quinta-feira, 11 de março de 2010

Suplicy: Lula deveria lembrar aos dirigentes cubanos a importância das liberdades democráticas


Para senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o respeito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstra pelo governo de Cuba não deveria excluir a possibilidade de lembrar "construtivamente", ao presidente Raul Castro e ao seu irmão Fidel Castro, a importância do respeito aos direitos humanos e às liberdades democráticas, sobretudo a liberdade de expressão, em todo e qualquer país. Ele criticou as declarações de Lula acerca dos presos políticos cubanos, que encontraram na greve de fome uma forma de protesto.

Suplicy lembrou que, em janeiro de 1998, "uma pessoa que demonstrou ser um amigo extraordinário" do país caribenho, o papa João Paulo II, foi bem recebido pelo então presidente Fidel Castro durante viagem a Cuba. Na oportunidade, afirmou, o religioso defendeu o fim do bloqueio econômico ao país, mas ressaltou que Cuba deveria criar um ambiente de maior liberdade e pluralismo, como forma de favorecer o surgimento de um ambiente político que combinasse justiça e liberdade.

- Gostaria que Lula se recordasse de algumas das pessoas da história que fizeram greve de fome para alcançar um objetivo importante na história dos povos - disse Suplicy, citando o líder indiano Mahatma Gandhi, o líder sul-africano Nelson Mandela, e o manifestante do Exército Republicano Irlandês (IRA) e membro eleito do Parlamento britânico, Bobby Sands.

O senador salientou haver grande diferença entre presos por motivo de consciência e criminosos comuns, refutando a comparação feita pelo presidente da República. Suplicy afirmou ter lido o livro da blogueira cubana Yoani Sanchez, observando que as críticas por ela desferidas contra o regime de Cuba seriam menos contundentes do que as normalmente feitas pela oposição brasileira, em plena vigência da democracia. Antes de concluir seu discurso, Suplicy ressaltou que sempre foi muito bem recebido em suas viagens a Cuba, desde os anos de 1980.

Em aparte, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que Suplicy deveria pedir a Lula e aos "presidentes amigos de Cuba" que defendessem a abertura política naquele país, tendo em vista que "não tem país no mundo que resista a 50 anos de ditadura".

Em seu discurso, Suplicy também comunicou que se encontra temporariamente no exercício da liderança do PT, uma vez que o senador Aloizio Mercadante (SP) encontra-se de licença devido a uma cirurgia.

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