sexta-feira, 1 de julho de 2011

Museu Goeldi promove 19º Seminário do Programa de Iniciação Científica


A conferência de abertura, na próxima segunda-feira (4), às 15h, será feita pela geógrafa Maria Thereza Prost sobre "Interdisciplinaridade e Ética na Ciência".

Depois do encerramento do semestre e antes mesmo de desfrutar de alguma folga, mais de 100 estudantes de quatro grandes áreas do conhecimento científico apresentam resultados de estudos desenvolvidos como parte de sua formação acadêmica. Orientados por pesquisadores do Museu Goeldi (MPEG) nas áreas da Zoologia, Botânica, Ciências Humanas e Ciências da Terra, os bolsistas participam de evento tradicional e anual, que em 2012 completará 20 anos.

Com uma conferência sobre Interdisciplinaridade e Ética na Ciência, proferida pela geógrafa. Maria Thereza Prost, os organizadores abrem o evento em sessão que acontece, na próxima segunda-feira (4), às 15 horas, no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém (PA).

Segundo o coordenador do Programa de Instituição de Iniciação Científica e curador do Herbário do Museu, o maior da Amazônia, o botânico Ricardo Secco, o tema da conferência está na pauta das discussões atuais, nos meios científico e acadêmico, uma vez que a interdisciplinaridade passou a ser necessidade básica para se conhecer melhor e conservar os ecossistemas, a biologia das plantas e animais, as relações filogenéticas entre os seres vivos, as populações indígenas e civilizações do passado, o conhecimento tradicional, enfim, e as relações entre o homem e natureza de forma mais ampla.

Para ele, a ênfase, no entanto é na necessidade de ética na Ciência "em um Seminário que tem como premissa despertar novos talentos". E conclui: "Hoje a pressão para a publicação de artigos parece ter deixado um pouco para trás o pesquisador que pensava mais na Ciência do que no seu próprio bem-estar".

Conhecimento para o futuro - Os estudantes são responsáveis por uma parte considerável do conhecimento gerado na instituição. Com investigações que apresentam resultados para a Ciência Básica e Aplicada, as contribuições vão ao encontro de necessidades como a de identificar novas espécies, mapear a riqueza da sociobiodiversidade regional, bem como prover de ferramentas a preservação do ambiente e da cultura amazônica.

Da Zoologia, pesquisas revelam aspectos os mais variados da vida das borboletas, de macacos pregos, aves e formigas, dentre outros em áreas as mais diversas não só do Pará, mas da região amazônica como a da Grande Belém, Tucurui, Algodoal, Santa Barbara, e a bacia do Urucu, no Amazonas.

Os talentos em treinamento descrevem novas espécies e estudam para além da biologia e da morfologia, a ecologia alimentar de integrantes do reino animal. E enquanto investigam, aprendem um fazer de ciência tão necessário à manutenção da vida no Planeta.

Aranhas, vespas, moscas, os temidos transmissores da leishmaniose, os flebotomíneos, assim como os répteis, as abelhas, os moluscos e os triatomíneos responsáveis pela doença de Chagas, são alguns outros e muitos bichos que têm sua vida revelada nas pesquisas de iniciação científica do Museu Goeldi.

Do mato para usos os mais diversos - Medicinais, ornamentais, aromáticas, as plantas em suas inúmeras características, usos e aplicações são alvo dos estudos de botânica que constam da programação do 19 º Seminário de Iniciação Científica. Mas também os fungos que lembram logo estrago, apodrecimento quando ocorrem em materiais como os alimentos, a madeira e os tecidos estão entre os objetos de estudo do grupo da Botânica.

Se os fungos são danosos, também são instrumentais para a fabricação de vinho, cerveja e na produção de medicamentos. Eles são objeto de pesquisas desenvolvidas no Museu Goeldi na medida em que causam ferrugens em plantas da Floresta Nacional do Amapá como sugere trabalho de autoria de Fabiano Melo de Brito.

Espécies como o Piper aduncum, conhecida como pimenta de macaco, e de Piper hispidinervium, popularmente chamada de pimenta longa, são estudadas há muitos anos no Museu Goeldi e neste Seminário, dois estudantes vão tratar de temas relativos a período e condições ambientais de plantio.

As plantas medicinais são preferência nos estudos botânicos a serem apresentados durante o evento científico. Um dos estudos faz a caracterização farmacobotânica de planta conhecida como Caamembeca e indicada para diarréia, ameba e colite entre outras afecções. A aromática medicinal Siparuna guianensis é outra espécie com indicações etnobotânicas variadas, que é estudada a partir da análise foliar, que determina os nutrientes presentes no tecido vegetal, entre outras qualidades.

Fonte: Ascom do MPEG

Comitiva vai à Ucrânia ver avanços do Cyclone-4


Equipe parte amanhã (2) para visitar fábricas e órgãos ucranianos.

Entre os dias 2 e 9 de julho, uma comissão técnica do Brasil, chefiada pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antonio Raupp, visitará empresas, fábricas e órgãos ucranianos. O objetivo é acompanhar in loco os trabalhos de desenvolvimento e produção do veículo lançador de satélites Cyclone-4 e verificar o andamento do projeto que resultou do Tratado de Cooperação assinado em 2003.

O Tratado entre os dois países prevê lançamentos de satélites comerciais, por meio do foguete ucraniano Cyclone-4, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Uma das responsabilidades da Ucrânia é o desenvolvimento do foguete. No entanto, o cronograma precisa de avaliação e acompanhamento mais detalhados para suportar decisões importantes a serem tomadas pelas autoridades brasileiras. "Um acordo de cooperação deve ser equilibrado. Com a visita, desejamos saber como a Ucrânia está executando sua parte e verificar meios para equiparar o projeto", afirmou Raupp.

Além de Raupp, a comissão será composta pelos diretores da Agência Espacial Brasileira, Himilcon Carvalho e Nilo Andrade; pelo chefe do Laboratório de Integração e Testes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Petrônio Noronha de Souza; pelo diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Francisco Pantoja; e pelos servidores do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial Mario Niwa, Alvani Adão da Silva, Cristiane Pagliuco e Wladimir da Silva.

