sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pesquisa avalia conhecimento de brasileiros sobre energia solar


Um conjunto de pesquisas sobre energia solar divulgados na segunda-feira (4) mostra que o Sol como fonte de energia é uma ideia valorizada e bem vista entre os brasileiros, independentemente do nível de conhecimento técnico sobre o tema.

O conjunto de pesquisas é do Instituto Ideal e Cooperação Alemã para o Desenvolvimento, GIZ no Brasil. Os estudos de mercado, um com consumidores e outro com gestores empresariais, foram realizados com o objetivo de avaliar a receptividade dos consumidores a um selo solar, que seria utilizado por empresas que comprassem energia fotovoltaica (como é chamada a geração elétrica a partir do sol) ou instalassem sistemas em suas edificações.

"O selo solar não é o que agrega valor a empresa, mas é a forma pela qual a empresa apresenta uma escolha reconhecida pela sociedade, cada vez mais, como importante. Esta escolha sim é o que agrega valor e torna a empresa importante e admirável", aponta a pesquisa com os consumidores.

Esta pesquisa, do tipo qualitativa, foi realizada com dois grupos de discussão, cada um composto por oito indivíduos de ambos os sexos (homens e mulheres), engajados e interessados no tema da responsabilidade socioambiental corporativa, com idades entre 24 e 62 anos.

Além de apontarem que um selo solar seria um meio importante e eficaz de comprovação de uso da energia alternativa, as pesquisas conduzidas pelo Instituto Market Analysis também serviram para verificar qual o entendimento dos brasileiros sobre esta opção energética.

"O uso da energia solar aumenta a credibilidade da empresa perante o consumidor e isto pode resultar na premiação da empresa por parte deste consumidor, ou seja, na compra do produto ou serviço da empresa ou na propaganda boca a boca positiva da mesma", afirma o estudo.

Contudo, as empresas precisarão também investir em educação, já que as pesquisas apontaram que ainda existe muita desinformação sobre a geração fotovoltaica, seja entre a população em geral quanto entre gestores, o que acaba gerando mitos e barreiras a esta opção energética.

Geração elétrica ou aquecimento de água? - A principal confusão identificada é entre geração elétrica e aquecimento solar, que vem acompanhando da falsa ideia de os coletores solares que hoje já começam a ganhar mais espaço nos telhados residenciais do País estariam gerando eletricidade e não aquecimento de água (função que eles de fato exercem).

No Brasil, projetos de geração fotovoltaica conectados a rede existem apenas em pequenos projetos ligados a centros de pesquisas e somam menos de 200 kWp, ou 0,0001% da geração elétrica do País. Só neste ano devem ser instalados projetos de maior porte, como a usina no edifício sede da Eletrobras Eletrosul, chamado projeto Megawatt Solar, que terá um potencial de 1MWp.

Gestores empresariais apostam na idéia - Entre os 68 gestores de empresas entrevistados na pesquisa quantitativa, a maior surpresa foi a disposição em investir em energias alternativas, em particular a solar, mesmo que isto represente custos para a empresa. Isto porque, na opinião deles, tal investimento traria benefícios para a reputação da organização em longo prazo.

Uma das principais barreiras vistas pelas empresas à adoção de geração fotovoltaica vinha sendo o alto custo, porém sendo a tecnologia energética que mais se expande no mundo, os preços de instalação de usinas solares vem caindo substancialmente a cada ano.

Dentre os gestores, 62% deles acreditam que a sua empresa pagaria um preço mais elevado pela energia solar fotovoltaica do que o pago pela atual principal fonte energética. Dentre eles, a metade (49%) acredita que suas empresas pagariam até 10% mais caro pela nova matriz energética.

O consumo de energia fotovoltaica é aprovado especialmente por conta do caráter renovável e pró-ambiental da energia, porém ainda há inseguranças com a ocorrência de problemas operacionais, de suprimento e com a produtividade da energia fotovoltaica.

Por esta razão, a educação também de gestores foi apontada pelo estudo como um ponto importante para serem trabalhados para aumentar a confiança e, assim, levar a adoção de novos projetos de geração fotovoltaica no país.

As duas pesquisas estão disponíveis para download em

Fonte: Instituto Ideal (Carbono Brasil)

Menos gestão e mais pesquisa


A Universidade Estadual Paulista (Unesp) aprovou a criação, em todas as suas unidades, de seções técnicas que darão apoio institucional aos seus pesquisadores.

