quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Depois dos erros, MEC vai reformular o Enem

Depois de uma série de erros nos últimos dois anos, o Ministério da Educação (MEC) trabalha na reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma das propostas em análise é envolver diretamente as universidades federais na organização do exame. A presidente do Inep, Malvina Tuttman, confirmou que mudanças estão em estudo, mas evitou dar detalhes:

- Estamos conversando sobre isso dentro do governo. Não posso adiantar nada.

Ela se reuniu a portas fechadas com integrantes do Conselho Nacional de Educação (CNE). O secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, disse que as universidades terão participação efetiva no Enem:

- Vai ter uma forma efetiva de participação. Elas vão participar com o que têm de melhor. As inscrições no programa Universidade para Todos (ProUni) bateram recorde este ano: 1.048.631 candidatos inscreveram-se no programa, que oferece bolsas gratuitas para alunos de baixa renda em 1,5 mil instituições privadas de ensino superior.

Até então, a maior marca tinha sido registrada em 2010, com 822 mil candidatos. O resultado da primeira chamada será divulgado amanhã. O ministro Fernando Haddad quer realizar duas edições do Enem em 2011.

Malvina não comentou a proposta do presidente da Câmara de Educação Superior do CNE, Paulo Speller, de regionalizar o Enem, fazendo provas distintas, em datas diferentes, nas diversas regiões. Já o secretário Luiz Cláudio Costa rechaçou a ideia:

- Não é o caminho. O que precisamos fazer é aperfeiçoar o sistema. Mas o sistema tem que ser nacional. Não podemos deixar questões menores atrapalharem um projeto Brasil.

A proposta do MEC de oferecer ensino médio em horário integral, associado ao ensino técnico, prevê transformar uma dívida do Sistema S em vagas gratuitas para estudantes da rede pública. O MEC estima que o Sistema S - do qual fazem parte o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) - tenha deixado de recolher cerca de R$ 3 bilhões do salário-educação, no período de 2000 a 2004.
(Demétrio Weber)

Fonte: O Globo

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