quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ABC discute avanços e perspectivas da ciência na América Latina e Caribe


Pelo sexto ano, a Academia Brasileira de Ciências reúne pesquisadores de todo o País para debaterem a situação em suas áreas.

Teve início na manhã de hoje (30) a 6ª Conferência da Academia Brasileira de Ciências (ABC), cujo título este ano é 'Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe - 2011'. Até o dia 2 de dezembro alguns dos principais pesquisadores de excelência do País se reunirão na sede da ABC, no Rio de Janeiro, para relatarem os avanços do conhecimento em suas áreas de atuação.

"A conferência já se tornou tradicional na casa e a ideia (do evento) é ter a presença de acadêmicos e dos jovens. É importante essa participação para expor as pesquisas de forma cruzada para colegas de outras áreas ou dentro de uma mesma área", afirmou o presidente da ABC, Jacob Palis, na abertura.

Os simpósios contarão com especialistas em Ciências Biomédicas, da Saúde, Biológicas, da Terra, Agrárias, Sociais, Matemáticas, Físicas e Químicas. "É uma conferência muito científica. A Academia não deve se abrir apenas para questões de política científica, onde ela age junto à SBPC, mas também é preciso valorizar a ciência dos acadêmicos. Esse é o maior propósito da conferência", ressalta Palis, em entrevista ao Jornal da Ciência.

Manuel Limonta, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Havana e pesquisador na área de biotecnologia médica, representará os países da América Latina este ano. Ele é membro da Academia Cubana de Ciências, da Academia Caribenha de Ciências e da Academia de Ciências do Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

Na tarde da sexta-feira, último dia do evento, haverá uma discussão sobre o Código Nacional de Ciência e Tecnologia e uma avaliação da Capes sobre sua atuação em 2011. "Todo final de primeiro ano de um governo é complicado", opina Palis, em relação ao primeiro ano da gestão da presidente Dilma Rousseff. "As perspectivas ficam sempre um pouco embaçadas. Mas certamente nos próximos anos elas serão mais claras. Em geral elas são mais fortes a partir do segundo ano", completa.

Palis lembrou que em 2013 o Brasil sediará o 6º Fórum Mundial de Ciências, tradicionalmente hospedado pela Hungria. "Nossa presença fora cresceu muito. É a primeira vez que o Fórum sai da Hungria desde 1999, quando foi criado", pontua. O presidente da ABC ressalta também que a ciência brasileira vem sendo mais valorizada no exterior do que nunca e recordou que no último Fórum Mundial de Ciências, o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, discursaram ao lado de autoridades como o presidente da Hungria, Pál Schmitt, e o presidente do conselho executivo da Unesco.

"Gostaria que nossa presidente e também que os próximos presidentes frequentassem mais nossas instituições. Lula foi uma vez à SBPC, mas foi uma vez em oito anos, e não veio à ABC. Claro que as agendas políticas são muito complicadas, mas seria importante, ficaríamos muito honrados", reivindica.

Também na sexta-feira, o evento vai homenagear o químico Otto Richard Gottlieb, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), falecido em junho deste ano, com uma apresentação do professor Raimundo Braz Filho, Membro Titular da ABC e ex-reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). "Foi um grande cientista, é uma homenagem muito justa, apesar de ele ter sido homenageado também em vida, com o Prêmio Álvaro Alberto, dentre outras distinções. Certamente marcou a química brasileira", conclui. (Clarissa Vasconcellos)

Fonte: Jornal da Ciência

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