O objetivo principal da iniciativa, de acordo com Maria José Soares Mendes Giannini, pró-reitora de Pesquisa, é permitir que os cientistas sejam poupados da pesada carga de trabalho exigida para a gestão e administração de projetos de pesquisa e possam, dessa forma, dedicar-se mais à pesquisa e à orientação de alunos. Os escritórios também darão apoio às relações internacionais.

De acordo com o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, a Fundação tem estimulado fortemente as universidades paulistas a criar estruturas que garantam o apoio institucional. "Esse é um assunto importante para a Fapesp. É preciso haver apoio para evitar que o pesquisador se desgaste na administração do projeto e na sua gestão, de tal modo que o seu tempo possa ser dedicado à pesquisa e à orientação de estudantes", disse.

Algumas instituições brasileiras já têm escritórios de apoio técnico semelhantes. A Unicamp, por exemplo, criou em 2003 a Unidade de Apoio ao Pesquisador, que realiza prestações de contas de projetos às agências de fomento, preparação de formulários e documentos para submissão de projetos, levantamento de editais e fontes de financiamento e orientações nos processos de compras e no uso dos recursos.

Um artigo recente publicado na revista Research Managment Review destaca a importância da existência de estruturas de apoio institucional à pesquisa. "O texto mostra que, nos Estados Unidos, 42% do tempo do pesquisador é gasto com administração dos projetos de pesquisa", disse Brito Cruz.

De acordo com Giannini, as Seções Técnicas de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão serão implementadas em todas as unidades da Unesp, com a atribuição de apoiar as atividades de pesquisa e internacionalização. Toda essa estrutura será coordenada por um Escritório Central de Apoio à Pesquisa (Ecap), centralizado na Pró-reitoria de Pesquisa.

"O Ecap oferecerá consultoria para as demais seções técnicas e fornecerá os elementos necessários para que elas padronizem o treinamento do pessoal que será contratado. Esses escritórios regionais, por sua vez, darão todo o apoio institucional para os projetos de pesquisa e para as relações internacionais", disse Maria Giannini.

A expectativa, segundo ela, é que as novas estruturas ajudem a contornar um dos principais gargalos para o crescimento da pesquisa na universidade: a prestação de contas de projetos financiados pelas agências de fomento.

"Com a nova estrutura, vamos aumentar a nossa demanda por projetos de pesquisa e elevar nossa competitividade nos grandes projetos da Fapesp, minimizando os erros de prestação de contas. Achamos também que os escritórios permitirão que possamos prospectar melhor os editais internacionais", disse Maria Giannini, que também é conselheira da Fapesp.

Entre várias outras atribuições, os escritórios deverão assessorar docentes e alunos na elaboração de pedidos de auxílios à pesquisa e submissão de projetos às agências, divulgar programas e bolsas disponíveis, auxiliar na divulgação, elaboração e aprimoramento de projetos e gerenciar parcerias resultantes dos projetos.

"Os escritórios vão também conferir e encaminhar a documentação para as agências de fomento, orientar o corpo docente no preenchimento do Currículo Lattes, apoiar parcerias empresariais, orientar a prestação de contas de projetos dos pesquisadores, divulgar editais associados à internacionalização da Unesp e organizar eventos que levem à integração dos alunos estrangeiros nas unidades", explicou.

Segundo a pró-reitora, o Ecap criará um portal na internet para dar apoio aos escritórios regionais e levantará dados gerais sobre projetos e financiamento de pesquisas da Unesp, produzindo relatórios anuais de pesquisa. "O Ecap terá um papel importante de agregar dados gerais sobre os projetos de pesquisa apoiados na universidade. Com isso, será possível centralizar e monitorar a informação sobre o retorno dos projetos. Ter esses dados à disposição será fundamental para traçar políticas de pesquisa", afirmou.

Pontos de Apoio - Em algumas unidades da Unesp já existem seções técnicas estruturadas, que serão aproveitadas. "A diferença é que agora, além de serem implantados em todas as unidades, os escritórios contarão com a contratação de pessoas qualificadas e treinadas especialmente com essa finalidade. Como haverá uma forte ênfase nas relações internacionais, esses profissionais precisarão ter domínio não apenas de toda a parte financeira e de gestão, mas também de línguas estrangeiras", disse Giannini.

