sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Buraco na camada de ozônio está maior e dura mais


Um buraco na camada de ozônio, que tradicionalmente se forma sobre a Antártica em setembro, tem aumentado de área e duração por motivo ainda desconhecido.

No ano passado, sua extensão beirou o Rio Grande do Sul, e o estado ficou especialmente vulnerável à incidência de raios ultravioleta até o início de dezembro. A interação do fenômeno com o aquecimento global intriga os cientistas.

Pesquisadores de Argentina, Brasil, Chile e Holanda uniram-se para estudar o fenômeno. A análise renderá um artigo para a revista "Geophysical Research Letters".

Medições realizadas com sondas e balões constataram que a temperatura da estratosfera - onde fica a camada de ozônio - cai durante a formação do buraco de 60 graus Celsius negativos 80 graus Celsius negativos. A relação entre esta queda e a estrutura do buraco também será estudada.

- A atmosfera circula no entorno daquele buraco - explica Neusa Maria Paes Leme, coautora do estudo e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. - À medida que ele avança em direção à Austrália e à América do Sul, encontrando o ar mais quente, as camadas começam a se misturar. A borda do buraco comunica-se com as regiões vizinhas.

No ano passado, o limite da camada de ozônio atingiu a Argentina e o Chile, mas células de ar pobres em ozônio - muito vulneráveis a raios ultravioleta - desprenderam-se e atingiram a região de Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul. São como miniburacos, que provocariam um aumento da temperatura.

A radiação ultravioleta não tem conexão direta com o aquecimento global. Mas, quando a incidência desses raios aumenta em uma área poluída, eles provocam reações químicas que acarretam na elevação das temperaturas.

- Esta radiação, na atmosfera, potencializa a ligação de gases-estufa, como o CO2. A reação, por sua vez, provoca o aquecimento - diz Neusa. - Vamos fazer medições no Sul para ver se, com a chegada das células pobres em ozônio, houve um aumento da temperatura no Sul.

Fonte: Jornal da Ciência/O Globo

Cineclube Mossoró exibe o filme Lamarca, neste sábado


O filme Lamarca conta a trajetória do capitão do exército Carlos Lamarca de 1969 a 1971, ano de sua morte. Ele foi um soldado que optou pela revolução armada no auge da ditadura militar, tornando-se um guerrilheiro clandestino e desligando-se para tanto de sua mulher e de seus dois filhos. Vivendo dois anos na clandestinidade, Lamarca (aqui interpretado por Paulo Betti) desenvolveu fortes convicções políticas e sofreu uma perseguição sem trégua de alguns setores do exército, que o classificaram como traidor da pátria. 

Em seu encalço, um delegado e um major fizeram de tudo para que o guerrilheiro fosse morto. Mais tarde, ele virou uma espécie de símbolo da luta pelo fim da ditadura e pela implantação de ideais revolucionários na sociedade brasileira. 

- Sem citar os nomes verdadeiros, o roteiro alude a personalidades da época da repressão militar pela sonoridade dos nomes; assim, o delegado Sérgio Paranhos Fleury se transformou em "Flores", e Iara Iavelberg, em "Clara". 

- O roteiro, co-escrito pelo diretor Sérgio Rezende, partiu de uma Livre adaptação do livro Lamarca, O Capitão da Guerrilha de Emiliano José e Oldack Miranda. 

- Sérgio Rezende já era um dos diretores mais reconhecidos do Brasil quando fez exame para Lamarca. A história controversa de um ativista socialista/comunista com conexões fortes a Cuba de Castro. 

- Depois de Lamarca, Sérgio Rezende continuou trabalhando em temas e em personalidades históricos numa escala maior. Porém, cujo retrospecto, sem dúvidas, são seus primeiros filmes épicos históricos brasileiros: Lamarca (mesmo sendo uma história consideravelmente recente) e O Homem da Capa Preta. 

- O livro escrito em 1980 já está na 16ª edição revista e ampliada. Editado pela Global Editora (SP), o livro conta a história do capitão do Exército Brasileiro que optou pela luta armada contra a ditadura militar iniciada com o golpe militar de 1964. Os autores traçam o perfil de Carlos Lamarca, seus amores, idéias, ações de combate, as circunstâncias das mortes da guerrilheira Iara Iavelberg, em Salvador, e de Lamarca e seus companheiros no sertão da Bahia, em 1971. 

Crítica: Considerado a melhor estréia nacional de 1994, o filme de Sergio Rezende acompanha os dois últimos anos da vida do Capitão Carlos Lamarca (Paulo Betti), desde o momento em que, casado com Marina (Deborah Evelin), decide fazer uma opção radical pela revolução enviando a mulher e os dois filhos para Cuba e desertando do Exército em janeiro de 1969, até sua morte em 1971. 

Na clandestinidade, ligado a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Lamarca comanda assaltos e seqüestros, apaixona-se por Clara (Carla Camurati) e amadurece em suas convicções políticas. Começa a sofrer, também, a perseguição sem trégua do delegado Flores (Ernani Moraes), e depois do Exército, sob o comando de um Major (José de Abreu) determinado a derrotar a qualquer preço "o traidor da bandeira". (Emiliano José) 

Fonte: CMI Brasil: www.midiaindependente.org

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Indicadores ambientais melhoram no Brasil


Apesar de apresentar uma melhora geral nos indicadores, o Brasil ainda tem um longo caminho rumo ao desenvolvimento sustentável. As queimadas, por exemplo, ainda são responsáveis por mais de 75% das emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou na quarta-feira (1/9) seu quarto relatório "Indicadores de desenvolvimento sustentável".

Segundo o IBGE, em 1990 a emissão destes gases era equivalente a 1,357 bilhão de toneladas, número que pulou para 2,2 bilhões em 2005, posicionando o Brasil entre os 10 maiores emissores do mundo. E a tendência é de um crescimento ainda mais acentuado este ano, já que, no mês passado, o número de focos de queimadas registrados no Brasil foi o maior dos últimos dez anos. No total, foram 259.942 focos no país, 571% a mais do que em agosto do ano passado.

