segunda-feira, 4 de abril de 2011

Energias alternativas é tema de palestra internacional


David Cahen, chefe do departamento de Energia Alternativa do Instituto Weizmann de Ciências, realiza ciclo de debates sobre pesquisas na área. Abordando os mais recentes avanços na utilização de fontes de energia alternativa, o pesquisador David Cahen proferiu a palestra O desafio energético. Biocombustíveis na perspectiva de Israel e do Brasil, neste domingo (3), no Rio de Janeiro.

Em sua exposição, abordou as necessidades e a produção atual de energia no mundo. De acordo com Cahen, o petróleo é fonte de 80% de toda energia utilizada hoje. A fonte finita, que está ameaçada de acabar há anos, conta ainda com muitas reservas a serem exploradas, mas a questão energética ainda tem muitos desafios pela frente.

O pesquisador falou sobre energia eólica, biocombustíveis e energia solar, especificando sobre a capacidade de geração de energia e os problemas ainda enfrentados em cada uma dessas fontes alternativas. "Temos que trabalhar juntos nesse desafio energético. Não apenas os cientistas, mas os políticos, economistas e toda a sociedade. Agora é o momento de incentivar e apoiar as pesquisas de energia alternativas."

Sobre os problemas para produção em grande escala de energia solar, Cahen destacou a ainda baixa capacidade de coleta e conversão, e problemas de armazenamento, para aproveitar a energia mesmo em dias de chuva. Ele desenvolve estudos sobre fotossíntese para aprender com a natureza melhor maneira de aproveitar energia solar.

Em relação a energia nuclear, com seus riscos e possibilidades, Cahen a destaca também como uma alternativa, e ressalta que há mecanismos para torná-la mais sustentável. Ele falou sobre o acelerador nuclear Th 232, que é visto como mais seguro do que os reatores de fissão normais porque são programados para parar quando a corrente de entrada está desligada. Além de permitir a queima de material que não necessitam altos níveis de fissão para produzir energia.

Para o pesquisador, a solução em curto prazo, até 2020, é investir em ciência e tecnologia, formação de profissionais, principalmente engenheiros, e em pesquisa, além de programas de reeducação de consumo, promovendo a economia de energia. "Em médio prazo, 2030-2050, os engenheiros já estarão formados e faremos melhor a aplicação das pesquisas. Precisamos de revoluções na ciência", declarou.

Instituto Weizmann - O centro, sediado em Israel, é responsável por pesquisas nas áreas de Física, Química, Biologia, Bioquímica, Matemática e Ciências da Computação, e desenvolve programas em cooperação com o Brasil há mais de 60 anos. Entre esses projetos destacam-se as pesquisas sobre Alzeimer e doenças cerebrais, desenvolvidas em parceria com o Hospital Alberto Einstein, em São Paulo, e o programa de intercâmbio de estudantes, que seleciona jovens recém-ingressos na universidade para estágio no instituto no período de férias escolares. (Renata Dias)
 
Fonte: Jornal da Ciência

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