A Unesp tem hoje 32 unidades distribuídas em 23 campi. A universidade conta ainda com 18 Pontos de Apoio Fapesp, que também servirão como embriões das novas estruturas de apoio técnico.

"Estamos contratando o pessoal e os quadros serão proporcionais à demanda, de acordo com um levantamento que fizemos sobre o número de projetos aprovados por cada unidade. Provavelmente, teremos um mínimo de três funcionários trabalhando em cada seção, mas isso irá variar de acordo com a necessidade de cada uma, considerando que a Unesp tem unidades com diferentes graus de complexidade", disse Maria Giannini.

O número de funcionários aumentará continuamente de acordo com a necessidade. Serão assistentes de suporte acadêmico e assistentes administrativos capazes de realizar todas as tarefas referentes à execução orçamentária e financeira dos projetos.

"Começamos a organizar o treinamento do pessoal, a fim de estabelecer as novas seções técnicas e uniformizar os serviços das que já existem. O setor de recursos humanos está orientando as unidades a contratar pessoal com o perfil que precisamos. É possível que em seis meses a maior parte das estruturas já esteja operacional", afirmou a pró-reitora de Pesquisa.

Fonte: Agência Fapesp

Finep quer executar R$ 1,75 bilhão do PSI até julho


A meta é contratar em quatro meses cerca de 120 projetos.

A diretoria da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) estabeleceu os prazos para execução do montante de R$ 1,75 bilhão, proveniente do PSI 3 (Programa de Sustentação do Investimento), voltado à inovação. A meta é contratar até julho próximo cerca de 120 projetos, preferencialmente em áreas consideradas prioritárias, como energia, saúde, TICs (tecnologia da informação e comunicação), aeroespacial, novos materiais, defesa, sustentabilidade ambiental e biodiversidade. Apesar desse foco, não está descartado apoio a outros setores da economia.

A principal opção será aproveitar os projetos que já constam na carteira reembolsável (dinheiro concedido sob forma de empréstimo) da Financiadora, mas novas propostas também poderão ser analisadas. O valor mínimo de solicitação de crédito foi estipulado em R$ 1 milhão. Os recursos do PSI serão aplicados por intermédio do Programa Inova Brasil, voltado a médias e grandes empresas.

A partir desta fonte financeira disponível, o Inova Brasil ganhou duas outras linhas, em que serão enquadrados os novos projetos contratados. A Linha 1 (Inovação Tecnológica), com taxa fixa anual de 4%, apoiará propostas de natureza tecnológica que busquem o desenvolvimento de produtos ou processos novos ou significativamente aprimorados, pelo menos para o mercado interno, e que envolvam risco e oportunidade de mercado.

Já a Linha 2 (Capital Inovador), com taxa fixa anual de 5%, dará apoio a empresas no desenvolvimento da capacidade para empreender atividades inovativas em caráter sistemático, compreendendo investimento em capitais intangíveis.

O PSI foi criado em julho de 2009 objetivando estimular a produção, a aquisição e a exportação de bens de capital e a inovação tecnológica. Há três subcategorias dentro do PSI. São as linhas de crédito para aquisição de bens de capital (máquinas e equipamentos para produção), para inovação e para pré-embarque de exportações.

Operado pelo BNDES, o programa tem este ano um orçamento de R$ 75 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões são para inovação. Desta parcela de recursos, a Finep vai operar R$ 1,75 bilhão.

Fonte: MCT

Nova edição do Pibid seleciona cem instituições


Foi publicada no DOU de ontem (7), a relação das instituições que tiveram projetos selecionados para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Nesta edição, 100 instituições de ensino superior (IES) públicas - sendo quatro municipais, 20 estaduais e 76 federais - foram contempladas, totalizando, no Programa, um adicional de 8.928 estudantes de cursos de licenciatura e 1.429 professores da rede pública a serem apoiados pelos próximos dois anos.

Criado em 2007 e coordenado pela Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Pibid objetiva estimular a docência e implantar ações que valorizem o magistério entre os estudantes de graduação.

A iniciativa funciona por meio da concessão de bolsas para que estudantes de licenciatura realizem projetos em escolas de educação básica, que visam à aproximação da teoria das licenciaturas à prática de salas de aula da rede pública de ensino. Além dessa integração entre universidade e escola, os projetos desenvolvidos propiciarão aos bolsistas o contato com experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar, sob supervisão de professores das escolas públicas.

