segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Carla Vilhena apóia exigência do diploma para jornalista


Por Clara Vanali, da revista Contigo




A primeira vez que vi Carla Vilhena na bancada da Rede Globo foi no Jornal Hoje, em 2001. Ela apareceu com os longos cabelos presos e mostrava uma segurança de se admirar. Além da voz característica e da boa postura em frente às câmeras, Carla chamava a atenção pela beleza. Hoje, de cabelos soltos como apresentadora diária do SPTV e do Jornal Nacional, a jornalista de 41 anos se sente realizada por conciliar a profissão com a responsabilidade de criar os três filhos pequenos. A rotina é uma maratona que ela completa com prazer todos os dias, mesmo sentindo o desgaste ao final dela. E ainda falta alguma coisa? ''Quero ser correspondente internacional.'' Se depender do seu talento, isso não vai demorar a acontecer. Acompanhe o bate-papo completo da moça com a CONTIGO!


Como o jornalismo entrou na sua vida?


Na verdade eu fiz vestibular para Engenharia Mecânica. Mas no próprio Rio de Janeiro, comecei a atuar na Rede Globo como editora de imagens, e depois de trabalhar nas Olimpíadas de Los Angeles em 1984, me apaixonei e decidi fazer o curso de jornalismo nas Faculdades Integradas Hélio Alonso. Então, na verdade, escolhi a faculdade por causa do trabalho.


E com o tempo, trabalhar na TV foi uma escolha sua ou as coisas foram acontecendo?


Sempre trabalhei na TV e sempre como editora de imagens - eu gostava de ficar atrás das câmeras. Quem achou que eu poderia aparecer no vídeo foi um professor que me colocou para fazer um teste em um programa da faculdade. No final deu supercerto, e o programa passou a ser exibido na TV aberta. Nessa época eu tinha 18 anos e aí tudo começou. Logo após fui para a Manchete, depois Bandeirantes, Globo...


Você sente falta de não ter passado por alguma área do jornalismo, como o impresso ou o rádio?


Não. Eu só sinto falta de não ter sido correspondente internacional, algo que eu quero muito ainda. Se pudesse escolher, seria na Europa. Sempre gostei de estudar idiomas, acho que seria um ótimo aprendizado.


Tem muita briga de ego na área do telejornalismo?


Acho que se escolhessem apresentadoras apenas pela beleza, era só ir até uma agência de modelo, porque lá tem muitas meninas bonitas. Não é só a beleza que conta. Mas claro, não vamos ser hipócritas, as profissionais com boa aparência podem ter mais possibilidades na área de TV, embora isso não seja regra. O telejornalismo está mudando bastante nesse sentido. Fora do país, há muitas mulheres mais velhas nas bancadas. Aqui, há diversos apresentadores homens mais velhos; mulheres, ainda nem tanto. Precisamos mudar essa cultura no Brasil.


Você acha que jornalista deve ter diploma para trabalhar?


Eu acho que sim. A faculdade me abriu um universo muito grande. Eu tive acesso a conhecimentos que não são ministrados no Ensino Médio, como filosofia e antropologia. Eu tive orientadores espetaculares e fiz parte de grupos de leitura que foram essenciais para a minha formação. Na minha história a faculdade foi muito importante, tirei muito proveito desse ambiente. Claro que o mercado seleciona os melhores, mas acho que a universidade é sempre válida, a menos que o jovem seja um autodidata (risos).


Alguém da sua família é jornalista?


Meu avó era jornalista, e meu pai, publicitário.


Você é mãe de dois meninos e uma menina, apresenta o jornal diariamente e, às vezes, de fim de semana também. É muita correria?


Bastante. Eu deixo de ir a muitos lugares, shows, teatros, cinema. Faz tempo que não vou ao cinema. E quando termino de apresentar o jornal e vou para casa começa uma correria danada para levar os filhos para cursos, atividades, fazer ginástica... é uma loucura (risos).


Você faz academia?


Eu faço ginástica em casa com um personal trainer. Para mim é melhor assim, porque não preciso ficar longe dos meus filhos. Às vezes eles até ficam lá comigo, brincando.


E uma dúvida de todo mundo que está começando no jornalismo. Como você se informa?


Como trabalho com notícias locais, leio todos os jornais impressos locais pela manhã e os nacionais eu reservo para depois. Assisto ao Bom Dia São Paulo e no caminho do trabalho sempre ouço CBN, difícil eu escutar música no rádio (risos).

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