sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Carta aberta aos presidenciáveis



Os jornalistas brasileiros, legitimamente representados pela FENAJ e os seus 31 Sindicatos filiados, vêm a público reivindicar dos candidatos à Presidência da República que se comprometam com as bandeiras da democratização da comunicação e com a defesa do Jornalismo como bem público essencial à democracia, e dos jornalistas como categoria profissional responsável pela efetivação do direito da sociedade à informação.


Há no país uma ação permanente patrocinada pelos grandes grupos de comunicação para desqualificar o Jornalismo, confundindo propositadamente a produção de informação com entretenimento, ficção e mera opinião. Igualmente, a categoria dos jornalistas sofre ataques à sua constituição e organização.


Por isso, mais uma vez, os jornalistas brasileiros afirmam a defesa da regulamentação da profissão e conclamam a futura ou futuro presidente a apoiar a luta pela aprovação das Propostas de Emendas Constitucionais (PECs), em tramitação no Congresso Nacional, que restituem a exigência da formação de nível superior específica para o exercício do Jornalismo.

Nossa categoria entende que a luta pela regulamentação da profissão e pela democracia da comunicação é de interesse público. Baseada nesta compreensão, pede a continuidade da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) como instância democrática e plural de discussão e deliberação das políticas públicas para o setor.

Afirmamos a necessidade de o governo brasileiro dar sequência às decisões da 1ª Confecom, destacando como prioridade a criação do Conselho Nacional de Comunicação como instância deliberativa, do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ) e do Código de Ética do Jornalismo assim como a aprovação de uma nova e democrática Lei de Imprensa para o país.

Os jornalistas brasileiros têm a certeza de que o futuro ou futura presidente da República comprometer-se-á com a construção desse grande projeto nacional porque significa a defesa da Liberdade de Expressão e Imprensa e da democracia no Jornalismo, na Comunicação e no Brasil. 



FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas



Brasília, 15 de outubro de 2010.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O Brasil de olho nas chuvas


O Brasil se prepara para integrar uma constelação de satélites que vai monitorar as chuvas na Terra. O Programa Internacional de Medidas de Precipitação (Global Precipitation Measurement, GPM) vai aprimorar programas em curso, produzindo estimativas de chuva a cada 3 horas.

Para tanto, já está em negociação com a Nasa, a agência espacial dos EUA, e a CNES, a agência espacial francesa, a inclusão de instrumentos das duas instituições em um satélite nacional, batizado GPM-Brasil, que deverá ser lançado até 2015, conta Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

- Há um problema sério na previsão do tempo, principalmente em relação a chuvas intensas, que em zonas urbanas podem provocar desastres - diz Câmara. - Com as mudanças climáticas, aumentarão as chuvas de maior intensidade e o Brasil é um país que poderá sofrer muito. Então, para nós é importante ter formas de medir isso, o que poderá levar a uma redução no número de mortes decorrentes de tempestades. Será um projeto de uso direto da sociedade, e não só científico.

Segundo o diretor do Inpe, o GPMBrasil deverá usar a mesma plataforma do Amazônia 1, satélite de monitoramento de recursos terrestres que deve ser lançado em 2013. Seu desenvolvimento, previsto no Plano Nacional de Atividades Espaciais, tem recursos do Orçamento da União.

- O ponto de vista do espaço é único, permite uma cobertura com alta precisão - reforça Michael Freilich, diretor de Ciências da Terra da Nasa.

Mas, antes mesmo do Amazônia 1, em novembro do ano que vem o Brasil deverá lançar o Cbers-3, sigla em inglês para Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres. No início deste ano, o Cbers-2B, lançado em 2007, apresentou problemas e suas operações foram encerradas antes do previsto.

Mas, graças à cooperação internacional, o país não enfrenta prejuízos nos principais dados que eram monitorados por ele - queimadas, desmatamento e mudanças no uso da terra.

- A perda do Cbers-2B não era algo que se esperava, mas aconteceu. Satélites são sensíveis e podem apresentar problemas - explica Câmara. - Suprimos as informações que o Cbers-2B produzia com outros satélites, como os Landsat e o indiano ResourceSat1. Mas a ideia é que, ao longo do tempo, aumente o número de satélites para monitoramento do território brasileiro - conclui. (César Baima)


Fonte: O Globo

R$ 4 milhões para pesquisas sobre o crack


Para ampliar a geração de conhecimentos que contribuam para a orientação de políticas públicas e possibilitar o desenvolvimento de formas mais eficazes de prevenção e novas abordagens terapêuticas, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram o Edital 41/2010.

