sexta-feira, 22 de julho de 2011

"Reformulamos o Plano Nacional de Banda Larga, dobramos a velocidade inicial prevista e mantivemos a meta de vender por R$ 35"


Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, desta quinta-feira (21), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, explicou o Programa Nacional de Banda Larga, que tem como objetivo levar a internet de um megabit por segundo para 70% do lares brasileiros. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.

Economia 

Existem estudos internacionais que mostram que o PIB aumenta em torno de 1,4% com o crescimento de 10% da população que acessa a internet. Hoje, a maioria dos países já estão trabalhando com metas bem mais ambiciosas, e nós, aqui no Brasil, também queremos trabalhar com essas metas. Neste ano, reformulamos o Plano Nacional de Banda Larga, dobramos a velocidade inicial prevista, que era de 512 kilobits, no ano passado, para um megabit por segundo, e mantivemos a meta de vender por R$ 35. A maioria das pessoas sem internet declara que não tem porque é caro. O valor de R$ 35 tem uma aceitação de aproximadamente 70%. A pessoa fala: “Isso aí eu acho que dá para pagar”. Então, trabalhamos com esse valor. Fizemos uma revisão, também, nos termos de regulação das empresas de telefonia, porque achamos que internet tem a ver com isso também. Nossa meta para 2014 é chegar a cinco megabits. 

Preço internacional

A internet com velocidade de um megabit por segundo, em março, custava em média, no Brasil, R$ 70,85. Isso em média, porque tem lugar que já oferecia a R$ 39,90, principalmente em grandes capitais. No interior os preços são muito maiores. No Amazonas, chega a R$ 400 por mês. Com esse acordo que fizemos vai cair pela metade o preço. Isso, em termos internacionais, é razoável. Nos Estados Unidos, um megabit custa, hoje, US$ 42; perto de R$ 70, também. 

Prazo de implantação

As empresas alegaram que teriam de formar atendentes de call center e adequar os sistemas, portanto foi dado um prazo de 90 dias, a partir do dia que foi assinado o Plano, em 30 de junho. Já está quase completando 30 dias. Isso não quer dizer que precisam esperar 90 dias para oferecer. Em 90 dias, no máximo, terá que oferecer, e há um cronograma que vai gradativamente incorporando cidades. Além disso, estamos fazendo outras ações. A Telebras foi reativada e está vendendo internet no atacado para provedores. Então, isso já começou. 

Redes

Paralelamente à oferta de internet no varejo, tem que se construir redes. Temos um plano até 2014, que vai demandar R$ 7 bilhões. Mas tem mais uma série de outros investimentos que poderemos ter que fazer, da ordem de R$ 10 bilhões. Por exemplo, queremos construir, pelo menos, mais um cabo submarino internacional. Mas já tem proposta, por exemplo, de construir um para a América do Norte e outro para a Europa, com o objetivo de atender a demanda internacional. Isso é absolutamente importante para que a internet tenha condição de ser atendida, porque hoje 27% dos domicílios tem internet. Se você pular para 70%, como queremos fazer, até o final de 2014, significa que vai precisar de rede e de investimento. 

Copa do Mundo

Para a Copa do Mundo, vamos precisar de internet muito mais rápida, com velocidades de 50 a 100 megabits. Além da internet pessoal, precisaremos de escala industrial para emissoras e jornais. Essa infraestrutura vai ficar como legado porque, depois da Copa, não será desmontada. As cidades que serão sede da Copa serão as primeiras a contar com internet ultrarrápida. 

Área rural

Estamos preparando licitação especial, que deverá ser feita até abril do ano que vem, onde está prevista a cessão de um canal de radiodifusão de 450 megahertz, que será repassado com a finalidade exclusiva de atender telefonia e internet na área rural. 

TV e rádio digitais 

Discutimos por meses qual seria o modelo de TV digital. Adotamos o modelo japonês, com algumas adaptações, que é chamado hoje de nipo-brasileiro. As televisões são produzidas aqui, os conversores são produzidos aqui, e ainda estamos exportando. Praticamente todos os países da América do Sul já adotaram esse modelo e tem países da África também discutindo. E elimina o chuvisco, o sinal de má qualidade que chegava na casa das pessoas. Hoje melhorou tremendamente isso. Já o modelo de rádio digital terá que melhorar o sinal e queremos ter garantia que a indústria também terá condição de produzir aqui os equipamentos, receptores e transmissores.

Fonte: Secom

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Identifique-se e poste o seu comentário e logo abaixo, o seu e-mail para um possível retorno.