Fonte: Ascom da AEB

Amazônia teve cerca de 270 km2 de área desmatada


Os dados são do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Importante ferramenta de suporte à fiscalização na Amazônia, o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que, no último mês de maio, 268 quilômetros quadrados da floresta sofreram corte raso ou degradação progressiva. Relatórios completos sobre o desmatamento verificado em maio, bem como nos meses anteriores, estão disponíveis na página: www.obt.inpe.br/deter.

Em operação desde 2004, o Deter é um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. Embora os dados sejam divulgados em relatórios mensais ou bimestrais, os resultados são enviados quase que diariamente ao Ibama, responsável por fiscalizar as áreas de alerta.

O Deter utiliza imagens do sensor Modis do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à eventual cobertura de nuvens.

A menor resolução dos sensores usados pelo Deter é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.

Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.

Os números apontados pelo Deter são importantes indicadores para os órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para computar a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes (www.obt.inpe.br/prodes), que trabalha com imagens de melhor resolução espacial capazes de mostrar também os pequenos desmatamentos. Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o Inpe não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo Deter.

A cada divulgação sobre o sistema de alerta Deter, o Inpe apresenta também um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como todos os dados relativos ao Deter, são públicos e podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.

Fonte: Ascom do Inpe

Fundação Péter Muranyi premiará com R$ 150 mil o melhor trabalho na área de alimentação


Mais de 1,5 mil instituições de toda America Latina foram convidadas para indicar trabalhos. Prazo para indicação vai até o dia 12 de agosto.

Os dirigentes das instituições convidadas têm até o dia 12 de agosto para manifestar por escrito o interesse em participar do "Prêmio Péter Murányi 2012-Alimentação". O envio de até dois trabalhos científicos de sua livre escolha deverá ser feito até 30 de setembro. No total, 1.200 instituições do Brasil, direta ou indiretamente ligadas à alimentação, além de outras 309 instituições de países latino-americanos, receberam a carta-convite encaminhada pela Fundação Péter Murányi, que promove o Prêmio.

Em sua 11ª edição, o Prêmio Péter Murányi 2012-Alimentação dará ao autor do trabalho vencedor R$ 150 mil, além de um troféu e um diploma. Para tanto, o trabalho deverá contemplar o tema "Alimentação", sendo inovador, tendo aplicabilidade prática e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte, em conformidade com o edital e formulário disponíveis no site www.fundacaopetermuranyi.org.br.

De acordo com a presidente da Fundação, Zilda Vera Suelotto Murányi Kiss, os trabalhos no tema "Alimentação" permitem um amplo enquadramento, desde aqueles que buscam maior produtividade e qualidade nos alimentos até os que visam a sustentabilidade da cadeia produtiva. "Esperamos ter um número significativo de trabalhos indicados, que represente o esforço da ciência em buscar alternativas para aumentar e melhorar a disponibilidade de alimentos no mundo", afirma Zilda Vera. Em edições passadas foram premiados trabalhos que aumentaram a resistência do feijão a pragas e o desenvolvimento genético para ampliação de consumo direto da soja.

Avaliação - Como nos anos anteriores, os trabalhos indicados serão avaliados em etapas que envolvem uma Comissão Técnica e Científica e diversos profissionais "ad hoc"; por fim, os três trabalhos finalistas serão submetidos a um júri que escolherá o vencedor. O prêmio será entregue em cerimônia que ocorrerá em abril de 2012, em São Paulo. Os demais trabalhos finalistas receberão diploma de menção honrosa.

Sobre a Fundação Péter Murányi - A Fundação e o Prêmio Péter Murányi foram idealizados e concebidos pelo empresário e filantropo húngaro, naturalizado brasileiro, Péter Murányi, que deixou manifesto em seu testamento, o desejo de criar uma Fundação. Seu objetivo seria o de premiar pessoas físicas ou jurídicas, entidades públicas ou particulares, de qualquer parte do mundo, que se destaquem por descobertas científicas que beneficiem o desenvolvimento e o bem-estar social das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte. 

Em 2002 foi realizada a primeira edição do prêmio, que passou a ser concedido anualmente e de modo alternado a pesquisadores atuantes em quatro áreas: alimentação, educação, saúde e desenvolvimento científico e tecnológico.

O Prêmio Péter Murányi tem o apoio oficial das duas principais entidades científicas do País: a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o que mostra a importância desta iniciativa para o reconhecimento do valor da ciência no contexto social e econômico.

Fonte: Ascom da SBPC

Para governo, novo Código Florestal induz desmatamento e compromete APP


Em debate no Senado, a ministra do Meio Ambiente defendeu que o projeto traz consequências para a economia brasileira resultantes do desgaste do solo devido à perda de vegetação.

O projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/2011) dá margem a diferentes interpretações, induz ao desmatamento e pode levar ao fim das Áreas de Preservação Permanente (APP). A preocupação foi apresentada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em debate nesta quinta-feira (30) no Senado.

- O texto é inaceitável, pois, da forma com está redigido, leva ao fim das áreas de preservação permanente. APP é vida, assegura a água, o solo, a proteção da fauna. Sem isso, não temos serviços ambientais, que são estratégicos para a produção sustentável da agricultura brasileira - disse, referindo-se ao artigo 8º do texto, fruto da Emenda 164, apresentada por deputados do PMDB e aprovada na Câmara.

No debate, Izabella Teixeira destacou consequências para a economia brasileira resultantes do desgaste do solo devido à perda de vegetação.

- O País perde atualmente 822 milhões de toneladas de solo agrícola por ano e o assoreamento tem resultado na redução anual de 0,5% do volume dos reservatórios de água - frisou, ao defender que o país guarde coerência entre políticas para produção agrícola, proteção de florestas e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

No início da apresentação aos senadores, ela conclamou os senadores a elaborarem uma legislação que evite contradições no modelo de desenvolvimento.

- Não podemos expandir uma agricultura em torno de florestas primárias, quando temos imensas áreas degradadas como oferta. É preciso se ter uma visão estratégica de fomentar, de recuperar, de criar incentivos, de criar infraestrutura para tornar essas áreas competitivas, reduzindo a pressão sobre as florestas.

Na opinião da ministra, a biodiversidade brasileira é um ativo que deve ser utilizado de forma sustentável, de forma a gerar riquezas para o país. Ela disse esperar que o Senado faça mudanças no projeto, a fim de que a nova lei assegure uma visão estratégica da biodiversidade como oportunidade, e não como obstáculo ao desenvolvimento.