De acordo com o gestor, Marcos Vinício Borges Mota, "a chamada se enquadra nos esforços do governo federal para resolução de um problema de saúde pública, pois o consumo da droga tem aumentado no Brasil, com graves consequências sanitárias e sociais nas vidas dos usuários e da comunidade de uma forma geral".

O edital vai permitir a realização de estudos sobre a droga, como o perfil do usuário, padrões de consumo, vulnerabilidade e modelos de intervenção. "Busca-se gerar e disponibilizar conhecimento científico através do financiamento das pesquisas. Os benefícios podem ser muitos: descrição da realidade dos usuários, das formas de tratamento, dados epidemiológicos confiáveis etc.", afirma Mota.

O proponente deve possuir o título de doutor e ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes e ser obrigatoriamente o coordenador do projeto. As propostas devem ser encaminhadas ao CNPq exclusivamente via Internet, por meio do Formulário de Propostas Online, disponível na Plataforma Carlos Chagas até 25 de novembro.

Temas

São três grandes temas de estudo, compostos por 10 linhas de pesquisa. O tema 1 trata da "Caracterização dos usuários"; o segundo tema é "Avaliação da Rede Assistencial"; e o terceiro tema é "A atenção clínica ao usuário de crack".

As propostas aprovadas serão financiadas pelo valor global estimado em R$ 4 milhões de reais, R$ 2 milhões oriundos do orçamento do Fundo Setorial da Saúde, R$ 2 milhões oriundos do orçamento do Ministério da Saúde.

Existem duas faixas de financiamento. A primeira, para projetos com orçamento proposto entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, destina-se a estudos multicêntrico, preferencialmente com representatividade regional. A faixa II abarca projetos cujo valor do orçamento proposto esteja entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.

Veja o edital em http://www.cnpq.br/editais/ct/2010/041.htm

Fonte: Assessoria de Comunicação do CNPq

Brasil vai reafirmar compromisso de proteção dos biomas em conferência da ONU

O governo brasileiro deve repactuar os compromissos assumidos na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), durante a 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que ocorrerá a partir do dia 19, em Nagoya, no Japão.

O Brasil havia assumido o compromisso, ao assinar a convenção, de garantir, até 2010, a cobertura, por meio de unidades de conservação, de 10% de proteção de cada bioma e de 30% da Amazônia.

A informação foi dada à Agência Brasil pelo diretor de Florestas da Secretaria da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João de Deus Medeiros.

Segundo ele, com um percentual menor do que o da Amazônia, a área protegida nos demais biomas ainda está distante do proposto na CDB. "É uma meta que ainda representa um grande desafio para o país. Mas nós acreditamos que há cada vez mais sinais de que isso é uma prioridade defendida pela sociedade. Nós precisamos aprimorar esses mecanismos de negociação para que a sociedade entenda a necessidade e a urgência dessas ações. E, com isso, a gente tenha maior facilidade para efetivar a criação dessas novas áreas".

Medeiros afirmou que, apesar de não ter cumprido a meta proposta na CDB, o Brasil foi o país que mais contribuiu para a conservação da biodiversidade nos últimos anos. A COP-10 vai trazer ao debate os problemas que estão ameaçando espécies vegetais e animais em todo o mundo. Ele acredita que, na conferência, o país terá maior legitimidade para cobrar os compromissos assumidos pelos outros países, principalmente os desenvolvidos.

O diretor de Florestas do ministério lembrou que as nações industrializadas também são signatárias da CDB e, apesar de não terem mais um percentual de biodiversidade muito significativo, têm um papel importante a desempenhar na negociação internacional, para auxiliar os países detentores de biodiversidade a implementar essas ações nos seus territórios.

Medeiros disse que os biomas Cerrado e Caatinga são os que apresentam as maiores vulnerabilidades no que diz respeito à conservação, embora a Mata Atlântica tenha sido o bioma mais impactado ao longo do processo histórico brasileiro.

"Em biomas como o Cerrado e a Caatinga, nós temos uma situação duplamente complicada, que é uma representatividade ainda baixa e a distribuição, no bioma e nas categorias de proteção e uso sustentável, ainda muito desequilibrada". Além disso, ele ressaltou a influência da ação humana sobre os biomas, como o agronegócio, que "é um fator de conflito".

