sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um sonho de copa do mundo

O governo do Estado pretende gastar em Natal, a bagatela de R$ 300 milhões, caso a cidade seja escolhida como sede da Copa do Mundo de 2014. Para um Estado pobre e que tem muitas necessidades básicas ainda por serem atendidas, é um valor alto demais e não sei se compensará os lucros que possam ser atraídos no futuro. 

A própria cidade do Natal está necessitando de um novo aeroporto para substituir o seu atual no ítem de transporte de carga e viagens internacionais que, por sinal, já está sendo construído em São Gonçalo do Amarante e com muito menos do que esse valor, já estaria prontinho para funcionar. Como o investimento é estadual, a cidade de Mossoró também já pede socorro há muito tempo para a reforma ou construção de um aeroporto novo, que possa suportar vôos comerciais.

Não sou contra o governo estadual investir nesses sonhos, mas acredito que antes desse projeto ser executado, deve-se ponderar sobre a desigualde e falta de homogeneidade na divisão das verbas do erário do Estado para com os municípios desta unidade da federação. Gasta-se demais na capital em detrimento das necessidade básicas de outros municípios, pois enquanto Natal já tem um aeroporto que hoje recebe vôos internacionais, nenhum outro município do Rio Grande do Norte tem. nem ao menos, uma pista de pouso em condições de receber vôos comerciais de qualquer destino que seja.

No vizinho estado do Ceará a preocupação com a interiorização, não apenas do turismo, mas de todo o desenvolvimento da unidade como um todo, constrói-se um aeroporto quase na divisa  com o nosso estado, na cidade de Aracati e com certeza, se aqui o poder público municipal conseguir implantar algum projeto de desenvolvimento do turismo, será graças ao empreendedorismo do nosso vizinho que enxerga em nossas potencialidades, fluxo suficiente para complementar a demanda desse serviço, existente, naquela região cearense.

Pensar a copa como um investimento, é possível, mas afirmar que é um investimento que desenvolverá todo o Rio Grande do Norte é exagerar nos resultados, tendo em vista que o estado continuará se desenvolvendo em apenas uma de suas regiões, cometendo o mesmo erro da antiga SUDENE que elegeu como área prioritária os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará, deixando no esquecimento todo o resto, que até hoje luta para acompanhar esse Nordeste que já deu certo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Identifique-se e poste o seu comentário e logo abaixo, o seu e-mail para um possível retorno.