quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ministro da Educação diz que Inep pagou caro por falhas no Enem


Ao prestar esclarecimentos sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Senado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (16) que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) "pagou um preço muito caro por um crime cometido contra a instituição".

"Não há que se falar em responsabilização criminal e civil de ninguém do Inep. Todas as hipóteses foram levantadas. O fato concreto é que uma das maiores gráficas do país não foi capaz de zelar pela segurança", disse Haddad, referindo-se ao roubo de provas do Enem ocorrido no ano passado.

Ao tecer o comentário na Comissão de Educação, Haddad fez referências às falhas registradas este ano no cartão de respostas e nas questões do caderno amarelo e também ao vazamento de provas do Enem, identificado no ano passado. O ministro defendeu a punição de indivíduos envolvidos nos problemas, mas pediu que as instituições ligadas ao certame sejam preservadas.

O ministro informou que já teve início a sindicância interna que vai apurar qual foi a responsabilidade do instituto no erro de impressão dos cartões de resposta do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

De acordo com Haddad, "aparentemente", o erro no cabeçalho das folhas de respostas foi do instituto. No primeiro dia, a prova teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante, de ciências da natureza. Mas, na folha em que os estudantes marcam as respostas, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas. O erro ocorreu em todos os cartões distribuídos aos 3,3 milhões de participantes.

"A sindicância já começou, e os primeiros documentos foram enviados para a gráfica. O erro vai ser apurado com toda transparência e a responsabilidade das pessoas envolvidas - sejam uma, duas ou três - será apurada até as últimas consequências, e o resultado encaminhado aos órgãos de controle", disse o ministro.

Uma das possíveis explicações para o erro é que, na edição do ano passado, a prova tinha a ordem inversa da aplicada neste ano. O mesmo arquivo poderia ter sido usado erroneamente para este ano, sem que fosse feita a inversão dos cabeçalhos.

O MEC abriu uma página para que os estudantes que tenham trocado a ordem de preenchimento na folha de respostas possam pedir a correção invertida. A solicitação pode ser feita até 19 de novembro.

O ministro voltou a defender a realização de mais de uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por ano. Segundo ele, a estratégia estava programada para ser adotada em 2010 e abriria caminho para "menos atropelos" e "mais tranquilidade". No entanto, segundo o Ministério da Educação (MEC), não houve tempo hábil para realizar duas edições do exame este ano.

"[A aplicação de mais de uma edição do Enem por ano] vai gerar menos angústia e permitir que outras instituições se habilitem a colaborar", disse o ministro, durante audiência no Senado para prestar esclarecimentos sobre as provas. Sobre a possibilidade de regionalizar as provas, Haddad avaliou que isso dependeria de um banco de itens a ser formado ao longo de anos, e não de meses.

O Enem foi aplicado nos últimos dias 6 e 7 para cerca de 3,3 milhões de alunos. Foram registrados erros no cartão de respostas e no caderno amarelo. As provas chegaram a ser suspensas pela Justiça Federal no Ceará, mas o Tribunal Regional Federal da 5ª Região derrubou a liminar.

Fonte: Agência Brasil

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