- É a partir dessa riqueza que iremos gerar mais riquezas para o País.

Ao longo de quase seis horas de debate, em audiência conjunta das comissões de Meio Ambiente (CMA) e de Agricultura (CRA), a ministra apresentou a visão do governo sobre diferentes aspectos do projeto que tramita no Senado. A audiência pública foi coordenada pelos senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), presidente da CMA, e Acir Gurgacz (PDT-RO), presidente da CRA.

Também participaram do debate os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS), Ana Rita (PT-ES), Aníbal Diniz (PT-AC), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Blairo Maggi (PR-MT), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Eduardo Braga (PMDB-AM), Eduardo Suplicy (PT-SP), Ivo Cassol (PP-RO), Jayme Campos (DEM-MT), João Pedro (PT-AM), Jorge Viana (PT-AC), Luiz Henrique (PMDB-SC), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Sergio Souza (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Waldemir Moka (PMDB-MS).

Fonte: Agência Senado

Diversidade do cerrado é tema de conferência


Farmacêutico da USP vai mostrar como substâncias presentes em organismos do bioma podem ser aproveitadas e auxiliar na sustentabilidade da região.

As plantas e microrganismos do cerrado produzem uma gama enorme e variada de substâncias naturais, das quais muitas podem ser aproveitadas para o desenvolvimento de medicamentos ou outros produtos de interesse comercial. Esse é um dos aspectos dessa região brasileira, que o farmacêutico Fernando Batista da Costa pretende mostrar em sua conferência Bioma do cerrado: diversidade química a serviço da sustentabilidade, a ser proferida durante a 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento será realizado de 10 a 15 de julho de 2011, na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia (GO).

Doutor em química orgânica, com ênfase em química de produtos naturais, Costa é especialista no assunto. Desde 1997, ele e seu grupo de pesquisas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), pesquisam plantas, em especial as da família do girassol e, na grande maioria, oriundas do cerrado, além de alguns microrganismos retirados delas ou do solo. "Nosso objetivo é investigar a natureza e a função de seus constituintes químicos, denominados 'metabólitos secundários'", diz. "Estudamos também como esses metabólitos podem ser aproveitados de forma racional, no contexto da bioprospecção."

Em sua conferência na Reunião da SBPC, Costa vai ressaltar a importância desse trabalho, isto é, de estudar a riqueza presente em plantas e microrganismos do cerrado brasileiro do ponto de vista farmacêutico, medicinal e biológico, tendo a química como pano de fundo. "A química, nesse contexto, refere-se às substâncias presentes nesses organismos do cerrado", explica. "Além disso, pretendo mostrar na conferência que os resultados desse tipo de investigação são importantes para a sociedade e, consequentemente, que o cerrado deve ser preservado e ao mesmo tempo pode ser explorado, porém de modo sustentável."

Banco de dados - As pesquisas de Costa e seu grupo renderam até agora o isolamento de mais de uma centena de produtos naturais, um quarto deles descritos pela primeira vez na literatura científica. Foi elaborado ainda um banco de dados com suas estruturas químicas e bibliotecas de substâncias puras e de extratos vegetais, que estão disponíveis para pesquisas futuras. Além disso, muitos deles foram testados em diferentes sistemas biológicos, tais como animais de laboratório, células animais e humanas, enzimas, insetos, parasitas e microrganismos.

Com isso, foi possível conhecer um pouco sobre suas atividades biológicas e farmacológicas, bem como discutir sobre suas possíveis funções ecológicas e fisiológicas. Alguns dos compostos estudados revelaram ter importância farmacêutica ou com potencial de aplicação em outras áreas. "Assim, podemos concluir que a diversidade química do bioma do cerrado tem importância para vários setores, tais como o farmacêutico, agroquímico, de cosméticos, de alimentos, estando, portanto, a serviço da sustentabilidade", diz Costa.

A importância do trabalho da sua equipe não está, no entanto, apenas na possível aplicação prática de suas descobertas ou na geração de produtos. As pesquisas possibilitam também entender um pouco mais sobre o funcionamento da natureza, como, por exemplo, sua fisiologia e sua história evolutiva. "Não podemos nos esquecer que é por meio dessa diversidade que podemos formar recursos humanos qualificados, com competência suficiente para explorar ainda mais esse potencial, de forma a propagar o conhecimento e revelar novas aplicações que ainda poderão surgir" diz o pesquisador.

Em outras palavras, de acordo com Costa, conhecer a diversidade química do cerrado dá condições de explorar e ao mesmo tempo preservar esse importante bioma, para que gerações futuras possam suprir algumas de suas necessidades. "Infelizmente tem se dado pouca atenção ao cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, disperso em uma considerável área geográfica do País, com característica única no mundo e que vem sendo continuamente devastado", lamenta. "Mas, felizmente a SBPC tomou uma sábia decisão ao escolher esse bioma como tema central para sua reunião anual."

Serviço - A palestra do farmacêutico Fernando Batista da Costa, será realizada no dia 11 de julho, das 10h30 às 12h00, no campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). A entrada é franca. A 63ª Reunião Anual da SBPC contará com 148 atividades, entre conferências, mesas-redondas, simpósios e encontros, além de 67 minicursos e cinco sessões de pôsteres. Boa parte dessas atividades abordará o tema principal do evento: "Cerrado: Água, Alimento e Energia". Haverá ainda uma exposição de ciência e tecnologia, entre outras atividades paralelas.

Veja a programação completa em: www.sbpcnet.org.br/goiania/home/.

Fonte: Ascom da SBPC

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Grupo de Trabalho da RNP testa ferramenta de telemedicina


O sistema facilita a comunicação entre médicos de diferentes pontos do País para capacitação e pedidos de segunda opinião, além de possibilitar a realização de diagnósticos a distância.

Desde o início de 2011, o Grupo de Trabalho Ambiente de Videocolaboração em Saúde (GT -AVCS), que integra o Programa GTs-RNP do período 2010-2011, tem atuado em parceria com o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O objetivo é testar na prática a infraestrutura de hardware e software que está sendo desenvolvida pelo grupo para oferecer suporte a diversos cenários de colaboração remota em saúde.

