terça-feira, 17 de março de 2009

Amazônia: Ibama inicia operação

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou, nesta segunda-feira (16), a Operação Guardiões da Amazônia 2009, que prevê ações contra o desmatamento ilegal. Uma das principais ações é o Programa Arco Verde, que visa garantir alternativas para o desemprego no setor madeireiro da Amazônia, com medidas de proteção social e de estímulo a práticas sustentáveis.

O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia para 2009 foi anunciado na sexta-feira (13) pelo coordenador-geral de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) também vai destinar R$ 5,7 milhões para implementar o programa Agenda 21 em todos os municípios onde houver fiscalizações. E o orçamento do Ibama para este ano está maior, passando de R$ 60 milhões para R$ 80 milhões para as atividades de fiscalização. Esses valores poderão aumentar, se necessário, para combater o desmatamento na região amazônica.

O Ibama também vai intensificar a fiscalização contra o desmatamento este ano. Estão previstas 300 ações, cem a mais do que em 2008. O órgão vai contar com reforços, como aviões para observação de áreas afetadas, além de transporte de fiscais e equipamentos.

Segundo Evaristo, o Ibama vai "apertar com força" a questão do desmatamento ilegal. “Os cidadãos que alugarem caminhões para transporte de madeira, que não o façam, porque perderão seus bens. Aqueles empresários das serrarias, que estejam trabalhando com madeira ilegal, fiquem sabendo que a madeira será apreendida e retirada da serraria, e a serraria será lacrada", advertiu o coordenador-geral.

O diretor de Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Paulo Guilherme, afirmou que o objetivo do Arco Verde é complementar as ações de comando e controle que têm provocado redução do desmatamento ilegal na Amazônia. "Sabemos que só a repressão não estrutura um outro modelo de produção que venha a substituir esse modelo predatório", reafirmou.

Segundo ele, o governo federal, os estados e municípios devem desencadear uma ação integrada para mapear os problemas de cada município da lista, para apontar soluções. "Muitas vezes o próprio governo federal atua de forma desintegrada, queremos reverter isso e fazer a coordenação das políticas públicas para que sejam mais efetivas", destacou.

De acordo com Neliton Marques, presidente do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do estado do Amazonas), levantamento do governo do Amazonas revelou que mais de 50% do desmatamento atual no estado ocorre em pequenos e médios terrenos de até 50 hectares localizados nas margens das rodovias, de estradas vicinais clandestinas que se interligam com rodovias oficiais, e de rios com vias navegáveis. Segundo ele, o pico do desmatamento se dá entre os meses de julho e outubro, período de estiagem. Neliton informou, também, que o estado está criando mosaicos de unidades de conservação com o objetivo de amortecer os impactos da agropecuária. "Hoje 50% do estado é de áreas protegidas, são 17 milhões de hectares", disse.

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