Os benefícios não se restringem aos participantes do programa, pois as escolas parceiras também saem ganhando, uma vez que são priorizadas aquelas com baixo índice de desenvolvimento da educação básica e que, além de alcançar resultados positivos com os projetos, atuam como protagonistas no processo de formação dos estudantes das licenciaturas.

De acordo com a DEB, serão utilizados mais R$ 13 milhões no custeio do programa no próximo biênio. Os participantes recebem bolsas que variam de R$ 350 a R$ 1,2 mil, dependendo da modalidade de apoio exercida: bolsista de iniciação à docência (estudantes dos cursos de licenciatura); bolsista coordenador institucional (docentes das universidades federais e estaduais) e bolsista de supervisão (professores das escolas públicas estaduais e municipais).

Resultados - Apesar de relativamente novo, o Pibid já alcançou resultados expressivos como a diminuição da evasão e o aumento da procura pelos cursos de licenciatura; a crescente participação de trabalhos de bolsistas do Pibid em eventos acadêmicos, inclusive no exterior; a articulação entre ensino, pesquisa e extensão e a formação mais contextualizada e comprometida com o alcance de resultados educacionais, entre outros.

Fonte: Portal da Capes

Maia cobra definição e unidade do governo para votar Código Florestal


O presidente da Câmara garantiu que o projeto que modifica o Código Florestal só será encaminhado para votação quando houver acordo sobre a proposta.

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, disse nesta quinta-feira (7) que o governo precisa ter uma posição única em torno do Código Florestal (PL 1876/99) para facilitar o processo de votação na Casa. "Se o governo conseguir produzir uma unidade, para permitir que ministérios como o da Agricultura, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e das Cidades tenham uma opinião comum, isso ajudará também no debate dentro da Câmara".

Maia enfatizou que é preciso consenso entre os ministros. "Se em um assunto como a revisão do Tratado de Itaipu com o Paraguai, em que havia unidade na base, tivemos que ficar até tarde discutindo, imagine no caso do Código Florestal", disse.

O presidente da Câmara garantiu que o projeto do código só será encaminhado para votação quando houver acordo sobre a proposta. Maia afirmou que o relatório dos trabalhos da câmara de negociação do código, previsto para ser entregue na próxima semana, e uma possível proposta enviada pelo governo serão analisadas e levadas para debate com os partidos: "Assim que o relatório chegar vamos apresentá-lo aos líderes e, a partir disso, vamos definir a data de votação do Código Florestal."

Maia recebeu, nesta quinta-feira, representantes de ONGs contrários às mudanças no código e, em seguida, representantes de pequenos agricultores que concordam com algumas alterações. Eles trouxeram suas propostas junto com 116 mil assinaturas de apoio.

Centenas de manifestantes de movimentos sociais se reuniram em frente ao Congresso Nacional para protestar contra o PL 1876/99, relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que altera o código.

Fonte: Agência Câmara

Acervo de Maurício Rocha e Silva é doado para a SBPC


O acervo pessoal de Maurício Oscar da Rocha e Silva (1910-1983) foi doado por sua filha, Maria Inês da Rocha e Silva, para o Projeto Memória da SBPC. 

Constituído por manuscritos, fotos e vídeos relativos à sua carreira acadêmica e científica, o acervo será organizado e disponibilizado para consulta no espaço do Projeto Memória, que será instalado na sede da entidade, em São Paulo. A sede da SBPC, localizada no 4º andar do Centro Universitário Maria Antônia, está atualmente em reforma.

Médico e farmacologista, Maurício Rocha e Silva é considerado uma das maiores autoridades científicas e acadêmicas da história recente do Brasil. Foi descobridor da bradicinina - substância que hoje é largamente utilizada em medicamentos para o controle da hipertensão. A descoberta da bradicinina foi divulgada em 1949 no número inaugural da revista Ciência e Cultura, publicação da então recém-criada Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), entidade da qual Rocha e Silva foi um dos fundadores.

Projeto memória - Criado em 2004 com o objetivo de recuperar, conservar e divulgar o acervo histórico da SBPC, o Projeto Memória está parcialmente disponibilizado no site da entidade (http://www.sbpcnet.org.br/site/memoria/). Sua base dados conta hoje com mais de 1.400 itens indexados e representa cerca de 50% do acervo total.