Os testes de uso da ferramenta consistem na transmissão de cirurgias em tempo real para a sala de telemedicina, onde professores e estudantes podem interagir através da ferramenta com o médico que está realizando o procedimento na sala de cirurgia. No mês de junho, o GT-AVCS dará suporte a duas cirurgias, uma, na terça-feira (28), e a outra hoje (30), e a intenção é atender pelo menos uma cirurgia a cada mês. "Ao participar das cirurgias, vemos, na prática, o que devemos adaptar e quais são as necessidades dos médicos e professores durante as aulas", explica Erick Melo, Gerente Técnico do Projeto.

O acompanhamento das cirurgias a distância é apenas uma das funcionalidades da ferramenta desenvolvida pelo GT-AVCS. Na área de saúde, o sistema pode ainda facilitar a comunicação entre médicos de diferentes pontos do país para capacitação e pedidos de segunda opinião, além de possibilitar a realização de diagnósticos a distância. Isso evita deslocamentos desnecessários de agentes de saúde e pacientes, colaborando não somente para ampliação do atendimento em saúde como também para a economia de recursos.

"Esta tecnologia foi desenvolvida inicialmente pelo Grupo de Trabalho Mídias Digitais e Arte (GT-MDA), realizado entre 2008 e 2010, voltado para espetáculos de Dança Telemática. Agora, estamos adaptando essa ferramenta para a realidade da medicina, o que inclui procedimentos altamente colaborativos. Neste novo momento da tecnologia de telepresença, temos a oportunidade de contar com o auxílio da equipe do Hospital Universitário, que nos ajuda com feedbacks para otimizar as funcionalidades da ferramenta", sinaliza Tatiana Tavares, coordenadora do GT-AVCS.

Nas áreas de telemedicina e telesaúde, a ferramenta é uma alternativa aos equipamentos tradicionais de videoconferência, oferecendo vantagens como um custo menor e a possibilidade de adaptação do software às necessidades especificas da telemedicina, além da utilização de equipamentos comuns para fazer ligações ponto a ponto, ou multiponto.

Como funciona - Enquanto em uma sala está sendo realizada uma cirurgia, em outra está uma turma de alunos ou residentes do curso de medicina, acompanhada de um professor. Com o auxílio de uma estrutura de três câmeras na sala de cirurgia - uma móvel, uma no foco cirúrgico e uma endocamera (interna) - e uma tela na sala de telemedicina, a ferramenta do GT-AVCS possibilita a interação em tempo real entre estes dois ambientes.

"A tecnologia traz um diferencial em relação ao ensino. Os estudantes acompanham em tempo real e com imagens de alta definição os procedimentos, o que possibilita o reconhecimento de estruturas anatômicas que somente poderiam ser observadas em aulas práticas", explica o chefe da Divisão de Cirurgia do Hospital Universitário da Universidade Federal da Paraíba, Geraldo Cunha Filho.

Fonte: Ascom da RNP

Secretários de CT&I e fundações de apoio à pesquisa do Nordeste se reúnem em Natal


O objetivo é discutir ações de ciência, tecnologia e inovação para a região.

O Rio Grande do Norte recebe nessa sexta-feira (01), em Natal, a reunião do Fórum Regional do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).

O evento, que contará com a presença da governadora Rosalba Ciarlini, irá reunir secretários e presidentes das fundações de todos os estados do Nordeste e tem como objetivo discutir as políticas de ações de ciência, tecnologia e inovação para região e definir diretrizes para esse ano.

A programação conta com a palestra "Novo Fórum de Debate para Ciência, Tecnologia e Inovação para o Nordeste", com o professor Ivon Fittipaldi, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia para o Nordeste, e "BNB como agência de fomento científico e tecnológico" com José Sydrião de Alencar Júnior, diretor de gestão e desenvolvimento do Banco do Nordeste.

Fonte: SEDEC-RN

A frágil crosta do Nordeste


A espessura da superfície explica os constantes tremores de terra na região.

O estudo geofísico mais detalhado feito sobre a Província Borborema, nome usado pelos especialistas para se referir ao imenso bloco rochoso que forma boa parte do Nordeste brasileiro, revelou que a crosta terrestre ali é bem mais fina que a média global. A hipótese é que o adelgaçamento da crosta teria acontecido no período Cretáceo (entre 136 milhões e 65 milhões de anos atrás), quando a África e a América do Sul se separaram pela movimentação dos blocos que formam esses dois continentes. Nesse processo, a crosta teria se esticado naquela região como um queijo derretido que é puxado pelas extremidades. "Normalmente a crosta tem espessura em torno de 40 quilômetros. Nos Himalaias, ela pode chegar a 70 quilômetros", diz Reinhardt Fuck, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). "Já em partes do Nordeste fica entre 30 e 35 quilômetros, chegando a menos de 30 em alguns pontos. Isso significa que essa crosta foi muito estirada, afinada pelos processos tectônicos."

A constatação é uma das mais marcantes, mas está longe de ser a única nos estudos feitos na Província Borborema. Fuck é o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Estudos Tectônicos, que desde o fim de 2009 reúne grupos de diversas instituições do Brasil, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Observatório Nacional, do Rio de Janeiro. Com investimento de R$ 2,6 milhões, os pesquisadores produziram cerca de 30 artigos científicos nos últimos dois anos. Os esforços começam a preencher uma lacuna importante na pesquisa geológica do território brasileiro. "Temos hoje um conhecimento geológico razoável do Brasil em termos de superfície", explica Fuck. "Mas isso não basta para entender como a crosta se formou e evoluiu. Aí é que entra a geofísica, com uma série de métodos para analisar composição de rochas, anomalias gravimétricas, magnetismo das rochas em profundidade e assim por diante."

Essas pesquisas começaram a evoluir na década de 1990, quando Jesus Berrocal, então pesquisador na USP, hoje aposentado, obteve apoio da FAPESP para um projeto de geofísica no Centro-Oeste. Em parceria com Fuck e o pessoal da UnB, Berrocal conduziu pela primeira vez no país um levantamento de refração sísmica, técnica que permite determinar a espessura da crosta terrestre e a transição entre ela e o manto, a camada logo abaixo. Ainda assim o esforço era tímido. Mas os resultados ensejaram a conquista de recursos maiores quando o Ministério da Ciência e Tecnologia instituiu os chamados Institutos do Milênio, na virada do século XX para o XXI. Esse, por sua vez, foi o germe para o atual INCT, que produz agora os resultados mais completos já obtidos sobre qualquer região da crosta brasileira.