(Alana Gandra, da Agência Brasil, 14/10)

Preocupação ambiental é política de Estado, diz ministra sobre sustentabilidade na Amazônia


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (13) que a política ambiental brasileira não é apenas uma política de governo, mas de Estado e que os resultados alcançados até o momento - sobretudo no combate ao desmatamento na Amazônia - "transcendem" o ciclo de governos.

"A partir do momento em que temos dados que nos mostram que o desmatamento está reduzindo, tenho que oferecer alternativas para o desenvolvimento daquela região. Independentemente do momento político que estamos vivendo hoje, temos uma preocupação do Estado brasileiro em gerar os insumos necessários para a formulação de novas políticas públicas", disse.

Ao participar do seminário "Visão Estratégica da Amazônia", promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Izabella afirmou que quer reunir a comunidade científica e os governos estaduais para que seja feita uma "reflexão de natureza estratégica" sobre os próximos passos a serem dados na Amazônia.

Durante o evento, o ministro da SAE, Samuel Pinheiro Guimarães, cobrou que cada pasta assuma metas específicas para a Amazônia. "Senão, corremos o risco de ficarmos em uma tentativa permanente de enfrentar esse desafio", alertou.

Guimarães chegou a citar avanços como o deslocamento das Forças Armadas para regiões fronteiriças da Amazônia, mas avaliou que "o tamanho do desafio exige esforços ainda maiores".

Plano

O secretário executivo da SAE, Luiz Alfredo Salomão, propôs, durante o seminário, a montagem de um arranjo institucional multiministerial para conduzir os trabalhos do Plano Amazônia Sustentável (PAS).

Para Salomão, a grande dificuldade enfrentada na coordenação e avaliação do Plano é justamente o fato de o PAS não ser um programa, um conjunto de atividades concretas a serem monitoradas. "A tarefa é bastante complexa porque não pode se restringir às questões ambientais, mas deve-se levar em conta questões de ordem produtiva, social e de defesa", afirmou.

Segundo o secretário executivo da SAE, a defesa é o ponto mais vulnerável do Plano Amazônia Sustentável. "Não pode haver desenvolvimento sem a defesa estar assegurada e, infelizmente, a defesa está omissa no PAS", disse.

Para ele, o Plano, elaborado de 2004 a 2006, não tem erros, mas lacunas que precisam ser preenchidas. Uma das sugestões apresentadas foi a complementação do pólo industrial de Manaus. "O pólo hoje está meio capenga e uma indústria química baseada no gás de Urucum, no potássio de Nova Olinda do Norte, impulsionaria e integraria esse pólo certamente".

Salomão também chamou a atenção para o fato de o estado do Amazonas ser hoje o terceiro maior produtor nacional de hidrocarbonetos, de gás e de petróleo, do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro e para o Espírito Santo. "Essa riqueza precisa ser colocada a serviço do desenvolvimento da região", defendeu.

A questão dos megaempreendimentos, relacionados à mineração e à energia hidrelétrica, foi criticada pelo secretário executivo. "A concepção desses empreendimentos não traz benefícios, necessariamente, para o povo da Amazônia. Os milhões de megawatts/hora que serão gerados pelas hidrelétricas, por exemplo, irão atender, sobretudo, à população do centro-sul", disse, ressaltando que isso, inclusive, tende a agravar as assimetrias existentes no país.

De acordo com o secretário executivo da SAE, a economia política que está montada para o aproveitamento dos recursos naturais da Amazônia espolia a região dos seus recursos naturais, privando a população dos benefícios que seu aproveitamento adequado poderia trazer.

"O Brasil não será uma nação desenvolvida se a Amazônia e o Nordeste permanecerem nos níveis de atraso em que se encontram, que se refletem nos péssimos indicadores sociais ostentados pela região", concluiu.
(Informações da Agência Brasil e do Portal da SAE)

Pesquisadores discutem em Manaus o futuro da Amazônia


Fruto de parceria entre a Interciencia - associação que congrega entidades e sociedades científicas de países das Américas -, a SBPC e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o simpósio internacional "O Futuro da Amazônia" reunirá pesquisadores de instituições do Brasil e do exterior.

Durante dois dias, serão debatidos temas de relevância para a Amazônia, em três painéis: bens e serviços ambientais; potencial da biodiversidade e desenvolvimento sustentável; e desafios ambientais.