Acumulado em mais de 60 anos de atuação da SBPC, o acervo não é apenas um registro da história da SBPC, mas também de parte importante da história da ciência e tecnologia no Brasil. São filmes, vídeos, fotografias, publicações, atas, dossiês e diversos documentos oficiais, além de transcrições de conferências e mesas-redondas realizadas nas Reuniões Anuais e Regionais da entidade.

Fonte: SBPC

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Brasil aplica tarifa antidumping para viscose da China e solvente dos Estados Unidos


A malha de viscose importada da China e um tipo de solvente usado na produção de tintas e vernizes comprado dos Estados Unidos pagarão mais para entrar no Brasil. O Comitê Executivo da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou a aplicação de direitos antidumping para esses dois produtos.

As alíquotas antidumping são aplicadas quando o governo entende que um produto entra no país com preço abaixo do preço de custo, o que caracteriza concorrência desleal. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a prática de dumping estava provocando danos à indústria nacional dos dois produtos.

No caso da malha de viscose, o tecido pagará uma alíquota fixa adicional de US$ 4,10 por quilo para entrar no país. A tarifa antidumping valerá por cinco anos. Usada na produção de roupas femininas, a malha de viscose já tem Imposto de Importação de 26%.

Para o solvente, chamado n-butanol, a alíquota extra variará de US$ 125,74 a US$ 244,91 por tonelada, conforme o fabricante do produto, pelos próximos seis meses. Atualmente, o solvente paga Imposto de Importação de 12%. O produto é usado na produção de plastificantes, tintas, vernizes, perfumes e de insumos para detergentes e antibióticos.(Wellton Máximo)

Fonte: Agência Brasil 

OEA pede que Brasil suspenda Belo Monte, e governo se diz 'perplexo'



Comissão de direitos humanos diz que é preciso cumprir novos processos de consulta com comunidades indígenas.

Itamaraty se disse 'perplexo' por questionamentos a Belo Monte

A OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu ao Brasil a "suspensão imediata" do processo de licenciamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), provocando "perplexidade" no governo brasileiro, segundo nota do Itamaraty.

Em documento de 1º de abril, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA solicita que "se impeça qualquer obra de execução até que sejam observadas condições mínimas".

Entre essas condições estão uma nova consulta com as comunidades indígenas locais, que devem ter acesso a um estudo do impacto socioambiental da obra, e a adoção de "medidas vigorosas para impedir a disseminação de doenças" entre os índios.

O documento, divulgado nesta terça-feira por ONGs que se opõem à hidrelétrica, é assinado por Santiago Canton, secretário-executivo da comissão de direitos humanos.

Trata-se de uma resposta à denúncia encaminhada em novembro passado pelas ONGs e pelas comunidades indígenas locais, que alegam não terem sido consultadas "de forma apropriada" sobre a hidrelétrica, que causaria "impactos socioambientais irreversíveis" em suas vidas.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty diz que as solicitações da OEA são "precipitadas e injustificáveis", alegando que os aspectos socioambientais estão sendo observados com "rigor absoluto", que a obra cumpre as leis brasileiras e que foi submetida a avaliação técnica.

"Sem minimizar o papel que desempenham os sistemas internacionais de proteção dos direitos humanos, o governo brasileiro recorda que o caráter de tais sistemas é subsidiário ou complementar, razão pela qual sua atuação somente se legitima na hipótese de falha dos recursos de jurisdição interna", diz a nota.

Penalidades

Por conta da denúncia, a comissão de direitos humanos da OEA solicitou ao Brasil informações sobre o processo de licenciamento de Belo Monte, consulta à qual o país respondeu.

Segundo especialistas, não há penalidade imediata se o Brasil não seguir a recomendação da OEA. Mas, em tese, o país é instado a seguir as orientações como um reconhecimento da legitimidade da organização, diz Paulo Brancher, professor de direito internacional público da PUC-SP.

Se a recomendação não for seguida pelo Brasil, o caso pode ser levado para a Corte Interamericana da OEA - nesse caso, a decisão seria vinculante, explica Oscar Vilhena, professor da FGV e também especialista em direito internacional.