- O dado mais problemático é a estrutura dessas emissões, ligadas a mudanças no uso da terra, com desmatamentos e queimadas - destaca Judicael Clevario Junior, coordenador dos indicadores ambientais e econômicos do relatório. - Controlando esses fatores, teríamos espaço até para redução das emissões, mesmo com o uso crescente de termelétricas para a geração de energia, mais veículos circulando.

Com um total de 55 indicadores, a publicação do IBGE mostra avanços importantes na área ambiental, com algumas surpresas.

Conhecida e criticada por sua poluição, São Paulo não tem a pior qualidade de ar do país. O posto, pelo menos em termos de partículas em suspensão, fica de longe com Brasília, que em 2008 atingiu uma máxima de mais de 1,2 mil miligramas por metro cúbico de ar, seguida por Vitória (717 mg/m3) e Curitiba (589 mg/m3). No geral, no entanto, a qualidade do ar nas grandes cidades brasileiras tem melhorado ou se mantido estável, fruto de maior controle das emissões de veículos e indústrias, comenta Judicael.

- Essas medidas de controle fizeram efeito - diz.

Desmatamento atinge Amazônia e Cerrado

Outro ponto positivo do relatório aponta uma queda de 74,1% no desflorestamento entre 2004 e 2009. Mas, apesar disso, a Amazônia já perdeu 14,6% de sua cobertura vegetal, ou quase 740 mil km2. De acordo com o levantamento do IBGE, porém, a situação mais crítica é do Cerrado, foco da maior parte da expansão agrícola do país.

O segundo maior bioma brasileiro teve sua cobertura vegetal reduzida a praticamente a metade, com uma área desmatada de quase 1 milhão de km2 (48,37%) até 2008. Deste total, 85.074 km2 (4,18%) foram destruídos apenas entre 2002 e 2008.

Já com relação à biodiversidade, o Brasil tem um total de 627 espécies de sua fauna ameaçadas de extinção. Aves (160 espécies), peixes de água doce (142) e insetos (96) são os grupos mais críticos.

- O conceito de desenvolvimento sustentável envolve a satisfação da geração atual sem comprometer a das futuras gerações. Alguns indicadores podem ser negativos, mas muitos apontam que estamos caminhando na direção correta - afirma Wadih João Scandar Neto, coordenador técnico e de planejamento do relatório. - Enquanto o passivo social brasileiro é muito grande, no lado ambiental o quadro é contrário. Nosso ativo ambiental é muito grande, mas, se não prestarmos atenção e mantivermos um consumo impensado, podemos chegar a uma situação de alerta.

Fonte: Jornal da Ciência/O Globo

Exame Nacional de Ingresso na Carreira de Docente tem comitê


Foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, dia 2, a portaria que institui o Comitê de Governança do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente. O comitê, vinculado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), tem caráter consultivo, destinado a discutir e acompanhar a elaboração e implementação do exame.

O comitê será presidido pelo presidente do Inep (atualmente, Joaquim José Soares Neto). O Inep terá também um segundo representante no órgão, que terá as funções de secretário executivo.

O comitê será composto ainda por representantes da Secretaria de Educação Básica do MEC, do Conselho Nacional de Secretários de Educação (duas vagas), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (duas vagas) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (duas vagas). Por fim, instituições formadoras de professores indicarão mais dois representantes.

Segundo a portaria, o objetivo do Comitê de Governança é apreciar a matriz de referência do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, opinando sobre procedimentos e formas de adesão.

O novo exame foi instituído em maio. A ideia é que funcione como um serviço que o Inep prestará às redes municipais e estaduais de educação para selecionar novos professores. Com ele, prefeituras e governo estaduais que aderirem não precisarão fazer provas de concurso público, bastando publicar um edital e usar a nota do exame como critério para seleção.

Veja abaixo a íntegra da portaria que compõe o Comitê de Governança:
emhttp://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=49&data=02/09/2010

Banco do Brasil passa a oferecer financiamento a aluno do ensino superior


Mais de 2.100 estudantes de instituições particulares de ensino superior procuraram agências do Banco do Brasil, nas últimas 48 horas, para solicitar o Financiamento Estudantil (Fies). O banco começou a oferecer o financiamento em 30 de agosto.

Na avaliação do coordenador do Fies no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Valter Pacheco, a entrada do Banco do Brasil na oferta de financiamento representa uma alternativa aos alunos em todo o país.

Ele esclarece que os procedimentos, critérios, taxa de juros, prazos, exigência de fiador são os mesmos, tanto na Caixa Econômica Federal como no Banco do Brasil. "Não há diferença, os processos são idênticos", explica. A Caixa Econômica está no processo desde 1999, quando o Fies foi criado.

O coordenador também recomenda aos candidatos ao Fies que consultem a página eletrônica do fundo para conhecer detalhes e exigências e para tirar dúvidas. Todo processo começa com o cadastro do aluno no Sistema informatizado do Fies (SisFies).

Mudanças - Desde o começo deste ano, estudantes podem pedir financiamento a qualquer época do ano e etapa do curso. Até 2009, o Ministério da Educação definia períodos semestrais para pedidos de financiamento. Os juros são de 3,4% ao ano, o prazo para quitação do empréstimo é de três vezes o tempo de duração do curso, acrescido de doze meses e é exigida a apresentação de fiador.

Dados da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do MEC mostram que as mudanças já apresentam resultado positivo. Em dois meses e meio de funcionamento do sistema de fluxo contínuo, foram firmados 50.429 contratos, enquanto em 2009 foram feitos 32 mil.

Fonte: (Ionice Lorenzoni, da Assessoria de Comunicação do MEC)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Plantas medicinais da Amazônia para todos


Publicação do Goeldi coloca ao alcance do público resultados de discussões com cientistas e experiência acumulada sobre as plantas de uso medicinal região Amazônica Fruto de extensa pesquisa e experiência botânica produzida por mais de 30 anos, a terceira edição do livro "Plantas Medicinais na Amazônia" apresenta informações científicas e da cultura popular colhidos pela pesquisadora do Museu Goeldi, Maria Elisabeth van den Berg. 

