo Casabona, da Universidade de Bilbao; Marita Candela, da Universidade Autônoma de Barcelona; Carmem Velayos, da Universidade de Salamanca; David Favre, da Michigan State University; David Cassuto, da Pace University; Steven Wise, da Vermont University; Pamela Frasch e Kathy Hessler, da Lewis & Clark University e o filósofo Peter Singer da Princeton University.


Fonte: Ambientebrasil/UFBA.

Aneel garante novo leilão de fontes alternativas em 2011

O governo vai colocar de vez as fontes alternativas de energia elétrica no calendário regular de leilões realizados no país. Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, está garantida a realização de um novo leilão de fontes alternativas para 2011.

"O Brasil busca uma matriz energética cada vez mais limpa. Neste ano, conseguimos contemplar todas as fontes alternativas sem incluir uma térmica, o que é um avanço para o país", disse Hübner ao Valor. "Com certeza teremos mais um leilão de fontes alternativas no ano que vem."

O posicionamento da Aneel é um sinal verde para os investidores do setor. Os empresários veem na regularidade dos leilões a garantia básica para tocar novos investimentos. "Em 2009, nós passamos praticamente em branco, sem leilões dedicados à biomassa. Isso desarticula toda a indústria", diz Zilmar José de Souza, assessor de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). "Com mais leilões, os empresários têm segurança para investir e buscar linhas de financiamento."

Para os dois leilões de fontes alternativas que acontecem nesta quarta e quinta-feira, foram habilitados um total de 366 usinas para o leilão de reserva e 368 para o leilão de A-3, o qual prevê o início do fornecimento de energia em 2013. Os contratos de reserva têm duração de 15 anos, enquanto o leilão de A-3 prevê fornecimento por 20 anos.

Na avaliação da Unica, o número de empreendimentos de biomassa (bagaço de cana, resíduos de madeira e capim elefante) habilitados para participação da disputa - 40 para o leilão de reserva e 33 para o leilão de A-3 - foi satisfatório, mas poderia ter sido bem maior se considerado o potencial não explorado das usinas de etanol e de açúcar em operação.

Hoje, há 434 usinas desse setor instaladas no país, mas apenas 100 delas têm estrutura preparada para vender a terceiros a energia excedente que produzem. "Isso significa que só 22% dessas usinas exportam energia", afirma Souza.

O maior desafio das usinas adaptadas para gerar energia (as chamadas "retrofits"), entretanto, está em sua capacidade de atualizar a estrutura existente para gerar e vender energia, já que boa parte delas nasceu como fabricante exclusivo de açúcar e etanol.

Segundo a Unica, muitas vezes os investimentos dessa transição - que passa por aquisições de caldeiras e montagem dos pontos de conexão até as redes de distribuição e de transmissão de energia - podem não se justificar, dado o preço-teto estipulado para os leilões. Estima-se que a montagem dessa estrutura representa aproximadamente 30% do investimento total para a cogeração de energia.

O valor definido para o leilão de reserva desta semana é de R$ 156/MWh, e de R$ 167/MWh para o leilão A-3. Segundo a Unica, o preço-teto para o leilão de reserva, em valores atualizados, representa 90% do praticado em 2008.

Um conjunto de medidas que incentive a entrada de mais usinas de etanol e açúcar no fornecimento de energia elétrica está em análise constante no Ministério de Minas e Energia (MME), diz Hamilton Moss de Souza, diretor da Secretaria de Política Energética do ministério.

Em paralelo à realização dos leilões, Moss de Souza afirma que o ministério avalia a possibilidade de mudanças na modicidade tarifária praticada em chamadas públicas feitas por distribuidoras. "Mantemos um diálogo aberto com o setor e temos buscado melhorias, mas é preciso olhar para todas as fontes alternativas, não apenas biomassa."

Segundo Roberto Meira Junior, coordenador-geral de fontes alternativas do ministério, as usinas de biomassa têm crescido rapidamente e a tendência é que, no longo prazo, deixem de ser enxergadas como fonte alternativa de energia. "Elas já são uma alternativa competitiva e tendem a brigar com as hidrelétricas, que são a principal fonte do país", afirmou.

Os projetos habilitados para o leilão de reserva desta semana somam 10.745 megawatts (MW) de potência instalada, sendo 8.202 de eólica, 2.375 de biomassa e 168 de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com início de operação no mês de setembro de 2011. Para o leilão de A-3, são 10.415 MW, e o prazo inicial para entrega de energia é janeiro de 2013.

Até o ano passado, a bioeletricidade sucroenergética - produzida a partir do bagaço e da palha da cana - respondia por 3% da matriz elétrica do país, segundo a Unica. Entre 2015 e 2016, estima-se que o potencial desse setor eleve a participação para 11%, chegando a 8.158 MW médios. Entre 2018 e 2019, esse setor pode atingir a capacidade da usina de Itaipu.