O desfecho do caso na corte é nebuloso por envolver violações de direitos humanos em potencial, ainda não cometidas, diz Brancher. Mas Vilhena ressalta que a Corte Interamericana costuma se alinhar às recomendações da Comissão de Direitos Humanos.

A assessoria de imprensa da Norte Energia, consórcio responsável pela usina, não se manifestou sobre a recomendação da OEA, dizendo que ela deve ser tratada "no âmbito do Estado", mas agregou que as obras complementares à usina, como a construção de escolas e centros de saúde nos arredores de Belo Monte, estão prosseguindo normalmente.

O início da construção da usina é previsto para este mês, segundo a assessoria, quando é esperada a licença ambiental definitiva do Ibama.

Batalhas judiciais

A construção da hidrelétrica - obra do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), do governo federal - já enfrentou diversas batalhas judiciais.

Seu leilão foi suspenso duas vezes antes de finalmente ser concretizado, em abril de 2010.

Em fevereiro passado, a Justiça Federal do Pará havia derrubado a licença ambiental que prevalecia até então por considerar que a Norte Energia não havia cumprido precondições para o início da construção.

Em 3 de março, Tribunal Regional Federal permitiu que a obra fosse retomada, mas ainda cabe recurso.

Os argumentos do governo são de que a obra beneficiaria 26 milhões de brasileiros e de que o projeto prevê a preservação flora e da fauna, a transferência de comunidades afetadas e a manutenção da vazão do Rio Xingu. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte: Agência Estado

terça-feira, 5 de abril de 2011

Pesquisa dirá como está a situação de graduados no mercado de trabalho


Levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) é feita com os participantes das edições de 2005 e 2008 do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Teve início na sexta-feira (1), estudo inédito destinado a identificar como os formados na educação superior estão situados no mercado de trabalho. A pesquisa sobre emprego e empregabilidade, sob responsabilidade do Inep, será feita com os participantes das edições de 2005 e 2008 do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Eles receberão questionário, enviado por mensagem eletrônica, e terão prazo até o dia 29 para informar, entre outras coisas, como o currículo acadêmico ajudou na formação profissional.

O formulário, composto de 16 questões, leva em média cinco minutos para ser respondido. Duas das perguntas, subjetivas, permitirão ao graduado sugerir melhorias no curso em que se formou. O concluinte que não receber a pesquisa poderá respondê-la na página eletrônica do Inep. Ao ter acesso ao sistema, ele deve informar o CPF, a unidade da Federação da instituição de ensino e o curso. As informações serão validadas nas bases de dados da Receita Federal e do Inep. A pesquisa não divulgará respostas individuais.

A iniciativa integra o estudo qualitativo do segundo ciclo de aferição do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) de 2005 e 2008. O estudo é composto por variáveis que permitem medir pontualmente a evolução dos cursos - as médias do Enade, do conceito preliminar de curso (CPC), os relatórios de autoavaliação realizados pelas instituições e, a partir deste ano, o perfil dos egressos.

Os resultados devem ser divulgados no segundo semestre. As informações do primeiro ciclo de avaliação, referente a 2004 e 2007, estarão disponíveis em breve na página eletrônica do Inep.

Em 2005 e 2008, o Enade avaliou os cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, ciências sociais, computação, engenharia (oito grupos), filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química. No último ano, foram acrescentados os cursos superiores de tecnologia em construção de edifícios, alimentos, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental. Essas áreas serão avaliadas novamente este ano.

Fonte: Inep/MEC

Pesquisadores brasileiros obtêm descendentes da única cabra capaz de secretar hG-CSF no mundo


O Fator Estimulante de Colônia de Granulócitos humano (hG-CSF) é o medicamento mais utilizado no tratamento de diferentes condições de imunodeficiência e custa em média R$ 500 a ampola. Atualmente, pesquisas com animais transgênicos são alternativas viáveis no desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de diversas doenças em humanos. A transgênese em grandes animais, sobretudo em ruminantes, apresenta-se como uma importante aplicação biotecnológica para a produção de proteínas recombinantes em escala comercial.

Desde 1999, existe no Brasil uma parceria pioneira entre pesquisadores do Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (Uece/Favet), Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ) e Academia de Ciências da Rússia empenhados na produção de caprinos transgênicos que podem secretar o fator Estimulante de Colônias de Graunolócitos humano (hG-CSF), em seu leite.

Apoiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do projeto Uso de biotécnicas da reprodução na multiplicação de caprinos transgênicos para o hG-CSF. A equipe do LFCR, coordenada pelo médico veterinário e pesquisador do CNPq, Vicente Freitas, trabalha para aumentar o número de descendentes das linhagens dos animais fundadores, obtidos pela técnica de microinjeção de DNA em embriões pró-nucleares.

"De uma maneira resumida, cabras doadoras de embriões são induzidas para superovular com uso de hormônios. Essas cabras são cobertas por bodes fertéis e algumas horas após a fecundação faz-se a colheita cirúrgica dos embriões recém-fecundados. Os embriões são levados a um microscópio, acoplado a um micromanipulador, aonde é realizada a microinjeção. Após este procedimento, os embriões são transferidos para cabras receptoras que levarão a gestação até o parto. Após o nascimento, um teste de DNA detecta os animais transgênicos", explica Freitas.

A transgênese em mamíferos para produção de biorreatores apresenta um grande potencial em relação ao método tradicional - cultivo de bactéria ou células de mamíferos -, pois produzem uma proteína mais similar à natural e de maneira mais econômica. "De forma geral os medicamentos assim produzidos seriam mais eficientes e baratos", afirma o pesquisador.

A proteína hG-CSF é um medicamento importado amplamente utilizado devido à sua comprovada eficiência contra diferentes formas de neutropenia e leucopenia, induzidas por quimioterapia. Existem duas apresentações do remédio: o Filgrastim e o Lenograstim, ambos custam em média R$ 500 a ampola.

Produção - A cabra geneticamente modificada foi submetida a uma lactação induzida (sem a necessidade de uma gestação) e produz cerca de 630 microgramas de hG-CSF por mililitro (ml) de leite, o que equivale a quase duas ampolas do medicamento disponível no mercado. Um paciente, normalmente, é submetido a um tratamento completo de 14 ampolas. "Hipotetizando uma recuperação de 100% da proteína no leite, só sete ml do leite de nossa cabra seria suficiente para um tratamento. Imagine que esta cabra pode produzir até um litro de leite por dia e ter uma lactação que dura em torno de 150 dias. Dessa forma acreditamos que um pequeno rebanho transgênico pode atender à necessidade de hG-CSF do Brasil" ressalta Vicente.

Após a colheita do leite e purificação da proteína é que o medicamento poderá ser produzido. Contudo, antes da comercialização virá uma etapa muito longa que é a validação com a realização de testes pré-clínicos, clínicos, e etc. Para produção da proteína em escala comercial será necessário um número adequado de cabras lactando e secretando a proteína recombinante em seu leite. Para este objetivo estão sendo utilizadas duas estratégias: Utilização do sêmen do macho transgênico para fecundação de cabras não transgênicas; e Produção de embriões da fêmea transgênica (após fecundação com sêmen de macho não transgênico), com sua posterior transferência para cabras receptoras. As estratégias tem se mostrado eficientes, em menos de um ano de projeto o grupo já obteve descendentes tanto para o macho como para a fêmea transgênica.

Fonte: CNPq

Durigan assume presidência do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas


Para gestor, interação com empresas é prioridade para 
alavancar inovação tecnológica.

O vice-reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Julio Cezar Durigan, assumiu, nesta segunda-feira (4), o cargo de presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). A cerimônia de transmissão da presidência foi na sede do conselho, na capital paulista.

"Temos que focar esforços na divulgação dos resultados das pesquisas das três universidades para aumentar o impacto social de nosso trabalho", disse Durigan, na posse. "A interação das instituições com as empresas e os parques tecnológicos do estado são formas de aumentar essa visibilidade, gerando inovação".

No evento, o reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, passou a presidência do Cruesp na presença do vice-governador e secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. "O conselho é um fórum muito importante, por congregar as três melhores universidades do país. Elas são responsáveis por cerca de 50% da produção científica nacional e por quase metade dos mestres e doutores formados no Brasil", salientou o reitor.

Para o vice-governador, a política de desenvolvimento estadual deve ser debatida e proposta em conjunto com a comunidade universitária. Ele destaca a necessidade de descentralizar a geração de riquezas, hoje concentrada em 89 municípios paulistas, que sozinhos respondem por 83% do PIB (Produto Interno Bruto) de São Paulo. "Unesp, USP e Unicamp acumulam, com a autonomia, conhecimento e amadurecimento suficiente para auxiliar o governo nessa tarefa de expandir o crescimento econômico para as cidades das fronteiras do estado", ressaltou Afif Domingos.