Com ilustrações e tabelas, a publicação expõe nomenclaturas, descrições e usos de 31 famílias botânicas que contem espécies medicinais, visando oferecer uma base de dados científicos confiáveis para o incremento de pesquisas na área. 

Ao longo das suas 266 páginas, o livro busca resgatar e sistematizar cerca de 365 espécies vegetais conhecidas e utilizadas na Amazônia, com a preocupação de mostrar o seu lugar dentro dos grupos taxonômicos, atualizando a sua classificação botânica. De acordo com a autora, foi comprovada a necessidade desse estudo devido ao grande número de nomes vulgares que definem espécies diferentes de plantas, o que induziria ao erro e provável problema no uso de medicamentos com tais espécies. 

Exemplos disso são a "erva de passarinho" que designa duas espécies diferentes, assim como o "elixir paregórico", e a "alfavaca" que abrange pelo menos três espécies. Além dessas, também são descritas na publicação espécies como as pimentas de macaco e do reino, o cipó d'alho e o alecrim, entre muitas outras. 

Elaboração - "A idéia [do livro] era disponibilizar a todas as pessoas interessadas, seja do ponto de vista cultural, preservacionista, comercial ou industrial, uma contribuição útil e precisa dos nossos recursos, tão cantados e debatidos, às vezes de modo superficial e equivocado", explica Elisabeth van den Berg no prefácio desta terceira edição. 

Segundo a ex-diretora do Museu Goeldi Ima Vieira, que assina a apresentação desta edição, desde a sua primeira edição em 1982, o livro é referência para estudiosos, professores, estudantes e a sociedade civil em geral. "Tenho a convicção que esta obra clássica ficará para a história da produção científica brasileira, e estimulará a realização de outros estudos desse gênero", afirma Vieira. 

O material estudado durante a elaboração da pesquisa que gerou a publicação, em sua maior parte, é oriunda da coleção viva da autora, de coletas realizadas em feiras, a exemplo da Feira do Ver o Peso em Belém (PA), ou em outros estados da Amazônia Legal. Esse material está depositado nos herbários do Museu Goeldi e da Embrapa Amazônia Oriental. A publicação foi ilustrada por Carlos Alvarez e a foto da capa é de Maria Lúcia Morais.

Fonte: Museu Goeldi

Líder dos céticos do clima muda de ideia sobre Aquecimento Global



O mais famoso cético do aquecimento global, o dinamarquês Bjorn Lomborg, já chamado pelos seus oponentes de "Hitler do clima", mudou de ideia. Ele disse na terça-feira (31/8) ao jornal britânico "Guardian" que vai agora lutar contra a mudança climática. 

O estatístico, conhecido mundialmente por negar a importância do aquecimento global e o barulho feito por cientistas, ativistas e a imprensa em torno dele, vai lançar um livro no próximo mês pedindo dinheiro em nome da sua nova bandeira. 

Na obra, ele e um grupo de economistas analisaram oito métodos de redução do aquecimento global e sugerem que seja injetado dinheiro, por exemplo, em energias limpas como vento, ondas e energia solar e nuclear. 

O ex-cético não é exatamente modesto na hora de pedir dinheiro: de acordo com ele, serão necessários cerca de US$ 100 bilhões por ano para que as iniciativas tragam resultados. 

A mudança de lado do professor dinamarquês nos recentes debates sobre o clima foi uma surpresa para a comunidade científica. 

Na obra que lhe deu projeção internacional ("O Ambientalista Cético"), e nas palestras e entrevistas que vieram depois dela, Lomborg abusou da matemática para mostrar que o controle do aquecimento global seria uma conta que não fechava. 

Na sua opinião, o custo para combater o aquecimento era alto demais quando comparado com o benefício de ter um mundo "ligeiramente menos quente no futuro". 

Lomborg costumava defender que o ritmo do aquecimento e seus efeitos sobre as pessoas estavam sendo exagerados pelos cientistas "pró-clima" e pelo lobby dos que se beneficiariam com investimentos pesados em ações como limpar a matriz enérgica, por exemplo. 

Lomborg, no entanto, nega no "Guardian" que tenha feito uma reviravolta. Ele disse que sempre aceitou a existência do efeito humano no aquecimento global e que o importante, agora, é ver onde se deve gastar dinheiro para combatê-lo. 

O "episódio Lomborg" aconteceu um dia depois de um grupo de 12 cientistas independentes ter feito uma série de recomendações ao IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, na sigla em inglês). 

De acordo com os cientistas -que incluem um brasileiro, o físico Carlos Henrique de Brito Cruz-, o painel do clima precisa passar por mudanças na sua gestão e na coleta de informações. 

Um dos pontos nevrálgicos do IPCC que levaram à revisão independente foi a afirmação de que as geleiras do Himalaia desapareceriam em 2035, muito antes do que outras fontes sugerem. 

Lomborg bateu nessa tecla anteriormente, quando ainda era cético do clima. Ele afirmou que a matemática do degelo estava errada e que, mesmo que o degelo ocorresse, isso poderia ser benéfico, pois aumentaria a quantidade de água disponível no verão para a China e Índia. 

O dinamarquês pretende continuar criticando as contas do Himalaia. Mas, agora, sem desprezar as recomendações do IPCC. 

Fonte: Folha de SP


terça-feira, 31 de agosto de 2010

UERN abre inscrições para o Processo Seletivo Vocacionado no dia 13 de setembro

A Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE/UERN) publicou nesta terça-feira, dia 31 de agosto, o edital do Processo Seletivo Vocacionado 2011 (PSV 2011). Serão ofertadas pela UERN 2.306 vagas, das quais 50% são reservadas para alunos cotistas em cumprimento à Lei Estadual nº. 8.258 de 27 de dezembro de 2002, que destina 50% das vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o Ensino Fundamental e Médio em Escola Pública.