A técnica usada para medir a espessura da crosta foi a mesma aplicada anos antes no Centro-Oeste e consiste em gerar explosões próximo à superfície e verificar como se dá a propagação das ondas de choque no interior da Terra. Quando as ondas passam de um meio a outro, elas são parcialmente refletidas e parcialmente refratadas (mudam de velocidade). E como as regiões internas do planeta têm densidades e consistências diferentes, é possível, medindo a velocidade de propagação das ondas ao longo do tempo, estimar onde fica a fronteira entre a crosta, que é sólida, e o manto, que é mais denso.

Fonte: Agência Fapesp

Presidente da ABC afirma que Brasil se fortalece com conhecimento tecnológico


Ao falar na abertura da 2ª Feira Faperj Ciência, Tecnologia & Inovação, Jacob Palis Junior defendeu a aproximação das empresas e pesquisadores.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis Junior, afirmou ontem (29) na abertura da 2ª Feira Faperj Ciência, Tecnologia & Inovação que a Academia apoia as prioridades do governo federal e que desde 2010 vem realizando o Simpósio Academia-Empresa, uma vez que considera importante o Brasil se fortalecer com o conhecimento tecnológico.

"É preciso aproximar as empresas dos pesquisadores, estimulando este contato, e rever a legislação", afirmou Palis. Para a ABC, é importante que seus membros, principalmente os institucionais, como a Coppe - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, continuem investindo na formação e qualificação de profissionais como engenheiros e matemáticos, uma vez que há uma grande necessidade desses profissionais no Brasil.

De acordo com o presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Ruy Garcia Marques, o Brasil vem se tornando um pólo de pesquisas de grandes empresas ligadas às áreas de Engenharias e de Tecnologias de Informação e Comunicação.

Diante disso, em maio de 2011, a Fundação divulgou o resultado do Edital Apoio às Engenharias. Foram contemplados 31 projetos com objetivo de aperfeiçoar e ampliar a formação de engenheiros em várias áreas, como energética, naval, nuclear, oceânica, petróleo e gás, dentre outras.

"A Ilha do Fundão, um dos campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro, está prestes a se tornar o maior centro de pesquisa tecnológica do setor de petróleo", afirmou o subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Luiz Edmundo Costa Leite.

"A Coppe, em parceria com grandes indústrias nacionais e internacionais, como a Petrobras, vêm investindo no Rio de Janeiro, uma vez que encontram um clima favorável à pesquisa e qualidade nas instituições de pesquisa sediadas, como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e o Instituto Nacional de Tecnologia (INT)", observou Costa Leite.

A Secretaria vem priorizando a formação de pessoal qualificado na área tecnológica, através da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e de sua universidade estadual, a UERJ, que está implantando o curso de Engenharia Nuclear no campus de Rezende (RJ).

A 2ª Feira Faperj Ciência, Tecnologia & Inovação e o 2º Simpósio Academia-Empresa - estão sendo realizados no Centro Cultural da Ação da Cidadania, próximo ao Cais do Porto, no bairro da Saúde, Rio de Janeiro, e terminam hoje (30). A Feira apresenta 75 estandes com projetos em vários setores produtivos e áreas de conhecimento, como produção de novos fármacos, segurança pública, energias alternativas, entre outras. O tema do Simpósio é "Inovação: histórias de sucesso com foco no estado do Rio de Janeiro".
(Ascom do MCT)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Equipamentos de informática têm isenção total do IPI


Produtos fabricados no Brasil não pagarão imposto até dezembro de 2014, quando começa a valer uma tabela regressiva até 2019

Equipamentos de informática e automação produzidos no Brasil agora têm isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de acordo com a lei nº 12.431/2011, publicada na edição desta terça-feira (28) do Diário Oficial da União. No caso dos modems, tanto de banda larga como de 3G, foi concedida ainda isenção da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). A medida vale até 31 de dezembro de 2014. A partir daí, haverá uma tabela regressiva de isenção que termina em dezembro de 2019.

“Com a desoneração fiscal, achamos que as empresas terão ainda mais interesse em produzir modems no Brasil, o que vai baixar os preços dos equipamentos e torná-los mais acessíveis para as pessoas. Isso vai ajudar bastante em nosso projeto de massificar o acesso à internet no Brasil e a promover a inclusão digital da população”, avalia o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Zona Franca - Também foram publicadas no Diário Oficial da União de terça-feira, oito portarias interministeriais (da 158 à 165), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), que definem o Processo Produtivo Básico (PPB) de baterias para notebooks e carregadores de terminais para transferência eletrônica de crédito e débito (máquinas para cartões bancários). Também mudam as regras para impressoras e sistemas das estações de rádio-base para telefones celulares. 

O PPB define o conjunto mínimo de etapas de industrialização local para as empresas da Zona Franca de Manaus, beneficiadas com redução tributária na importação de insumos e isenção do IPI.

No caso das impressoras, a principal alteração é sobre a relação de subconjuntos para os quais será permita a importação, já que poderão ser considerados como componentes únicos, desde que formados por até dez componentes menores. Como contrapartida para esta permissão, será exigido um percentual adicional mínimo de 0,5% sobre o faturamento líquido destes produtos para investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Para os sistemas para telefonia, a novidade é a obrigatoriedade de produção por empresa nacional das fontes para as unidades transceptoras e repetidores celulares.

Fonte: Secom

terça-feira, 28 de junho de 2011

Estudantes da FEI criam sistema que controla cadeira de rodas com movimento da cabeça


Projeto é uma das atrações da 40ª Elexpo aberta hoje (28), em São Bernardo (SP).

Formandos do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) desenvolveram um sistema que permite controlar a cadeira de rodas apenas com movimento da cabeça. O dispositivo é bastante indicado para tetraplégicos.

Outro projeto, para terminais de embarque de passageiros, ajuda a evitar o extravio de malas nos aeroportos. Estes e mais 10 projetos estarão expostos hoje (28) no campus São Bernardo, na av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 3.972, bairro Assunção.