As universidades estaduais paulistas conquistaram, em 1989, a autonomia financeira. Elas administram uma parcela do ICMS (Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços) no valor de 9,57% do total arrecadado pelo estado.

Ao longo desses 22 anos, o número de alunos matriculados na graduação cresceu 85%, na média das três instituições, com destaque para a Unicamp que multiplicou mais de cinco vezes as suas vagas nos cursos noturnos. Na pós-graduação, as matrículas aumentaram em média 86% nos mestrados e 229% nos doutorados. A Unesp teve um desempenho ainda mais expressivo - 728% mais doutores em formação. Esses dados mostram um crescimento acadêmico superior ao de recursos, que ficou em 37% no mesmo período.

O conselho - O Cruesp foi criado pelo decreto estadual 26.914, de 15 de março de 1987. É integrado pelos reitores das três universidades estaduais paulistas (Unesp, USP e Unicamp), e pelos titulares das Secretarias de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e da Educação.

Entre seus objetivos, está o fortalecimento da interação entre as universidades. Também cabe ao conselho assessorar o governador em assuntos prioritários de ensino superior e pesquisa. A presidência do órgão é rotativa entre os reitores das instituições, com duração de um ano para cada gestão.

Fonte: Unesp

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Energias alternativas é tema de palestra internacional


David Cahen, chefe do departamento de Energia Alternativa do Instituto Weizmann de Ciências, realiza ciclo de debates sobre pesquisas na área. Abordando os mais recentes avanços na utilização de fontes de energia alternativa, o pesquisador David Cahen proferiu a palestra O desafio energético. Biocombustíveis na perspectiva de Israel e do Brasil, neste domingo (3), no Rio de Janeiro.

Em sua exposição, abordou as necessidades e a produção atual de energia no mundo. De acordo com Cahen, o petróleo é fonte de 80% de toda energia utilizada hoje. A fonte finita, que está ameaçada de acabar há anos, conta ainda com muitas reservas a serem exploradas, mas a questão energética ainda tem muitos desafios pela frente.

O pesquisador falou sobre energia eólica, biocombustíveis e energia solar, especificando sobre a capacidade de geração de energia e os problemas ainda enfrentados em cada uma dessas fontes alternativas. "Temos que trabalhar juntos nesse desafio energético. Não apenas os cientistas, mas os políticos, economistas e toda a sociedade. Agora é o momento de incentivar e apoiar as pesquisas de energia alternativas."

Sobre os problemas para produção em grande escala de energia solar, Cahen destacou a ainda baixa capacidade de coleta e conversão, e problemas de armazenamento, para aproveitar a energia mesmo em dias de chuva. Ele desenvolve estudos sobre fotossíntese para aprender com a natureza melhor maneira de aproveitar energia solar.

Em relação a energia nuclear, com seus riscos e possibilidades, Cahen a destaca também como uma alternativa, e ressalta que há mecanismos para torná-la mais sustentável. Ele falou sobre o acelerador nuclear Th 232, que é visto como mais seguro do que os reatores de fissão normais porque são programados para parar quando a corrente de entrada está desligada. Além de permitir a queima de material que não necessitam altos níveis de fissão para produzir energia.

Para o pesquisador, a solução em curto prazo, até 2020, é investir em ciência e tecnologia, formação de profissionais, principalmente engenheiros, e em pesquisa, além de programas de reeducação de consumo, promovendo a economia de energia. "Em médio prazo, 2030-2050, os engenheiros já estarão formados e faremos melhor a aplicação das pesquisas. Precisamos de revoluções na ciência", declarou.

Instituto Weizmann - O centro, sediado em Israel, é responsável por pesquisas nas áreas de Física, Química, Biologia, Bioquímica, Matemática e Ciências da Computação, e desenvolve programas em cooperação com o Brasil há mais de 60 anos. Entre esses projetos destacam-se as pesquisas sobre Alzeimer e doenças cerebrais, desenvolvidas em parceria com o Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, e o programa de intercâmbio de estudantes, que seleciona jovens recém-ingressos na universidade para estágio no instituto no período de férias escolares. (Renata Dias)
 
Fonte: Jornal da Ciência