sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Parque de Abrolhos recebe o título de Sítio Ramsar



O Parque Nacional Marinho de Abrolhos recebeu, na terça-feira (2), o título de Sítio Ramsar, que reconhece a relevância mundial do local. Essa titulação é concedida pela Convenção de Ramsar, tratado intergovernamental celebrado no Irã, em 1971, que marcou o início das ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso sustentável das Zonas Úmidas e de seus recursos naturais. 

A cerimônia de entrega do certificado foi realizada durante a comemoração do Dia Mundial das Zonas Úmidas, que ressalta a importância da manutenção dessas áreas como uma das formas de contenção dos impactos das mudanças climáticas. 

Atualmente, a Convenção Ramsar é o único tratado ambiental global que trata das zonas úmidas: áreas alagadas naturais ou artificiais que abrigam grande biodiversidade de fauna e flora aquáticos e formam complexos ecossistemas que abrangem desde áreas marinhas e costeiras até as continentais como lagos, manguezais e pântanos, áreas irrigadas para agricultura e reservatórios de hidrelétricas.

Com o tema “Cuidar das Zonas Úmidas - uma resposta às mudanças climáticas”, o Dia Mundial teve como objetivo a divulgação das ameaças que espécies e ecossistemas dessas áreas enfrentam, assim como o importante papel que tais áreas desempenham na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Para o chefe do Parque de Abrolhos, Joaquim Neto, o diploma de Sítio Ramsar traz a esperança de “abrir os olhos da sociedade quanto à necessidade de investimentos que assegurem as condições necessárias para a manutenção daquela área”.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ressaltou a importância de aumentar a área das unidades de conservação marinhas e de incentivar o manejo das já existentes. “Nós estamos no prejuízo. Temos um compromisso internacional de proteger 10%, mas apenas menos de 0,5% de nossas áreas marinhas estão em unidades de conservação”. 

Em sua totalidade, o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos ocupa uma área de aproximadamente 88.250 hectares e está situado na Região dos Abrolhos, caracterizada por um mosaico de ambientes marinhos e costeiros, composto por áreas de recifes de corais, fundos de algas, manguezais, praias, restingas e remanescentes de Mata Atlântica. A localidade possui ainda um alto nível de endemismo, ou seja, ocorrências de espécies exclusivas da região, e apresenta a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

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