A conferência de abertura será proferida pelo pesquisador Adalberto Luis Val, diretor do Inpa. Os presidentes da SBPC, Marco Antonio Raupp, e da Interciencia, Michel Bergeron, encerrarão o encontro e apresentarão as considerações e recomendações.

Haverá ainda uma sessão especial de entrega do prêmio Interciencia em Ciências da Vida 2010 ao pesquisador Rodolfo A. Sánchez, professor emérito da Universidade de Buenos Aires, Argentina.

Além de participar do simpósio, a Interciencia promoverá em Manaus, no dia 24 de outubro, seu 36º encontro anual.

O simpósio "O Futuro da Amazônia" é aberto ao público e não será necessária inscrição.

A programação pode ser conferida no seguinte link:

Mais informações: eventos@sbpcnet.org.br

PROEX ANUNCIA SELEÇÃO DE BOLSAS DO PROJETO CAJUSOL


A Pró-Reitoria de Extensão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PROEX/UERN) informa que estarão abertas, no período de 18 a 25 de outubro, as inscrições para a seleção de bolsas do Projeto CAJUSOL - Núcleo UERN. Serão ofertadas quatro bolsas, sendo três na área de Extensão do País (EXP-C) e uma bolsa de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI-C).

As inscrições podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e de 14h às 17h, pelo próprio candidato ou por outra pessoa, munida de procuração particular. Os candidatos devem efetuar as inscrições exclusivamente na Pró-Reitoria de Extensão - PROEX - Campus Central, mediante preenchimento de ficha de inscrição fornecida no local e entrega da documentação exigida.

O CAJUSOL é um projeto desenvolvido pela UERN, UFRN, UFERSA e EMPARN e financiado pela FINEP, tendo como objetivo desenvolver a cadeia produtiva do Caju e do Girassol nas regiões compostas pelos Territórios da Cidadania do Estado do Rio Grande do Norte.

Os profissionais selecionados irão desenvolver atividades de Extensão Rural e Trabalho Comunitário relacionados apenas com a cadeia produtiva do Caju, nos Territórios da Cidadania Açu-Mossoró, Sertão do Apodi e Seridó, num total de sete municípios, envolvendo 15 comunidades.

As bolsas terão duração de seis meses, compreendendo o período de novembro de 2010 a abril de 2011, podendo ser renovadas por mais seis meses, conforme necessidade e interesse da Coordenação do Projeto CAJUSOL - Núcleo UERN.

Mais informações: 3316-2868 
E-mail: assessoria.proex@uern.br 
por: Iuska Kaliany Freire de Oliveira

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

País reduz 800 milhões de sacolas em 1 ano

Recuse, reduza, reutilize. Com este slogan, o Brasil começou a enfrentar, há pouco mais de um ano, um dos principais problemas da poluição nas cidades. A campanha do Ministério do Meio Ambiente O Saco é um Saco – criada para diminuir o consumo e o descarte de sacolas plásticas no País – ganhou a simpatia da opinião pública, a adesão de municípios, empresas privadas e já atingiu bons resultados. O balanço de um ano, realizado pelo ministério, mostra que a campanha já conseguiu evitar a utilização de cerca de 800 milhões de sacolas plásticas no Brasil.

As três maiores redes de supermercado do País, com mais de 50% do mercado, aderiram à campanha desde o início. “Os grandes supermercadistas facilitaram o comportamento ecologicamente correto de seus clientes, implementando programas diferenciados de estímulo ao consumo consciente”, explica Fernanda Altoé Daltro, coordenadora da campanha no Ministério do Meio Ambiente.
Divulgação/ Ambiente Brasil
País reduz 800 milhões de sacolas em 1 ano
  • As sacolas plásticas têm alto impacto ambiental desde a sua fabricação
Entre as ações Segundo ela, a rede Walmart criou o caixa especial para clientes que usam sacolas retornáveis. O Carrefour começou a banir as sacolas plásticas de seus hipermercados em março de 2010. O Pão de Açúcar oferece pontos em seu cartão fidelidade aos clientes que recusam sacolas plásticas. “Mas não precisa ser grande para fazer o certo: caixas de papelão e sacolas retornáveis já são facilmente encontradas em qualquer mercado brasileiro”, informa a coordenadora.

São ao todo 15 parceiros institucionais incluindo Ongs ambientalistas, empresas públicas e privadas. Muitos municípios também estão aderindo espontaneamente à campanha. Em Jundiaí, no interior do estado de São Paulo, a prefeitura fez como outras 15 cidades do estado de Santa Catarina, no sul do País, que decidiram voluntariamente banir o uso das sacolas plásticas.