Controle por movimento sem fio - O projeto é composto por controle remoto que detecta e processa movimentos, e pode ser acoplado em uma tiara para a cabeça, colar ou segurado pela mão. O sistema transmite os movimentos processados em forma de comandos, via radiofrequência, para unidade receptora. A tecnologia permite o controle de movimento para cadeira de rodas, controle de cursor de mouse e detecção de quedas.

A cadeira de rodas é controlada pelo movimento da cabeça, já que o sensor acoplado na tiara segue os movimentos do usuário. Para a cadeira funcionar, basta inclinar a cabeça para baixo por dois segundos.

Sarb - Sistema Automático de Rastreamento de Bagagens para terminal de embarque de passageiros, evita o extravio de bagagem. No check-in, os dados do passageiro são cadastrados e a mala etiquetada com chip Rfid (identificação via rádio freqüência) de código único. Na esteira, outro leitor Rfid consulta o destino da bagagem. Assim, ao serem colocadas no avião todas as malas são analisadas pelo sistema, que dispara notificação via SMS para os proprietários. Caso haja erro de direcionamento da bagagem, a mesma irá para um centro de controle manual para envio ao destino correto.

Fonte: Ascom da FEI

Ministro apresentará nova política industrial em audiência na quarta

Proposta do governo deve fortalecer a produção nacional. Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos reclama que o faturamento do setor em 2010 diminuiu 12,1% em comparação com 2008.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, apresenta aos deputados amanhã (29) a nova política industrial brasileira, que será anunciada oficialmente pela presidente Dilma Rousseff na segunda quinzena de julho.

Segundo o ministro, o foco será a inovação "capaz de dar o fôlego necessário à indústria nacional". A audiência pública conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Trabalho, de Administração e de Serviço Público foi proposta pelo deputado Assis Melo (PCdoB-RS).

"A nova política vai apoiar o setor produtivo no enfrentamento da valorização cambial e da concorrência asiática", afirmou o ministro.

Além do estímulo à inovação, Pimentel também explicou que a nova política industrial - que irá substituir a atual Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) - possibilitará uma maior atração de investimento. "Vamos aumentar a busca por empresas estrangeiras que exportam manufaturados ao Brasil para que se associem ao capital nacional", disse. Segundo Pimentel, esse modelo está vinculado à necessidade de equilibrar a qualidade da balança comercial.

"A partir do segundo semestre, começaremos, de fato, a enfrentar problemas conjunturais da indústria brasileira. O governo pretende anunciar desonerações fiscais e um forte investimento em inovação industrial", adiantou o ministro.

"Estamos muito ansiosos para saber como vem a proposta do ministério", afirmou Assis Melo. Segundo ele, a indústria precisa ter produtos com maior valor agregado e mão-de-obra qualificada para competir com o mercado internacional. "Precisamos ter condições para termos uma indústria moderna não só do ponto de vista tecnológico, mas a partir do parque industrial atual."

Encolhimento da indústria Assis Melo reclamou da substituição de produtos nacionais por importados e o encolhimento da indústria nacional.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), citados por Melo, indicam que o faturamento do setor em 2010 diminuiu 12,1% em comparação com 2008. Em 2010, 60% das máquinas adquiridas para a indústria nacional foram importadas e 40% foram de produção nacional. Esse quadro é o inverso do que havia em 2005, quando seis em cada 10 máquinas compradas pela indústria brasileira era de fabricação nacional.

De acordo com o parlamentar, uma das soluções para fortalecer a indústria nacional é o crescimento do mercado interno. "Precisamos ter uma base produtiva ampla e olhar para o mercado interno que tem grande potencial de consumo. Se aumentarmos a renda da população, melhoramos o mercado interno", disse.

Melo defendeu a convocação da Comissão de Trabalho para a audiência com o ministro. "Ao discutir uma nova política industrial há que se pensar como estará inserido o trabalhador. Não podemos dissociar o desenvolvimento do trabalho."

A audiência será realizada no Plenário 5 a partir das 9h30.

Fonte: Agência Câmara

Consequências de Fukushima


Acidente deve causar uma parada nos programas nucleares de vários países, mas não decreta o fim dessa forma de produção de energia, nem no Brasil.

O acidente nuclear na usina de Fukushima, causado por um terremoto seguido de tsunami, que atingiram o Japão no dia 11 de março passado, deve causar uma parada acentuada nos programas nucleares de vários países, mas não decretará o fim dessa forma de produção de energia, nem no Brasil.

A opinião é do engenheiro civil e Ph. D. em Engenharia Nuclear, Odilon Antonio Marcuzzo do Canto, presidente da Secao Latino-Americana da Sociedade Americana de Energia Nuclear (LAS/ANS).

Ele fala sobre o assunto em sua conferência Olhando para o futuro após o acidente de Fukushima, que profere na 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que se realiza de 10 a 15 de julho, na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia (GO).

Marcuzzo do Canto vai discorrer sobre as iniciativas tomadas pelas autoridades japonesas e pelos organismos internacionais competentes e as possíveis consequências para as pessoas e o meio ambiente.

"A partir dessa visão, tentarei esclarecer as consequências que são esperadas para o setor nuclear no Brasil e no mundo", diz. "A intenção é repassar de forma ordenada uma grande quantidade de informações disponíveis em diversas fontes, como jornais especializados, revistas e internet", diz ele, acrescentando que também deverá fazer comentários sobre as conclusões da Conferencia Ministerial sobre Fukushima, realizada de 20 a 24 de junho, em Viena, da qual participou.

Marcuzzo do Canto baseia sua convicção de que o mundo não abandonará de todo a energia nuclear no fato de que muitos países precisam dela. "A demanda de energia mundial vai obrigar algumas nações a continuar com a produção nucleoelétrica, pois é a única fonte com densidade de energia suficiente para atender suas necessidades", explica. "As fontes ditas alternativas como eólica e solar certamente podem desempenhar um papel importante, mas não têm densidade energética capaz de atender grandes demandas."

