quarta-feira, 10 de setembro de 2014

AEB financia projeto de GPS para foguetes

Para o próximo edital da AEB, há um projeto que inclui as universidades de Brasília (UnB) e de Santa Catarina (UFSC), entre outras
Desenvolver e inovar pela independência tecnológica e para facilitar estudos científicos nacionais. Esses são os objetivos do aeroGPS, projeto criado e desenvolvido por um professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pioneiro no Brasil.
Já lançado seis vezes em foguetes suborbitais e utilizado em praticamente todos os lançamentos da Agência Espacial Brasileira (AEB), agora será aprimorado para uso em satélites.
O último lançamento de foguete com aeroGPS ocorreu na noite da segunda-feira (1), no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. “É um equipamento de localização e velocidade aprimorado, mais preciso que os radares usados hoje em dia no país. Mas isso não os substitui, eles se acrescentam”, resume o professor Francisco das Chagas Mota, que desenvolveu software específico para foguetes.
Executado, testado e bem-sucedido, o projeto teve início em 2001 nos Estados Unidos, mas começou a se desenvolver para sua aplicabilidade atual em 2006, no laboratório de Engenharia da Computação e Automação da UFRN, graças a um edital da AEB para projetos que visam a desenvolver equipamentos a serem usados pela Agência.
“A AEB é financiadora por edital com prazo de dois anos e estamos conseguindo renovar. Recebemos R$ 400 mil para equipamentos e material para montagem de cerca de 30 GPS”, explica Mota. Segundo ele, o custo unitário de um aparelho desse fica em torno de R$ 200 e são usados cerca de dois por ano.
Normas – A importância do desenvolvimento desse GPS no país, segundo Mota, é para facilitar o acesso a esse tipo de equipamento no Brasil. Para importar o produto o custo é alto e é preciso atender ao Internacional Traffic in Arms Regulations (Itar), ou Normas para Tráfego Internacional de Armas. “É preciso atender ao Itar, uma série de quesitos que avaliarão em que será usado, de que forma, até com visita ao laboratório, porque o aeroGPS é considerado equipamento de risco, já que pode ser usado em mísseis”, diz o professor.
De acordo com Mota, esse é um equipamento estratégico e vantajoso, de importância fundamental pela parte de localização de um foguete, o que pode para levar a certa autonomia tecnológica do país. Outra parceria destacada pelo professor foi a com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), de São José dos Campos (SP).
“A parceria começou em função da dificuldade que tivemos para conseguir os equipamentos e montar. Hoje, eles executam o nosso projeto de montagem e fazem a integração com o foguete. É uma parceria de interesses, boa para nós, que temos o equipamento pronto, e boa para eles, que têm o nosso projeto”, explica.
Para o próximo edital da AEB, há um projeto que inclui as universidades de Brasília (UnB) e de Santa Catarina (UFSC) entre outras. O equipamento também precisa ser aprimorado para ser instalado num artefato que entre em órbita. Mas, antes disso, integrará o Projeto Sara, que deve lançar em dezembro um foguete do Centro de Lançamento Barreira do Inferno (CLBI), em Parnamirim (RN).
No projeto Mota já teve a participação de quatro alunos da pós-graduação em Engenharia Elétrica e agora tem apenas uma equipe de cinco pessoas trabalhando no IAE. “Com essa tentativa de aplicabilidade em satélites, trabalho para trazer o projeto para o Instituto Metrópole Digital, da universidade, onde já tem um laboratório destinado a isso”.
(AEB, via Tribuna do Norte/RN)

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