As provas serão aplicadas nos dias 19 e 20 de dezembro simultaneamente nas cidades de Mossoró, Assú, Pau dos Ferros, Patu, Natal e Caicó. As inscrições para o PSV 2011 serão abertas no dia 13 de setembro, exclusivamente pela Internet. Para ter acesso ao Formulário de Inscrição, o candidato deverá concordar com todas as informações constantes nas orientações e fornecer o número de seu CPF - condição exclusiva e obrigatória.

O valor da taxa de inscrição é de R$ 100,00 (cem reais). Os candidatos poderão efetuar a inscrição a partir das 9h do dia 13 de setembro. O prazo segue até às 23h59min do dia 03 de outubro de 2010 (horário local do RN). A partir de 23h59min do dia 03/10, o acesso à internet para geração do Formulário de Inscrição e do boleto bancário será bloqueado. O boleto gerado até o prazo limite (23h59min do dia 03/10) poderá ser pago até o dia 04 de outubro.

Em cumprimento à Lei Estadual nº 8.627, de 20 de janeiro de 2005, e ao Decreto Estadual nº 19.844, de 06 de junho de 2007, que regulamenta a Lei Estadual nº 5.869, de 09 de janeiro de 1989, será concedida a dispensa de 100% do valor referente à taxa de inscrição ao candidato que comprove:

a) ter cursado todo o Ensino Médio em escola pública do Rio Grande do Norte e ter concluído no triênio de 2008 a 2010;

b) ser aluno da 3ª série do Ensino Médio de escola pública do Rio Grande do Norte, em 2010, tendo também cursado a 1ª e a 2ª série desse nível de ensino no referido Estado em escola pública;

c) ter cursado e concluído todo o Ensino Médio em escola privada do Rio Grande do Norte, no triênio de 2008 a 2010, na condição de aluno bolsista, e o valor da bolsa nas três séries tenha sido igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do valor da mensalidade escolar;

d) ser aluno da 3ª série do Ensino Médio de escola privada do Rio Grande do Norte, em 2010, na condição de aluno bolsista, tendo também cursado a 1ª e a 2ª série desse nível de ensino, respectivamente nos anos de 2008 e 2009, nessa mesma condição, e o valor da bolsa nas três séries tenha sido igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do valor da mensalidade escolar;

e) ser doador de sangue e ter efetuado, no mínimo, 3 (três) doações sanguíneas convencionais para Instituições Públicas, vinculadas à Rede Hospitalar do Estado do Rio Grande do Norte, no período de doze meses anteriores à data de publicação do Edital do PSV/2011.

Em cumprimento à mesma Lei ( Lei Estadual nº 8.627, de 20 de janeiro de 2005), será concedida a dispensa de 50% do valor da taxa de inscrição ao candidato que comprove:

a) ter cursado todo o Ensino Médio em escola pública do Rio Grande do Norte e concluído este nível de ensino em período anterior a 2008;

b) ter cursado e concluído todo o Ensino Médio em escola privada do Rio Grande do Norte, no período de 2008 a 2010, na condição de aluno bolsista, e o valor da bolsa em qualquer das três séries tenha sido inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da mensalidade escolar;

c) ser aluno da 3ª série do Ensino Médio de escola privada do Rio Grande do Norte, em 2010, na condição de aluno bolsista, tendo também cursado a 1ª e a 2ª série desse nível de ensino, respectivamente, nos anos de 2008 e 2009, nessa mesma condição, e o valor da bolsa em qualquer das três séries tenha sido inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da mensalidade escolar.

Acesse o Edital para saber mais informações sobre prazos, normas e documentos necessários:
(84)3315-2153 - COMPERVE

www.uern.br/comperve - E-mail: comperve@uern.br
Fonte: Agecom/UERN

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Pesquisador sugere Alimentação mediterrânea como exemplo


Com índices de mortalidade por câncer e doenças cardiovasculares inferiores à média mundial e menor incidência de doenças como Parkinson e Alzheimer, os países da costa do mar Mediterrâneo têm muita coisa a ensinar sobre saúde aos demais.
 
A opinião é de Elliot Berry, professor do Departamento de Nutrição e Metabolismo da Escola de Medicina Hadassah da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, que proferiu no dia 27 palestra na 25ª Reunião da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Águas de Lindoia (SP).
 
Segundo Berry, a boa saúde dos povos mediterrâneos se explica em parte pela alimentação. Mesmo culturalmente diferentes, os países da região partilham alguns ingredientes em comum, entre os quais sete se destacam: trigo, cevada, uva, figo, tâmara, romã e azeitona.
 
"São alimentos antigos e citados na Bíblia. Dois deles - romã e azeite de oliva - são especialmente bons para a saúde. O azeite reduz o risco de doenças cardíacas e a romã possui alto teor de antioxidantes e diminui riscos de aterosclerose na veia carótida", disse.
 
Outro diferencial está no próprio modo de se alimentar, com pequenas porções, refeições bem distribuídas ao longo do dia e aproveitamento de alimentos da época e cultivados nas proximidades, o que garante frescor.
 
Para Berry, o Mediterrâneo ensina que a alimentação é um componente importante da qualidade de vida de cada país e deve ser quantificada. Pensando nisso, ele e mais dois colegas - Joshua Rosenbloom e Dorin Nitzan-Kaluski - elaboraram em 2008 o Índice de Nutrição Global (GNI, na sigla em inglês).
 
O GNI é formado por três itens com peso igual. O primeiro é a taxa de deficiência nutricional, que analisa a qualidade da alimentação e se há deficiência de nutrientes - esse número é calculado pela iniciativa Global Burden of Disease.
 
Outro componente é o excesso nutricional, que mede o porcentual de obesos com mais de 15 anos - dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O terceiro indicador é o de segurança alimentar, que representa a porcentagem da população desnutrida - dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
 
O GNI divide os países em desenvolvidos e em desenvolvimento. O Japão é quem está melhor na primeira lista, com índice de 0,930. Três países mediterrâneos estão entre os dez primeiros: França (2º), Itália (9º) e Espanha (10º).
 
Berry explica que há diferenças entre países ricos e em desenvolvimento ao abordar problemas nutricionais iguais. "A obesidade, por exemplo, é mais prevalente na população pobre dos países desenvolvidos, enquanto que nos países em desenvolvimento ela aparece mais nos estratos sociais mais altos", disse.
 
