quarta-feira, 21 de abril de 2010

IBGE: combustível puxa queda da inflação em abril


A inflação brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA) desacelerou para 0,48% em abril, contra uma alta de 0,55% em março. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os combustíveis, ao ficarem 3,08% mais baratos, foram os responsáveis pela desaceleração do IPCA-15 em abril. O litro de gasolina ficou 2,12% mais barato, levando esse item a representar, individualmente, a principal contribuição para baixo no IPCA-15: -0,09 ponto percentual. A seguir veio o etanol, cujo litro ficou 13,64% mais barato, o que significou uma contribuição de -0,06 ponto percentual no índice geral. Assim, juntos, os combustíveis contribuíram com -0,15 ponto percentual no índice de abril. Por região, somente em Recife não houve queda nos preços dos combustíveis, ao contrário, a alta foi de 2,22%. Já em Goiânia a queda chegou a 6,79% e em Curitiba foi de 6,32%.

O mercado considera o IPCA-15 como uma prévia do IPCA do mês, que só deve ser divulgado no início de maio. O IPCA-15 é apurado com base na variação dos preços entre a segunda quinzena do mês anterior e a primeira quinzena do mês corrente. Já o IPCA é resultado da variação de preços ao longo do mês inteiro (do dia 1º a dia 30).

Assim, para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de março a 13 de abril e comparados com aqueles vigentes de 11 de fevereiro a 15 de março. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços.

O IPCA é o índice oficial usado pelo Banco Central para avaliar o cumprimento das metas de inflação. O índice também é considerado importante na definição da Taxa Básica da Economia, a Selic. Na próxima semana, o Banco Central realizará a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define as variações desta taxa.

Com a queda do IPCA-15 em abril, o acumulado no ano de 2010 situou-se em 2,51%, resultado superior ao verificado em igual período de 2009 (1,51%). Nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,22%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,09%). Em abril de 2009 a taxa havia sido de 0,36%.

Os produtos e serviços não alimentícios tiveram uma variação de 0,12% em abril, ante 0,35% em março. Mas, ainda que tenha havido desaceleração de um mês pro outro, foi verificada alta nos preços de itens importantes no orçamento das famílias, como os salários pagos aos empregados domésticos (de 1,81% em março para 1,60% em abril), que continuam com reflexos do reajuste anual do salário mínimo; os artigos de vestuário (de 0,08% para 1,08%), tendo em vista o final das promoções e entrada da nova coleção no mercado; e os remédios (de -0,15% para 0,70%), cujos preços subiram em consequência do reajuste ocorrido a partir do dia 31 de março.

No grupo alimentação e bebidas, cuja alta vem sendo atribuída, principalmente, a problemas climáticos, a variação de 1,71% de abril foi maior do que a registrada em março (1,22%). Os preços dos alimentos já aumentaram, no ano, 4,79%, segundo o IPCA-15.

Em abril, o leite pasteurizado apresentou variação de 9,63%, após ter subido 5,27% em março, e ficou com a maior contribuição individual no índice do mês: 0,09 ponto percentual. Empatou, assim com o tomate, cujos preços chegaram a aumentar 36,81%, contribuindo também com 0,09 ponto. Os tomates haviam subido 26,50% em março e já custam 62,96% a mais neste ano. Outros alimentos também mostraram forte aceleração de preços, a exemplo do feijão carioca (de -1,87% em março para 30,10% em abril) e da batata-inglesa (de 6,21% para 12,24%).

Dentre os índices regionais, o maior ficou com Recife (1,02%), onde os alimentos e a gasolina apresentaram os maiores resultados: 1,02% e 2,79%, respectivamente. Curitiba (0,10%) registrou a menor variação, tendo em vista, principalmente, fortes quedas tanto na gasolina (-5,07%) quanto no etanol (-18,91%). 
Fonte: IBGE

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