No caso do Brasil, Marcuzzo do Canto diz que o País tem grandes possibilidades com a biomassa e, portanto, faz sentido imaginar que na matriz energética nacional a energia nuclear nunca terá papel preponderante. Apesar disso, ressalta que ela é importante para o Brasil. "Só existem três países no mundo que têm, ao mesmo tempo, a capacidade tecnológica de desenvolver o ciclo completo do combustível nuclear e reservas consideráveis de urânio", diz. "Esses países são Estados Unidos, Rússia e o nosso. Dessa forma, não faz sentido abrirmos mão de tamanha riqueza."

Há outra razão para que o País não despreze essa forma de energia. "Tecnologia nuclear não se compra, ou se desenvolve internamente ou se abre mão dela", explica. "Portanto, é importante que o Brasil dê continuidade ao seu programa nuclear. O desenvolvimento do projeto do reator multipropósito brasileiro é um passo importante nessa direção. O aumento da capacidade cientifica, tecnológica e industrial no setor nuclear é também fundamental para garantir o Brasil quanto a outras aplicações da energia nuclear, principalmente na indústria e na saúde."

Serviço: A palestra do presidente da LAS/ANS Odilon Antonio Marcuzzo do Canto será no dia 13 de julho, às 12h, no campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A 63ª Reunião Anual da SBPC tem 148 atividades, entre conferências, mesas-redondas, simpósios e encontros, além de 67 minicursos e cinco sessões de pôsteres. Boa parte dessas atividades abordará o tema principal do evento Cerrado: Água, Alimento e Energia. Haverá ainda uma exposição de ciência e tecnologia, entre outras atividades paralelas.

Veja a programação completa em: www.sbpcnet.org.br/goiania/home/

Fonte: Ascom da SBPC

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Seminário divulga pesquisa sobre impactos dos transgênicos na saúde



O Centro de Ciências Agrárias da UFSC sedia hoje (27), um seminário sobre a resposta imunológica do consumo de alimentos transgênicos com a toxina Bt.

Essa toxina é produzida por plantas transgênicas que têm inserido em seu genoma o transgene Cry1Ab, modificado da bactéria Bacillus thuringiensis. A resposta imunológica está relacionada aos mecanismos adotados por organismos na defesa contra invasores externos.

O encontro é no auditório do CCA, Bloco B, Bairro Itacorubi, a partir de 16h30. Pesquisas com transgênicos são desenvolvidas junto ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da UFSC há mais de 20 anos.

Os resultados do novo estudo serão apresentados pela pós-doutoranda italiana Elena Rocca, que faz um intercâmbio no Brasil. Sua pesquisa integra o Projeto de Pesquisa em Biossegurança de Organismos Geneticamente Modificados, executado em um convênio entre a UFSC e o Centre of Biosfety (Genok), vinculado à Universidade de Tromso, na Noruega.

O objetivo da pesquisadora da universidade norueguesa é verificar o impacto da toxina Bt na saúde. Para realizar o estudo, Elena Rocca alimentou 100 frangos com milho transgênico (Bt) e 100 frangos com milho orgânico no município de Campos Novos (SC).

Duas amostragens de sangue das aves foram analisadas nos laboratórios da UFSC. Posteriormente serão avaliados alguns órgãos do sistema digestivo das aves.

Esta é a primeira pesquisa realizada com o milho brasileiro. "Não existem estudos sobre o comportamento da proteína transgênica nas variedades de milhos cultivados no Brasil", ressalta a doutoranda Sarah Agapito, que também integra o projeto de biossegurança.

Toxina BT - A toxina Bt produzida por plantas transgênicas é oriunda de um gene modificado da bactéria Bacillus thuringiensis. Esse evento transgênico foi desenvolvido para ser mais tolerante ao ataque de lagartas (insetos da Ordem Lepidoptera). No entanto, alguns estudos comprovam o efeito da toxina também em organismos que não são alvos. Um estudo canadense realizado por Azziz Aris e Samuel Leblanc, da Universidade de Quebec, por exemplo, constatou a presença da toxina no sangue de mulheres e fetos, comprovando que a substancia não é quebrada no intestino, portanto pode ser prejudicial também a outros organismos.

Mais informações: Pós Graduação em Recursos Genéticos Vegetais (48) 3721-5333 / 8823-7793 (Sarah Agapito, doutoranda do Programa de Pos-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais)

Fonte: Ascom UFSC

Centro de Segurança Cibernética do Ceará ajudará governos no combate a hackers e cibercrimes


Dell inaugura hoje (27), às 16h, na reitoria da Uece, Laboratório de Segurança da Informação em Nuvens.

O maior ataque de hackers da história do Brasil a sites do governo, ocorrido neste mês, evidenciou a necessidade de precaução contra vulnerabilidade de dados oficiais e sigilosos na internet. Mas a defesa preventiva está a caminho.

Será inaugurado nesta segunda-feira (27) o Laboratório de Segurança da Informação em Nuvens, que integrará o Centro de Excelência em Segurança Cibernética (CESeC) na Universidade Estadual do Ceará (Uece), que pretende dar suporte ao governo na área de seguranças de sistemas e combate ao cybercrime.

Participam da inauguração o presidente da Dell no Brasil, Raimundo Peixoto - a empresa investe R$ 3 milhões nesta unidade de pesquisa e desenvolvimento -, o reitor Assis Araripe e o coordenador do laboratório, André Luiz Moura dos Santos. O Laboratório será instalado na Uece no grupo de pesquisa em segurança computacional - o Information Security Research Team (Insert), fundado em 2000 por André dos Santos, quando professor do Georgia Institute of Technology (Georgia Tech).

Desde 2007 Santos veio para a Uece. Esta base de conhecimento e laboratório serve como estrutura inicial para a criação do Centro de Excelência em Segurança Cibernética (CESeC), com orçamento de R$ 15 milhões para equipamentos básicos dos laboratórios. O CESeC será o único no Brasil neste campo, e atuará com formação, suporte a pesquisa de ponta em segurança de sistemas, área carente no Brasil e no mundo, em articulação com centros de conhecimento nacionais e internacionais, assinala o pesquisador.

A pesquisa no Laboratório de computação em nuvens tem a colaboração de pesquisadores do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Dell, da Universidade de Quebec e Monteral (UQAM) e Georgia Tech.

