sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pesquisa mostra impacto de imagens em maços de cigarro

O efeito emocional provocado pelas imagens e frases impressas em maços de cigarro faz com que 48% dos fumantes pensem em deixar o vício. Este é apenas um dos dados de uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (31) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em comemoração ao dia nacional sem tabaco, 31 de maio. O levantamento integra o International Tobacco Control Policy Evaluation Project (ITC Project), pesquisa internacional sobre políticas de controle do tabaco que está sendo aplicada no País pela primeira vez.

A pesquisa foi iniciada em abril. Os dados, ainda preliminares, também revelam que, nos 30 dias anteriores à participação na pesquisa, as imagens e frases impressas impediram que 39,1% dos fumantes pegassem um cigarro quando estavam prestes a fumar. O estudo mostra que 61,6% dos fumantes e 83.2% dos não-fumantes disseram que as advertências os fizeram pensar, um pouco ou muito, sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo.

De acordo com os primeiros números, o País vem alcançando bons resultados com as imagens de advertência nos maços, que provocam reações emocionais em quem as vê. A aversão às imagens não só faz com que o fumante evite olhar para o maço, como também o estimula a pensar sobre os riscos envolvidos e evitar o próprio cigarro. Dos fumantes entrevistados, 84,9% disseram ficar muito ou extremamente preocupados quando veem as advertências.

Participantes - A pesquisa está sendo realizada em três capitais – Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre –, com um universo de 1.800 pessoas, fumantes e não-fumantes. Elas serão acompanhadas por, no mínimo, três anos. A cada mudança na política de controle do tabaco no País, haverá novas entrevistas com o mesmo grupo, o que permitirá a comparação temporal dos dados. Esta primeira etapa, cujos dados preliminares estão sendo divulgados, termina ainda no primeiro semestre de 2009.

No Brasil, o levantamento é realizado pelo Inca, ligado ao Ministério da Saúde, e pela Universidade de Waterloo, do Canadá. O estudo é financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e conta com o apoio da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e do Laboratório de Neurobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outros dados - Dos fumantes entrevistados, 91,8% disseram que, se pudessem voltar atrás, não teriam começado a fumar e 43.8% fizeram esforço para evitar olhar ou pensar sobre as advertências. Quanto à quantidade de informação sobre dos danos de fumar que apareceram nas embalagens dos cigarros brasileiros, 56.8% acham que os maços deveriam ter ainda mais informações de saúde do que possuem agora. Apenas 1,9% quer menos informação. Tanto fumantes como não fumantes estão bem informados quando questionados sobre a relação de determinada doença ou condição e hábito de fumar (ver tabela).

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