O Brasil é o décimo entre os países em desenvolvimento, com um GNI de 0,834, próximo à Argentina (em 7º, com 0,849) e ao Chile (8º, com 0,848). A lista é liderada pela Coreia do Sul (0,930), seguida pelo Uruguai (0,892).
 
Altos e baixos
 
"Os dados ficam muito interessantes ao cruzarmos o GNI com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): verificamos que boa nutrição e desenvolvimento econômico não são necessariamente sinônimos", destacou.
 
Ao sobrepor os rankings IDH-GNI, Berry encontrou resultados curiosos. Países com altos índices de desenvolvimento humano apresentaram índice nutricional baixo, como foi o caso dos Estados Unidos, Austrália e Canadá. Também houve exemplos reversos, como China e Indonésia, com bons GNIs e IDH abaixo da média mundial.
 
Por isso, Berry defende a incorporação do GNI ao IDH. "As duas informações juntas poderiam subsidiar políticas públicas que ajudariam inclusive os países ricos com problemas de nutrição", afirmou.
 
No entanto, a nutrição somente não explica a boa saúde encontrada no Mediterrâneo. Berry apresentou uma pesquisa realizada durante dois anos e que acompanhou 811 pessoas, comparando a perda de peso por meio de diferentes dietas. Dietas ricas em gordura, proteínas e carboidratos foram comparadas a outras com baixos teores desses componentes.
 
"A nossa tendência é dizer que os que receberam baixos índices de gordura, proteínas e carboidratos emagreceram mais. Porém, o resultado foi indiferente, mostrando que para a perda de peso a quantidade de alimentos é mais importante do que a qualidade", disse.
 
Além da alimentação, a qualidade de vida é um item importante a se destacar nos países do Mediterrâneo. "O horário das refeições, como você come e até com quem você come podem influenciar na saúde", disse.
 
Berry também destacou a importância da prática de exercícios físicos. "Toda vez que pegamos um elevador em vez de usar escadas estamos perdendo uma oportunidade preciosa para queimar calorias", disse.
 
Segundo o cientista, a quantidade de alimentos ingerida deve estar diretamente ligada ao nível de atividade física executada. "Somos como uma usina de energia, o combustível que consumimos deve ser compatível com o trabalho gerado", apontou.
Fonte: Agência Fapesp

Mudanças climáticas modificam padrão de crescimento das florestas




As mudanças climáticas já estão causando alterações no padrão de crescimento das florestas - tanto das tropicais quanto das temperadas -, mostram dois estudos realizados pelo Smithsonian Institution, dos Estados Unidos, obtidos pelo Estado.
 
As alterações no clima têm feito com que as florestas tropicais cresçam em um ritmo mais lento do que o habitual, ao passo que o inverso ocorre nas florestas temperadas, onde as árvores se desenvolvem a taxas mais aceleradas. Em ambos os casos, o fenômeno pode ser explicado pelo aumento nas concentrações de CO2 na atmosfera.
 
"Nos últimos 40 anos verificamos um aumento de 15% nas emissões de CO2 na atmosfera. Era esperado que isso afetasse os padrões de crescimento das florestas, mas só agora estamos tendo as primeiras pistas de como isso está acontecendo na prática", afirma o pesquisador Stuart James Davies, diretor científico do Smithsonian Tropical Research Institute, considerada uma das principais instituições mundiais de estudos na área de ecologia tropical, com atuação em 40 países.
 
Após realizar estudos de campo em florestas de área superior a 50 hectares (o equivalente a 50 campos de futebol), localizadas na Ilha Barro Colorado, no Panamá, e em Pasoh, na Malásia, Davies e sua equipe concluíram que as florestas tropicais estão registrando as menores taxas de crescimento dos últimos 21 anos. Foram analisadas mais de 400 mil árvores e arbustos, marcados e catalogados ao longo de 30 anos.
 
Segundo a pesquisa, as taxas de crescimento dos troncos caíram significativamente nas duas florestas. No Panamá, várias amostras foram analisadas. Em um grupo de 242 espécies, os padrões de crescimento se alteraram em 95% delas, sendo que em 71% as mudanças foram bastante significativas. Na Malásia, de um grupo de 775 espécies de árvores, 95% apresentaram taxas de crescimento inferior às verificadas nos últimos 20 anos.
 
Nos dois casos, explica Davies, as alterações no padrão de crescimento estão associadas a mudanças nos regimes climático locais. Entre elas, a redução da média anual de temperaturas mínimas e aos níveis de chuvas.
"As causas dessa redução no crescimento das árvores ainda precisam ser melhor compreendidas. Mas há uma nova dinâmica em curso, claramente um sinal das mudanças climáticas." O estudo faz parte do projeto HSBC Climate Partnership, criado pelo grupo financeiro britânico com o objetivo de conduzir experiências de campo sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre os ecossistemas e, a longo prazo, também na economia.
 
Florestas temperadas. As florestas localizadas em regiões de clima temperado - como nos Estados Unidos e Europa - também estão tendo seus padrões de crescimento alterados, mas no sentido contrário.
 
Essas florestas crescem a taxas aceleradas, nunca vistas nos últimos 225 anos, aponta outro estudo, realizado pelo Smithsonian Environmental Research Center, que também faz parte do Smithsonian Institution.
 
Experimento desenvolvido em florestas do Estado americano de Maryland pelo ecólogo Geoffrey Parker foi publicado em fevereiro pela Proceedings of The National Academy of Sciences (PNAS), a publicação da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
 
Parker rastreou as taxas de crescimento das árvores com idades entre 5 anos e 225 anos e as incluiu em um modelo matemático. Mais de 90% das amostras cresceram entre duas a quatro vezes mais rápido que o padrão delimitado pelo modelo matemático. Na floresta que serviu de base para o estudo, as taxas de CO2 na atmosfera cresceram 12% nos últimos 22 anos e a estação mais quente, onde ocorre majoritariamente o crescimento das árvores, se prolongou por mais sete a oito dias por ano.
 