No site da campanha , dezenas de depoimentos de jovens e adultos que estão mudando seus hábitos a partir da iniciativa do governo. Dicas e esclarecimentos também estão disponíveis e ajudam o consumidor a formar uma ideia mais clara sobre o assunto. Ali é possível também aderir à campanha e entrar no clima da redução, reutilização e recusa das sacolas de plástico.




Impactos no meio ambiente


Práticas e gratuitas, as sacolas plásticas têm alto impacto ambiental desde a sua fabricação, pois para fazê-las é necessário utilizar petróleo ou gás natural como matéria-prima (ambos produtos não-renováveis que geram emissões de gases de efeito estufa em seu processo produtivo). A pegada ecológica das sacolinhas fica cada vez mais grave à medida que elas seguem na cadeia de consumo. De acordo com a coordenação da campanha, os brasileiros consomem cerca de 1,5 milhão de sacolinhas plásticas por hora. São 12 bilhões de sacolas por ano.

Depois de usadas uma vez, grande parte delas vai direto para o meio ambiente. No mar, as sacolas plásticas são confundidas com alimentos e acabam matando por asfixia tartarugas, aves marinhas e golfinhos. Nas cidades, as sacolinhas jogadas na rua ou descartadas de maneira displicente entopem bueiros e impedem o escoamento de água – agravando as enchentes.

Grandes rios brasileiros, como o Amazonas, já foram escolhidos como pontos de campanha de coleta das sacolas plásticas, devido ao excesso deixado pelos viajantes. As periferias das cidades, principalmente onde não há coleta de lixo adequada, estão lotadas de sacolas plásticas. Nos lixões, elas predominam. O problema afeta todos os países. O mundo consome cerca de 1 trilhão de sacolas plásticas todos os anos.


O que fazer?


A campanha O Saco é um Saco sugere algumas medidas que podem ser tomadas pelo cidadão para ajudar a livrar o País das sacolas de plástico. Reduzir ao máximo o consumo das sacolas é o primeiro. A primeira dica é levar uma sacola retornável para as compras sempre que possível. Se tiver de levar as sacolas, é bom utilizar toda sua capacidade.

Separar o lixo em casa – entre reciclável e orgânico – também ajuda. Sacos plásticos de outros produtos podem ser usados na lixeira ao invés das sacolinhas. É menos plástico em circulação. E quanto menos, melhor.

A mudança mais profunda que precisa ocorrer, no entanto, é procurar consumir menos, reduzir o uso de descartáveis e reutilizar ao máximo, conforme diz a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo: “Não há solução mágica ou única. Temos que mudar nosso comportamento, mudar de hábitos, não tem saída”.

COP 10

A Editoria Internacional do Portal Brasil vai acompanhar a 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10), que começa no 18 de outubro, em Nagoya (Japão), e elaborar matérias especiais sobre o tema. Entre os principais itens da agenda da COP-10 estará a aprovação do regime internacional de acesso a recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais a eles associados, bem como a repartição de benefícios oriundos da exploração comercial destes ativos. 

Fonte: Portal Brasil

Planeta perdeu 30% de recursos naturais



Em menos de 40 anos, o mundo perdeu 30% de sua biodiversidade. Nos países tropicais, contudo, a queda foi muito maior: atingiu 60% da fauna e flora original. Os dados são do Relatório Planeta Vivo 2010, publicado a cada dois anos pela organização não governamental WWF.

O relatório, cujas conclusões são consideradas alarmantes pelos ambientalistas, é produzido em parceria com a Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla em inglês) e Global Footprint Network (GFN).

"Os países pobres, frequentemente tropicais, estão perdendo biodiversidade a uma velocidade muito alta", afirmou Jim Leape, diretor-geral da WWF Global. "Enquanto isso, o mundo desenvolvido vive em um falso paraíso, movido a consumo excessivo e altas emissões de carbono."

A biodiversidade é medida pelo Índice Planeta Vivo (IPV), que estuda a saúde de quase 8 mil populações de mais de 2,5 mil espécies desde 1970.

Até 2005, o IPV das áreas temperadas havia subido 6% - melhora atribuída à maior conservação da natureza, menor emissão de poluentes e melhor controle dos resíduos. Nas áreas tropicais, porém, o IPV caiu 60%. A maior queda foi nas populações de água doce: 70% das espécies desapareceram.

