terça-feira, 24 de novembro de 2009

Brasil, Portugal e Moçambique vão monitorar desertificação via satélite

Desenvolver um sistema de informação suportado por imagens de observação da Terra, que permita às autoridades brasileiras, portuguesas e moçambicanas quantificar e monitorizar o processo de desertificação, auxiliando-as na produção de dados críticos para reportar no âmbito da United Nations Convention to Combat Desertification(UNCCD). Este é o objetivo do Desertwatch, um projeto financiado pela Agência Espacial Européia (ESA – Sigla em Inglês).

A implantação do projeto junto ao Brasil, Portugal e Moçambique será discutida em um workshop, que começa hoje (23) e vai até quarta-feira (25), no Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT), em Campina Grande (PB).

O evento é promovido pelo Programa Nacional de Combate à Desertificação (PAN-Brasil), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e tem a participação do Instituto Geográfico Português e Instituto Superior Técnico (Portugal), MMA, Insa, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Agência Nacional de Águas (ANA), Embrapa Semiárido (CPATSA) e do Ponto Focal da Paraíba.

Segundo o coordenador do PAN-Brasil, José Roberto de Lima, a intenção é desenvolver um conjunto de cadeias de processamento que permita produzir cartografia atualizada da Ocupação das terras nos ambientes áridos, semiáridos e sub-úmidos secos dos países envolvidos e consolidar os Indicadores mais expressivos dos processos de Desertificação. O objetivo final do projeto é obter uma ferramenta informática que possa ser utilizada pelos três países para atualizar todas as informações relativas a esses processos. 

“Este trabalho será desenvolvido de acordo com os requisitos dos diferentes utilizadores, possibilitando, por meio de imagens de satélite e informações georreferenciadas, importante base de conhecimentos para combater a desertificação. Vale ressaltar que as novas tecnologias de detecção remota, em particular os Sistemas de Observação da Terra e metodologias de integração de informação, têm um papel fundamental nesse processo”, explica. 

Juntamente com a ferramenta informática, será entregue um conjunto de mapas em formatos digital e impresso, com a ocupação das terras e indicadores de desertificação produzidos para os três países. 

Em tempo - De acordo com a UNCCD, a desertificação é definida como a degradação das terras em zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, incluindo as variações climáticas e atividades humanas. A utilização de satélites de Observação da Terra (OT) representa uma técnica poderosa e pouco onerosa para suporte à monitorização e combate aos processos de desertificação, permitindo avaliar a dinâmica e as alterações de ocupação que levam a este desgaste.

Nas últimas décadas, a OT tem sido aplicada extensivamente em diferentes escalas, uma vez que favorece a disponibilização de levantamentos espacialmente contínuos e atualizáveis periodicamente.

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