"Se olharmos para os resultados dos dois estudos é possível concluir que a resposta das florestas às mudanças climáticas é rápida", diz Davies. O pesquisador explica que essas mudanças, associadas às alterações drásticas nas paisagens causadas pela ocupação humana - como desmatamentos e queimadas - podem trazer impactos importantes na regulação do clima e do regime de chuvas, especialmente nas regiões tropicais.
 
No Brasil, o Experimento de Grande Escala da Interação Biosfera-Atmosfera da Amazônia (LBA), iniciativa que soma mais de 150 projetos de pesquisas, ainda não possibilitou aferir conclusões sobre como o bioma é afetado pelo aquecimento global.
 
"Ainda não temos dados suficientes para afirmar que a floresta tropical brasileira teve seus padrões de crescimento alterados em razão das mudanças climáticas", afirma Luiz Antonio Martinelli, pesquisador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Ele explica que as florestas tropicais têm maior variabilidade genética e possibilidade de adaptação a mudanças do que as florestas de clima temperado. "Mas já temos um banco de dados consistente para investigações futuras."
 
''Menor expansão das árvores é negativa para a humanidade'', entrevista com Stuart J. Davies, diretor do Smithsonian Tropical Research Institute
 
O pesquisador Stuart James Davies, diretor científico do Smithsonian Tropical Research Institute e Ph.D. pelo Departamento de Biologia Evolucionária pela Universidade de Harvard, esteve no Brasil este mês para apresentar seu estudo sobre biomassa florestal em um evento em Manaus. Após a apresentação de seus estudos, ele falou ao Estado.
 
- O que está acontecendo com as florestas tropicais?
 
Venho estudando a variação geográfica, a sazonalidade das chuvas, a disponibilidade de recursos de solo e as mudanças nos padrões climáticos. É preciso compreender como os fatores ambientais influenciam as taxas de crescimento e de mortalidade de algumas espécies. Isso é fundamental para prever os possíveis impactos das mudanças no uso do solo e as condições globais das florestas tropicais. Pelos estudos de campo realizados no Panamá e na Malásia, podemos concluir que já existe uma resposta das espécies tropicais às mudanças climáticas.
 
- Que reflexos essa tendência pode trazer para questões como regulação do clima e o regime de chuvas?
 
Ainda é cedo para dizer quais são as alterações que essa mudança no padrão de crescimento das florestas trará no longo prazo. Isso precisa ser melhor estudado. Mas o que ocorre é que, em paralelo a essas alterações biológicas, existem as mudanças no uso da terra, causadas pelo homem. Estamos vendo uma perda de espécies provocada pelo desmatamento e a conversão de terras em agricultura. As duas coisas, somadas, terão influência significativa na regulação do clima nas áreas tropicais, especialmente no regime de chuvas.
 
- A tendência é irreversível?
 
Não, as tendências de crescimento das florestas podem variar, dependendo das condições ambientais. Se as concentrações de CO2 na atmosfera continuarem a aumentar, então as árvores podem começar a consumir mais carbono e crescer mais rapidamente. Mas, se a temperatura se elevar conforme preveem os cientistas do clima, esse crescimento poderá não acontecer.
 
- O que mais entra nessa equação?
 
No futuro, o efeito do CO2 adicional dependerá do que acontecer com as temperaturas e as chuvas. Se houver mais secas, por exemplo, as árvores tenderão a desacelerar ainda mais seu crescimento ou a ter taxas maiores de mortalidade. Isso seria péssimo porque essas florestas perderiam parte de seu potencial de absorver o carbono lançado na atmosfera pela queima dos combustíveis fósseis e outras atividades humanas. Se as árvores crescem a taxas menores, a concentração de CO2 na atmosfera pode aumentar. Isso é negativo para a humanidade. Mais CO2 significa mais aquecimento global.
Fonte: Jornal da Ciência/O Estado de SP

Chip ajuda a rastrear madeira em Mato Grosso



O Estado de Mato Grosso começou a testar neste fim de semana a instalação de chips eletrônicos para monitorar a exploração de árvores em áreas de manejo florestal.
 
O sistema, segundo o governo do Estado, permitirá rastrear a madeira que é extraída, dificultando fraudes relacionadas com a extração ilegal em áreas indígenas e de preservação.
 
O programa piloto do manejo florestal eletrônico começou a ser implantado há seis meses em uma fazenda de Nova Mutum (a 245 km de Cuiabá). Mais de 4.000 árvores receberam chips contendo dados como espécie, diâmetro, altura e localização.
 
O objetivo, diz a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), é conseguir acompanhar eletronicamente a extração legalizada e o transporte da tora até a indústria madeireira.
 
"Vamos testar tudo: segurança do sistema, viabilidade econômica e condições operacionais de implantação", disse Julio Bachega, secretário-adjunto de Mudanças Climáticas da Sema. O modelo prevê que os chips sejam bancados pelo interessado no manejo, ao custo de R$ 2 cada um. Em grandes quantidades, diz a Sema, o valor cai para até R$ 0,25.
 
"Os chips serão fornecidos pela Sema e só poderão ser cadastrados no sistema se estiverem dentro da área previamente autorizada para manejo", diz Bachega.
 
Antes de cada derrubada, o produtor precisará informar ao sistema o destino da madeira. "O chip original fica no toco da árvore cortada, e uma cópia segue no tronco até o destino autorizado e georreferenciado."
As informações irão compor um banco de dados estadual da exploração florestal legalizada no Estado, o que irá favorecer a fiscalização tanto do manejo em campo quanto do transporte.
 
"Quando for auditar a área de manejo, a fiscalização poderá saber a posição exata de cada árvore autorizada para corte. Na estradas, por meio de antenas leitoras dos chips, será possível implantar barreiras digitais."
 
Credibilidade
 
Embora possa representar um aumento nos custos de produção, a implantação do sistema é vista com otimismo por representantes da indústria madeireira do Estado.
 