Consumo desenfreado

A demanda por recursos naturais também aumentou. Nas últimas cinco décadas, as emissões de carbono cresceram 11 vezes.

O relatório afirma que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 33 países em geral desenvolvidos, são responsáveis por 40% da pegada de carbono global, e emitem cinco vezes mais carbono do que os países mais pobres.

Comparados a ela, os BRICs (grupo formado pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia e China) têm o dobro da população e uma menor emissão de carbono per capita. O problema, alerta o relatório, é se os BRICs seguirem no futuro o mesmo padrão de desenvolvimento e consumo da OCDE.

Índia e China, por exemplo, consomem duas vezes mais recursos naturais do que a natureza de seu território pode repor. Atualmente, os países utilizam, em média, 50% mais recursos naturais que o planeta pode suportar. Se os hábitos de consumo não mudarem, alerta o relatório, em 2030 se estará consumindo o equivalente a dois planetas.

Em resposta ao levantamento de 2008, a WWF elaborou um modelo de soluções climáticas, em que aponta seis ações concretas para reduzir as emissões de carbono e evitar maiores perdas de biodiversidade.

Entre elas, a organização aponta a necessidade de investir em eficiência energética, novas tecnologias para gerar energia com baixa emissão de carbono, adotar a política de redução da pegada de carbono e impedir a degradação florestal.

De 18 a 29 deste mês acontece em Nagoya, no Japão, a 10ª Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica. Criada em 1992, no Rio de Janeiro, a convenção tinha como principal meta reduzir significativamente a perda de biodiversidade até 2010. As Nações Unidas até definiram 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, mas os resultados ainda deixam muito a desejar.

Apesar da meta estabelecida, o relatório mais recente da ONU mostra que o planeta perdeu um terço do estoque de seres vivos existente em 1970. O documento aponta como ameaçadas de extinção 42% das espécies de anfíbios do mundo e 40% das de aves - e estima em US$ 2 trilhões a US$ 4,5 trilhões o prejuízo mundial anual com desmatamento.

Além da preservação da diversidade biológica mundial, outro tema deve ter destaque nas negociações: a repartição dos recursos oriundos da biodiversidade.

Fonte: O Estado de SP

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Insetos ajudam a desvendar homicídios

Pesquisadores de várias universidades tentam criar protocolos que facilitem uso da entomologia forense no cotidiano da polícia.

- Vocês acharam o corpo em uma floresta?

- Não. Em um descampado.

- O homicídio não ocorreu lá. Tudo indica que foi dentro de uma mata fechada.

O biólogo José Roberto Pujol Luz, da Universidade de Brasília (UnB), fornecia uma informação importante para os peritos. Ele não precisou examinar o corpo. Bastaram algumas larvas obtidas do cadáver. Pujol pertence ao restrito grupo de brasileiros que se dedicam à entomologia forense - ciência dos insetos aplicada à solução de crimes.

Um assassino, no interior de Minas Gerais, arrancara dedos, dentes, olhos, orelhas e nariz do cadáver. Sem conseguir identificar a vítima, os policiais utilizaram a pista de Pujol para procurar o criminoso nas cidades vizinhas: as larvas pertenciam a espécies da mata e não havia florestas no município onde o corpo foi encontrado.

Post-mortem

"As larvas de moscas já têm 2 centímetros", observa Watson. "Isso significa que a morte ocorreu há 10 ou 12 horas." No filme Sherlock Holmes, de 2009, o amigo do famoso detetive exemplificou o principal uso da entomologia forense: a estimativa do intervalo decorrido entre a morte e a descoberta do corpo - uma variável conhecida como intervalo post-mortem.

"Os insetos funcionam como um cronômetro", aponta Arício Linhares, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), considerado o iniciador da entomologia forense no país.

Graças ao seu aguçado olfato, as primeiras moscas chegam poucos minutos após a morte. Normalmente, depositam os ovos em locais protegidos, como os ouvidos, o nariz ou a boca. O tempo de desenvolvimento das larvas depende da espécie do inseto e da temperatura.

Depois de 72 horas, as previsões para intervalo post-mortem obtidas por critérios médico-legais se tornam muito imprecisas. É quando a entomologia forense surge como uma alternativa interessante.

Janyra Oliveira da Costa, do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Rio, recorda quando foi chamada para periciar um homem enforcado. Apesar do rosto desfigurado, o corpo apresentava um estado incomum de conservação.

