quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Instituto Nacional do Semiárido (Insa) busca associação em rede internacional


Instituição científica brasileira poderá ser o 13º membro da Rede Global de Institutos de Pesquisa sobre Terras Secas (GNDRI, na sigla em inglês).

O Instituto Nacional do Semiárido (Insa) já enviou seus dados para associar-se à Rede Global de Institutos de Pesquisa sobre Terras Secas (GNDRI, na sigla em inglês), segundo informou nesta quarta-feira, dia 18, o diretor do instituto, Roberto Germano Costa, após coordenar um painel durante a Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18), que termina nesta sexta-feira, dia 20, em Fortaleza (CE).

A GNDRI foi fundada em 2007 e reúne-se a cada dois anos. Seu segundo encontro será em novembro, em Israel, em paralelo à III Conferência Internacional sobre Terras Secas, Desertos e Desertificação, no Instituto Jacob Blaustein para Pesquisas sobre o Deserto (BIDR, em inglês), vinculado à Universidade Ben Gurion, em Israel. O BIDR está na primeira coordenação temporária (por três anos) da GNDRI.

Integram a rede 12 instituições de dez países: Austrália, Alemanha, Argentina, Egito, Espanha, Estados Unidos, Índia, Israel, Japão e Namíbia. O Insa seria o 13º membro. O principal critério de admissão de membros é que os institutos tenham como missão a pesquisa científica sobre ecossistemas áridos, semiáridos ou subúmidos secos e tenham estrutura e institucionalidade permanentes.

"O foco dos institutos associados à GNDRI é aumentar e consolidar o conhecimento científico sobre um ecossistema específico", definiu Uriel Safriel, pesquisador afiliado do BIDR e coordenador da GNDRI, em sua fala no painel desta quarta-feira.

Após os debates, o pesquisador afirmou em entrevista que o principal resultado da GNDRI em seu curto tempo de existência é o fato de os institutos terem estabelecido um diálogo. Segundo Safriel, o nível de troca de informação entre os centros de pesquisa era baixo e resumia-se ao acompanhamento da produção científica por meio de artigos e congressos.

No sentido da cooperação científica, a primeira iniciativa do GNDRI será organizar um curso de duas semanas, em 2011. A ideia, informou Safriel, é escolher um tema emergente, juntar um corpo de especialistas entre os pesquisadores dos institutos e selecionar de 20 a 25 alunos, também de todos os países. O primeiro curso será em Mendoza, no Instituto Argentino de Pesquisas das Zonas Áridas (IADIZA).

Outra ação de médio prazo a ser tomada pela rede de institutos é fazer um levantamento sobre a infraestrutura laboratorial de cada um dos membros, para identificar oportunidades de cooperação.

Rede europeia de cientistas se amplia

O momento de debates do painel sobre redes científicas na Icid+18 foi marcado por pedidos de mais informações sobre como grupos de pesquisa poderiam associar-se à GNDRI. O coordenador da rede global, Uriel Safriel, destacou que a GNDRI tem um caráter mais selecionado e um de seus critérios é não admitir redes universitárias sem vinculação institucional a um centro ou criadas para responder a problemas científicos específicos.

Nesse sentido, os integrantes da mesa do painel sugeriram a adesão individual dos pesquisadores à DesertNet International (DNI), destacada pela diretora do IADIZA, Elena Abraham. A DNI foi criada a partir da ampliação da European DesertNet (EDN) e foi registrada como organização não governamental no ano passado, em 30 de novembro.

Em maio, a DNI tinha 204 membros, segundo a "newsletter" da entidade. Como 67% dos membros ainda eram formados por europeus, a ampliação do número de associados fora da Europa é uma das prioridades da entidade. Como rede de cientistas individuais, e não de institutos, a DNI recebe inscrições de quaisquer pesquisadores que trabalhem em temas associados a regiões secas e desertificação, com o objetivo de trocarem informações sobre pesquisas, eventos e cooperação.

Atualmente, a DNI é comandada por um Comitê Gestor provisório. O comitê permanente será eleito na primeira Assembleia Geral da rede, em setembro, em Roma (Itália). O site provisório da DNI é www.european-desertnet.eu/

Mais informações sobre a rede de centros de pesquisa GNDRI em www.gndri.org
(Vinicius Neder, do Jornal da Ciência)

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