O Cipem (Centro das Indústrias Produtores e Exportadoras de Madeira), que reúne oito sindicatos e participa da implantação do programa piloto, diz que o chip trará "credibilidade" ao setor. "A origem legal da matéria-prima é um diferencial", diz o presidente do Cipem, João Carlos Baldasso.
 
No primeiro semestre de 2010, segundo o Cipem, o setor florestal de Mato Grosso exportou quase US$ 60 milhões -um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
"Se pudermos mostrar que temos o controle da origem da madeira, teremos nas mãos uma ferramenta para ampliar o nosso papel no mercado", afirma Baldasso.
Fonte: Jornal da Ciência/Folha de SP

Carta-compromisso pela garantia do direito à educação de qualidade será lançada

Nesta terça-feira, 31 de agosto, em Brasília, 26 entidades lançarão carta com os desafios prioritários e compromissos fundamentais para garantir Educação de qualidade para todas as crianças, jovens e adultos de todo o país.

A educação no Brasil apresentou avanços nos últimos anos, mas ainda há uma enorme dívida histórica com a qualidade do ensino. A partir deste cenário, diversas entidades se uniram com o objetivo de elaborar uma carta-compromisso endereçada aos futuros governantes e parlamentares para nortear a construção de um Projeto Nacional de Educação.

A iniciativa visa comprometer os candidatos com a urgência de políticas públicas educacionais que garantam, efetivamente, o direito da educação de qualidade para todos e todas. Como primeiro e mais decisivo passo está a institucionalização do Sistema Nacional de Educação, tal como determina o Art. 214 da Constituição Federal de 1988 e deliberou a Conferência Nacional de Educação (Conae - 2010).

A carta-compromisso aponta os principais desafios que a educação precisa enfrentar nos próximos anos, não apenas aos candidatos que assumem no ano de 2011, mas também aos governantes futuros. Para tanto, apresenta quatro compromissos fundamentais que devem ser assumidos para se promover os avanços necessários que a educação brasileira demanda.

Proponentes da Carta-Compromisso: "Pela garantia do direito à Educação de qualidade":
- Academia Brasileira de Ciências (ABC)
- Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae)
- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped)
- Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG)
- Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
- Campanha Nacional pelo Direito à Educação (Campanha)
- Central Única dos Trabalhadores (CUT)
- Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)
- Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes)
- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)
- Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimento de Ensino (Contee)
- Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
- Conselho Nacional de Educação (CNE)
- Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed)
- Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação (FNCE)
- Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
- Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
- Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)
- Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM)
- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
- Todos pela Educação (Todos)
- União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes)
- União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme)
- União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)
- União Nacional dos Estudantes (UNE)

O documento será apresentado pelas instituições e pelos movimentos proponentes nesta terça-feira, 31 de agosto, às 10h, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília. Após seu lançamento, a Carta-Compromisso será apresentada para a assinatura dos candidatos.

Fonte: Jornal da Ciência

Especialistas temem efeitos colaterais da liberação

No intuito de devolver a chargistas e humoristas o direito de usar candidatos como alvo, o ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, pode ter escancarado a porta por onde podem passar não só opiniões legítimas, mas todo sortilégio de manipulações e achincalhe entre adversários. E não apenas nas seções de humor, como em todo o noticiário. Até mesmo no horário eleitoral gratuito.

Na última quinta-feira (26/8), o ministro suspendeu a eficácia do inciso II do artigo 45 da Lei 9.504/1997, que estabeleceu as regras para as eleições. O dispositivo, estritamente voltado para programas de rádio e TV, proibia a manipulação de som e imagem para “ridicularizar” candidatos.

Usada pelo Tribunal Superior Eleitoral como fundamento, a norma deu origem a uma resolução recente que proibiu os programas de humor de fazer menções a candidatos nas brincadeiras. A liminar do ministro foi direto na fonte e tirou os efeitos da norma. Especialistas ouvidos pela Consultor Jurídico, no entanto, acreditam que, ao suspender a proibição, Britto acabou liberando qualquer tipo de trucagem e encenação, não só no jornalismo, mas em quaisquer embates entre adversários.

É em que acredita o advogado Helio Freitas Silveira, que defende o Partido Verde nas eleições deste ano. Segundo ele, a liminar abriu uma porta perigosa para críticas desmedidas e sem limites, o que considera ruim dentro do processo eleitoral. Silveira afirma que a suspensão tirou um importante dispositivo de controle, não só dos programas humorísticos, mas da imprensa como um todo que, ressalta, tem veículos de comunicação muitos fortes e de grande impacto sobre o eleitor. “O candidato terá de tolerar críticas muitas vezes mentirosas. Não acredito que a autorregulamentação seja suficiente.”

Silveira diz que não é contra o humor nas eleições. “Ninguém em sã consciência vai proibir o humor”, afirma, e defende o uso na televisão e nos jornais de charges de candidatos. Mas, em relação aos programas humorísticos, afirma que nem sempre se preserva o melhor da política. “Usam exemplos negativos e generalizam, como se todos os políticos fossem iguais. Ele acrescenta que, em outras eleições em que atuou como advogado, percebeu que o seu candidato era alvo de críticas ferrenhas, enquanto o adversário era tratado de forma amigável. “É verdade que nós temos a livre expressão assegurada pela Constituição Federal, mas esta liberdade não é avassaladora. O ministro [Ayres Britto] a considera fundamental para a democracia. Para mim, a democracia se dá com equilíbrio e harmonia, que garantem a festa cívica que é o processo eleitoral.”

Para um ministro do Tribunal Superior Eleitoral ouvido pela ConJur, a sátira política nunca esteve vedada pela Lei Eleitoral. “O que a lei proíbe é a degradação e ridicularização dos candidatos. Uma coisa é a charge política ou a sátira feita pelos programas de humor. Outra completamente diferente é a trucagem ou montagem que permitam ferir a dignidade da pessoa”, afirma. “Não entendo por que criaram toda essa onda já que a lei está em vigor, da mesma forma, há 13 anos.”