Confusos, os legistas apostavam em uma morte recente. Ao investigar os insetos, Janyra percebeu o erro. As larvas mais velhas, aquelas que os peritos criminais procuram em primeiro lugar, testemunhavam uma morte ocorrida há semanas.

Linhares lembra o caso de uma garota encontrada morta em um canavial no interior de São Paulo. O cadáver já não permitia uma estimativa precisa do momento do crime. O médico-legista arriscou que o crime havia acontecido no fim de semana anterior. O palpite inocentava o namorado da vítima, que possuía um álibi para o período.

A equipe da Unicamp contestou: os insetos mostravam que o crime ocorrera dias depois, durante a semana. "Devolvemos o namorado à cena do crime", afirma o pesquisador. O rapaz acabou confessando o assassinato.

Linhares procura funções matemáticas que permitam, com base na espécie, na temperatura ambiente e no peso das larvas, determinar sua idade.

Pupas

Claudio Von Zuben, da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), em Rio Claro, também recorre à matemática para encontrar protocolos que facilitem a vida dos peritos.

No fim do período larval, os insetos costumam deixar o cadáver e procurar o solo, onde se enterram, transformando-se em pupas. Só depois emergem como formas adultas e aladas. As pupas são importantes para a perícia, pois costumam ser mais velhas que as larvas e, por isso, oferecem uma estimativa mais precisa do intervalo post-mortem.

"Não faz sentido o perito remover duas toneladas de terra para encontrar pupas", aponta Von Zuben, que desenvolveu protocolos periciais para a tarefa de achar pupas com o mínimo esforço e o máximo resultado.

Alexandre Uruhary trabalhava no laboratório de Pujol, na UnB, quando foi chamado para auxiliar a perícia dos locais relacionados a um crime que chocou Brasília. "Chegando lá, vi que os insetos contavam uma história com muita clareza", afirma Uruhary.

Policiais procuravam uma jovem desaparecida. Acompanhando de longe a investigação, o assassino percebeu que chegavam cada vez mais perto do corpo e resolveu escondê-lo em outro lugar. Uruhary não teve dúvidas ao ver um local repleto de pupas de moscas Chrysomya, as primeiras a colonizar o corpo: era o local do crime.

Tudo indicava que o assassino não havia conseguido realizar seu intento de transladar o cadáver e o deixou pelo caminho. Larvas de besouros, que só iniciam seu trabalho mais tarde, foram achadas onde o corpo havia sido deixado, possibilitando estimar quando o criminoso retornou ao local do crime para escondê-lo.

Patrícia Thyssen, da Unicamp, resolveu associar a entomologia forense à biologia molecular. Análises genéticas das larvas facilitariam sua identificação, que não dependeria mais de um conhecimento tão específico quanto a taxonomia de larvas de insetos, mas de um protocolo preciso e relativamente fácil de reproduzir.

Além disso, as ferramentas moleculares permitiriam diferenciar geneticamente populações de uma mesma espécie, mas que habitam lugares diferentes. Dessa forma, seria possível estimar com mais precisão o local onde aconteceu o crime, muitas vezes diferente do local onde o corpo é encontrado.

As novas tecnologias também transformam os insetos em verdadeiros registros químicos de como estava o organismo de uma pessoa no momento da sua morte. Substâncias que desapareceriam sem deixar rasto com a decomposição do corpo são preservadas nos insetos.

"É possível descobrir se a vítima de um crime usou algum tipo de droga: de cocaína a remédio para pressão", aponta Linhares. Basta analisar quimicamente as larvas ou as pupas. (Alexandre Gonçalves)

Fonte: O Estado de SP

Brasil exige recursos para conservação da biodiversidade


O Brasil chegará à Conferência da Biodiversidade de Nagoya, que começa neste dia 18, exigindo pelo menos US$ 1 bilhão por ano dos países ricos para a proteção da fauna e da flora até 2020.

Também demandará a aprovação de um acordo, há muito protelado, que estabelece pagamento pelo uso da diversidade biológica pelas indústrias de alimentos, fármacos e cosméticos.

Sem dinheiro na mesa e sem o protocolo, o país deve travar as negociações da COP-10 (10ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica), nome oficial da reunião do Japão.

Isso significa não apoiar os dois pontos que os anfitriões estabeleceram como objetivos da conferência: a redefinição de metas para proteção dos ecossistemas até 2020 e a criação de um painel científico para avaliar o conhecimento sobre a biodiversidade -o IPBS, uma espécie de IPCC biológico.