A defesa pelas fontes alternativas não prevê exatamente uma competição com as hidrelétricas, mas um complemento à matriz energética do país. O objetivo é que os períodos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas sejam compensados com a safra da cana na região Sudeste e os ventos fortes do Nordeste e do Sul.


Fonte: Valor Econômico

Cadastro de unidades de conservação está mais acessível


O que você conhece sobre as unidades de conservação brasileiras? As respostas sobre quantas são, como são gerenciadas, se estão abertas para visitação, se têm plano de manejo, entre outras informações, estão disponíveis no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (Cnuc), um banco de dados com as informações oficiais do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), que pode ser acessado por meio de consultas personalizadas, relatórios e mapas.

O novo portal do Cadastro, lançado em comemoração aos 10 anos do SNUC e ao Ano Internacional da Biodiversidade, é mantido pelo Ministério do Meio Ambiente com a colaboração do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e de outros 93 órgãos gestores estaduais e municipais.

Para as consultas é possível usar filtros como: categoria de manejo - são 12 categorias de UC; esfera administrativa - federal, estadual ou municipal; unidade da Federação; bioma - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Zona Costeira e Marinha; programas e projetos, entre outros. Os dados são disponibilizados em uma ficha com dados sobre os atos legais que criaram a UC, o bioma em que está situada a unidade, o seu plano de manejo, o órgão gestor, além de informações sobre visitação quando permitida.

É possível também acessar os 14 mapas pré-confeccionados que mostram a distribuição das unidades de conservação nos biomas nas três esferas de gestão, além das áreas prioritárias para a conservação no território brasileiro. A ferramenta utilizada para a construção desses mapas é interativa e permite aos usuários modificá-los conforme as suas necessidades. Uma terceira possibilidade é o acesso às informações por meio de relatórios em texto ou tabela.

As unidades de conservação inscritas no CNUC compõem os dados oficiais sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Hoje existem oficialmente 743 unidades de conservação: 310 federais, 374 estaduais e 59 municipais, o que representa 100% das unidades federais, 60% das estaduais, mas apenas 7% das unidades municipais.

A responsabilidade pela inscrição, inserção e atualização dos dados de cada UC é de seus órgãos gestores, cabendo ao MMA, por meio do Departamento de Áreas Protegidas, avaliar os dados para checar se estão de acordo com o Snuc.

O cadastramento das informações, além de essencial na elaboração de análises e balanços oficiais para subsidiar políticas públicas, é peça fundamental para a transformação do Cadastro no portal de conhecimento sobre as UC brasileiras, além de habilitar as UC cadastradas a receber recursos de compensação ambiental (Resolução Conama 371/2007) e apoio dos programas e projetos do MMA, como o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e Projeto Corredores Ecológicos.

Acesse: www.mma.gov.br/cadastro_uc

Fonte: MMA

Instituto Nacional do Semiárido representa Brasil em Cúpula com países árabes

O Instituto Nacional do Semiárido (Insa) é o novo representante do Brasil, junto à Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa).

A cúpula é um mecanismo de cooperação e um fórum de coordenação política, criado na I Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, no ano 2005, para discutir formas de combater a desertificação em regiões áridas e semiáridas.

A definição do Insa como Ponto Focal Regional dos países da América do Sul aconteceu numa mesa de diálogo organizada pelo Itamaraty, na Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID+18), encerrada na última sexta-feira, 20 de agosto, em Fortaleza (CE).

Integram a Aspa 34 países, entre Estados sul-americanos e árabes, bem como o Secretariado-Geral da Liga dos Estados Árabes (LEA) e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

O diretor do Insa, Roberto Germano Costa, informou que entre os principais objetivos da cooperação está desenvolver e viabilizar a implementação de projetos técnico-científicos e pesquisas sobre impactos de mudanças climáticas, redução de vulnerabilidade, degradação ambiental e desertificação entre os países participantes.

"É um modo para estabelecermos uma rede de trabalho que garanta a criação de protocolos de prevenção e recuperação de áreas afetadas pela desertificação, que aumenta o processo de empobrecimento, a desnutrição e leva as pessoas a migrarem", ressalta Germano.

De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), a previsão é de que até 2100, 50% das áreas emersas do planeta estejam afetadas pela desertificação. No Brasil, a situação também preocupa. Dados do Programa de Combate à Desertificação (PCD), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), apontam que já existem, no país, cerca de 900 mil quilômetros quadrados bastante afetados pela desertificação. As áreas ficam, sobretudo, no Semiárido do Nordeste.
Fonte: Aline Guedes, Assessoria de Comunicação do Insa