Procurado pela revista, o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que não pode falar sobre o caso porque irá julgá-lo como ministro do Supremo Tribunal Federal assim que a liminar de Ayres Britto for submetida ao plenário daquela Corte. Lewandowski disse apenas que não há notícia de que, sob a Constituição de 1988, qualquer humorista ou chargista tenha sido punido por fazer humor político.

No entanto, o advogado Eduardo Muylaert, que já atuou como juiz no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, diz que o risco criado pela liminar é a possibilidade de um partido ou candidato usar “o humor” como arma de propaganda negativa contra os adversários. “Munido de uma aparente liberdade de expressão, o candidato contrata um palhaço para imitar o seu adversário, como arma política. A Justiça vai ter que decidir se, de fato, trata-se de liberdade de expressão ou de propaganda desleal.”

Porém, em relação à imprensa, ele entende que a decisão não vai suscitar grandes problemas e, principalmente, vai acabar com a censura prévia. Se houver exageros, o Judiciário decide. “É uma decisão importante, luminosa. Vai deixar a gente dar risada.”

O advogado Ricardo Vita Porto, que patrocina o PMDB, concorda. É à Justiça, na sua opinião, que caberá julgar possíveis abusos, o que, mesmo antes da liminar do ministro Ayres Britto, já vinha acontecendo apesar de a lei vetar as ridicularizações desde 1997. “Na Justiça Eleitoral, mesmo antes da liminar, dificilmente se conseguia direito de resposta depois de brincadeira, porque a jurisprudência entende que a pessoa pública está sujeita a crítica”, diz. Segundo ele, o ministro pôs em prática o que a jurisprudência já pacificara, e satisfez os críticos da mordaça imposta pela lei eleitoral. “Não se criou nada, o barulho é exagerado.”

Para Porto, os limites da imprensa também continuam os mesmos. Não são permitidas reportagens, programas ou charges que prejudiquem uma candidatura em detrimento de outra, e a defesa de um candidato, caso seja adotado por um veículo, só é possível nos editoriais. “Continua se podendo pedir direito de resposta, sem prejuízo de responsabilização civil por abusos”, diz. “É o caso de uma charge, por exemplo, que insinue que o candidato seja ladrão.”

Porém, de acordo com um ministro do STF ouvido pela ConJur, por não se restringir à liberdade de programas humorísticos, a decisão do ministro Ayres Britto pode permitir a qualquer programa ridicularizar candidatos. Como o artigo 45 da Lei Eleitoral fala genericamente na programação normal das emissoras, em tese, a rolha que impedia extrapolações foi retirada.

A maior preocupação é o que essa decisão pode gerar em relação às emissoras regionais e do interior, onde já havia certos abusos mesmo com a proibição de montagens e trucagens. Procuradores eleitorais que atuam em cidades do interior já demonstraram preocupação e acreditam que a Justiça será muito mais demandada por conta disso. Um dos motivos é o fato de diversos veículos pertencerem, direta ou indiretamente, a políticos. Ou seja, embora possam ser feitas por programas humorísticos, as achincalhações podem ter alvos muito bem escolhidos por motivos que nada têm a ver com a crítica democrática.

Termos usados por Ayres Britto em sua liminar também podem aumentar a demanda judicial. Para não anuir com o “vale tudo”, o ministro definiu como conduta vedada a veiculação de críticas ou matérias jornalísticas “que venham a descambar para a propaganda política, passando, nitidamente, a favorecer uma das partes da disputa eleitoral, de modo a desequilibrar o princípio da paridade de armas”. A liminar também fixa que os casos de abusos serão aferidos a posteriori pelo Judiciário. Assim, a Justiça Eleitoral pode ter de passar a julgar o que é piada e o que não é. Na prática, as balizas que antes eram definidas em lei passarão a ser definidas em decisões judiciais. Mas, em muitos casos, a decisão da Justiça não é capaz de sanar o estrago feito por um adversário mal intencionado, avaliam advogados.

Alarme falso
Mas há também quem ache que a liminar só causa polêmica se levada ao extremo, o que não teria sido a intenção do ministro. “Os efeitos da liminar não dão ampla liberdade para partidos e candidatos fazerem trucagem e montagem”, lembra Erick Wilson Pereira, especialista em Direito Eleitoral. “A primeira interpretação da decisão pode ser de que está tudo liberado, mas a hermenêutica diz que sempre se deve suspeitar da primeira interpretação.” Para ele, a única mudança feita pela liminar se refere à imprensa. “Tudo o que estiver ligado à imprensa e não a partido pode, ressalvadas as responsabilidades cíveis”, diz.

É como também pensa o advogado eleitoral Décio Freire. Segundo ele, a decisão não deve gerar oportunismo de partidos políticos para prejudicar adversários. “A legislação proíbe que um candidato destrua a propaganda de outro. Os partidos são muito monitorados quanto a isso”, garante. Para o deputado estadual por São Paulo Fernando Capez (PSDB), promotor público licenciado, os candidatos estão liberados para brincarem apenas consigo mesmos. “O Tiririca vai poder contiunar brincando durante a propaganda eleitoral, desde que isso se limite a ele próprio”, exemplifica. “O que não vale é menosprezar ou referir-se a outro de forma jocosa. Com essa condição, continua tudo igual.”

De acordo com a advogada eleitoral Luciana Lossio, a liminar do ministro não pode ser confundida com uma licença para a baixaria. "As eleições já estão suficientemente reguladas com a proibição de diversas formas de propaganda. Restringir demais a publicidade das eleições pode surtir efeito inverso", pondera. "Já há muita proibição da propaganda".

O relaxamento, segundo Erick Pereira, desafogou o que já virava uma revolta. “Já se estavam colhendo assinaturas para uma iniciativa popular que derrubasse a proibição.” Ele explica que, além da Lei 9.504, de 1997, as rédeas para montagens e trucagens em programas de rádio e TV foram detalhadas pela minirreforma eleitoral feita pela Lei 12.034 no ano passado, e apertadas pelo entendimento do TSE a respeito, manifestado em resolução que entrou em vigor em julho.

Fonte: Conjur / Alessandro Cristo, Lilian Matsuura, Marília Scriboni e Rodrigo Haidar