Para o Brasil, ou Nagoya aprova o pacote completo ou não aprova nada.

"Precisamos de recursos cem vezes maiores do que os atuais se quisermos cumprir o objetivo que os europeus vêm defendendo, de sustar toda a perda de biodiversidade até 2020", diz Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente.

Só conservar a biodiversidade hoje exigiria recursos de US$ 50 bilhões por ano.

"Nós não precisamos mais ter "soft law" [acordos voluntários], precisamos ter coisas de caráter compulsório, que obriguem os países", disse à Folha a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Ela chefiará a delegação brasileira no encontro, que marca o Ano Internacional da Biodiversidade.

Assinada em 1992 no Rio, a Convenção sobre Diversidade Biológica, ou CBD, teve destino bem diverso do de seu acordo gêmeo, a Convenção do Clima.

Enquanto esta produziu um mecanismo de implementação -o Protocolo de Kyoto- e ganhou a atenção da opinião pública, a CBD jamais conseguiu ser plenamente posta em vigor.

Sua frouxa meta de "reduzir significativamente" a perda de biodiversidade até 2010, acordada em 2002 em Johannesburgo, não foi cumprida por nenhum de seus 193 signatários.

Isso se deve em parte à própria complexidade da convenção, que precisa lidar com temas tão diversos quanto unidades de conservação, repartição de benefícios para comunidades tradicionais e transgênicos.

A agenda do clima também acabou "sequestrando" a da biodiversidade. A proteção às florestas acabou "pulando" para o debate climático, na forma do Redd (mecanismo de redução de emissões por desmatamento).

Hoje o Redd conta com US$ 4 bilhões, enquanto o GEF (Fundo Ambiental Global), criado na Eco-92 para financiar a CBD, tem apenas US$ 300 milhões.

Protocolo sobre benefícios pode atrasar no Japão

O hiato entre ricos e pobres nas negociações sobre biodiversidade tem impedido a aprovação do chamado protocolo de ABS (sigla de Acesso a Recursos Genéticos e Repartição de Benefícios).

Há quatro anos, na COP-8, em Curitiba, foi definido que o protocolo teria de ficar pronto em 2010.

Países desenvolvidos resistem a remunerar o conhecimento tradicional e o acesso a recursos genéticos em outros países, alegando que os direitos de propriedade são difusos e que tal pagamento desestimularia a indústria.

"Eles dizem que o ABS é uma barreira, que você vai ter de pagar para ter acesso ao milho", diz a ministra Teixeira. "Não é verdade." Segundo ela, há listas de produtos que serão sujeitos a ABS que podem ser discutidas. "Na lista de alimentos o Brasil só tem a mandioca", conta.

"As pessoas se escondem na polarização", diz ela. "Toda vez que você puxa uma agenda programática tem conflito, porque alguém tem de financiar isso", continua. (Claudio Ângelo)

Fonte: Folha de SP

Pesquisadoras brasileiras recebem Prêmio Scopus Brasil 2010


A Editora Elsevier divulgou as vencedoras da quinta edição do Prêmio Scopus Brasil, promovido com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Este ano, o prêmio homenageia mulheres cientistas que contribuem para o desenvolvimento do país.

As vencedoras foram selecionadas de acordo com sua produção científica, traduzida pelo número de artigos publicados e indexados na base SciVerse Scopus, pelo número de citações feitas por outros pesquisadores, pelo índice h - que analisa o impacto de cientistas baseando-se nos seus artigos mais citados -, e pelo número de orientados de cada pesquisadora, de acordo com Currículo Lattes.

São elas:

- Aldina Maria Prado Barral, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

- Beatriz Leonor Silveira Barbuy, da Universidade de São Paulo (USP)

- Cristina Wayne Nogueira, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

- Gisella Maria Zanin, da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

- Luisa Lina Villa, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer (ILPC)

- Mara Helena Hutz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

- Maria Fátima Grossi de Sá, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

- Maria Paula Cruz Schneider, da Universidade Federal do Pará (UFPA)

- Sara Teresinha Olalla Saad, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

- Thaisa Storchi-Bergmann, da UFRGS

A cerimônia de entrega será realizada no dia 10 de novembro, a partir das 19h, no Edifício Sede da Capes, Brasília.

Mais informações em www.americalatina.elsevier.com