Outra pesquisa internacional desenvolvida pelo grupo é financiada em cerca de 2,5 milhões de Euros pela Comunidade Europeia, no estudo de segurança da Internet do Futuro.

A Uece receberá neste projeto professores e pesquisadores da Université Pierre et Marie Curie -LIP6, TU Munique, Universidade de Lisboa, Ecole Normale Supérieure, UFPE, UFRJ, UFAM, UFRGS, UFSC; e das empresas Infineon, Twinteq, EtherTrust, Telecom ParisTech, e Implementa. Nos Estados Unidos, virão professores e pesquisadores da Universidade da Califórnia, Florida Tech e Stanford.

O deputado Ariosto Holanda, que defende a colocação de emenda da bancada cearense para a implantação do Centro de Excelência em Segurança Cibernética na Uece, levou André dos Santos ao secretário Nacional de Política de Informática (Sepin), Virgílio Almeida, do MCT, para apresentar o projeto.

Segundo o parlamentar, a experiência internacional de André dos Santos, articulada com os centros de pesquisa de porte mundial dedicados ao estudo e desenvolvimento de ferramentas de combate ao crime na Internet, credencial o núcleo de pesquisadores a desenvolver na Uece um centro nacional de Segurança Cibernética. (Flamínio Araripe)

Fonte: JC E-Mail

Nature publica especial sobre biocombustíveis


A revista Nature lançou, em sua edição atual, um suplemento especial sobre biocombustíveis. 

A publicação tem apoio da Fapes, do Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC) do Reino Unido, do BioEnergy Science Center (BESC), ligado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, e das empresas Ceres e BP.

Intitulado Semeando substitutos para combustíveis fósseis, o suplemento reúne artigos e reportagens que abordam os biocombustíveis sob diferentes perspectivas.

Moving forward with biofuels foi escrito por Carlos Henrique de Brito Cruz (diretor científico da Fapesp), Richard Flavell (cientista-chefe da Ceres), Martin Christie (diretor de comunicação e sustentabilidade da BP Biocombustíveis), Janet Allen (diretora de pesquisa da BBSRC), Douglas Kell (CEO da BBSRC), Martin Keller (diretor associado do Oak Ridge National Laboratory) e Paul Gilna (diretor do BESC).

No texto, os autores destacam que os biocombustíveis podem ser uma parte significativa da resposta à pergunta que se faz hoje sobre como a humanidade pode seguir em direção à mobilidade de baixo carbono assegurando, por um lado, o suprimento necessário de alimentos e serviços ambientais suficientes e, por outro, minimizando ou mesmo revertendo a produção de gases de efeito estufa, em um contexto no qual se prevê que o uso de energia deverá dobrar até 2050.

Segundo eles, os biocombustíveis podem substituir muitas aplicações do petróleo e, em particular, os combustíveis líquidos utilizados no transporte. Além disso, eles também podem servir como substitutos do petróleo nas indústrias petroquímicas, como, por exemplo, na produção de polímeros "verdes".

Em contrapartida, a produção de biocombustíveis de plantas tem gerado muita controvérsia e equívoco. O que, na opinião dos autores, justifica e torna oportuno o suplemento especial da revista sobre o tema.

"A produção em larga escala de biocombustíveis, como parte de uma agricultura global mais eficiente, não é somente vital para a suficiência, segurança e sustentabilidade energética, como também é um dos principais temas na agenda de debates política, regulatória e de sustentabilidade", afirmam.

De acordo com o texto, em 2010 os Estados Unidos produziram 13 bilhões de litros de etanol de milho, o que corresponde, aproximadamente, a 10% do total do combustível que utilizam e representa um aumento de 800% em relação a 2000.

Por sua vez, o Brasil também teve um aumento de sua produção, que chegou a, aproximadamente, 8 bilhões de litros de etanol de cana-de-açúcar, representando cerca de 50% do combustível utilizado no país. Mas esse aumento não foi obtido apenas com a expansão do uso da terra para plantio.

Houve também um considerável aumento de produtividade. "A produtividade da cana-de-açúcar aumentou no Brasil de 50 toneladas por hectare em 1975 para 80 toneladas por hectare em 2005", apontam os autores.

O texto também destaca a experiência bem-sucedida do Brasil na utilização do etanol de cana-de-açúcar como combustível, por meio de pequenas mudanças nos motores dos automóveis e na produção do chamado polietileno "verde" por companhias petroquímicas como a Braskem, além do farneseno (o diesel da cana), que deverá começar a ser produzido em breve no país pela empresa Amyris.

"Quanto mais informações forem reunidas de experimentos realizados em grande escala nos Estados Unidos, com o milho, e no Brasil, com a cana-de-açúcar, mais inovações e/ou melhorias serão possíveis em todas as etapas da cadeia de produção, assim como nos novos projetos de processos de produção e biorrefinarias", afirmam.

Lições do Brasil - No artigo Lessons from Brazil, a professora de economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP), Marcia Azanha Ferraz Dias de Moraes, aborda lições que o Brasil pode oferecer para outros países com base em sua experiência de 35 anos como um dos maiores produtores mundiais de biocombustível.

Essas lições incluem a viabilidade de se substituir parte do combustível fóssil por uma alternativa renovável, a necessidade de regras claras sobre o funcionamento do mercado, a presença de uma economia de escala, a proteção ao meio ambiente e a atração ao investimento estrangeiro.

"Qualquer país que queira atrair investimento doméstico ou estrangeiro precisa ter regras claras sobre o funcionamento de seu mercado de etanol. É preciso que estabeleça, entre outras coisas, como será a formação de preços, a competição com a gasolina, uma política de financiamento de estoque e de criação de empregos", disse Moraes à Agência Fapesp.

Entre os outros artigos publicados no suplemento estão: A new hope for Africa, de Lee Lynd, da Thayer School of Engineering do Dartmouth College; Direct impacts on local climate of sugar-cane expansion in Brazil, de Scott Loarie, pesquisador do Departamento de Ecologia Global da Carnegie Institution for Science, e outros; e Microbial production of fatty-acid derived fuels and chemicals from plant biomass, de Eric Steen, do Departamento de Bioengenharia da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e colegas.

O suplemento especial Nature Outlook sobre biocombustíveis pode ser acessado em www.nature.com/nature/outlook/biofuels.

Fonte: Agência Fapesp