sábado, 8 de agosto de 2009

MMA aprova criação de unidade de conservação em Mossoró

Visitada desde 1930, a caverna Furna Feia, localizada no Assentamento Eldorado dos Carajás, em Mossoró – RN, ainda está em ótimo estado de conservação e será beneficiada nos próximos dias com a transformação da sua área em uma unidade de conservação federal, com a criação do Parque Nacional Complexo Espeleológico Furna Feia, que terá como denominação popular: Parque Nacional Furna Feia.


A transformação daquela área em parque nacional é uma iniciativa do escritório local do ICMbio – Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que atendendo a uma recomendação das suas próprias diretrizes que determinam como alta prioridade a conservação de cavernas e a criação de unidades no bioma caatinga, realizou estudos e fez a recomendação para a direção nacional do órgão.


A unidade de conservação, segundo o projeto inicial teria cerca de 4 mil hectares e comportaria nesses limites cerca de 50 cavernas, sendo o projeto considerado de alta prioridade, o Ministério do Meio Ambiente - MMA recomendou estudos para aumentar a área da unidade que, nesse caso, abrangeria um número maior de cavernas, aumentando para cerca de 100 unidades espeleológicas.


O projeto sensibilizou os técnicos do MMA, tendo em vista que apresentava uma biodiversidade ímpar, com remanescentes de caatinga bem conservada e um número alto de cavernas com grandes possibilidades de algumas terem sido usadas pelos primeiros habitantes da região, uma vez que já foram encontradas inscrições rupestres na sua caverna principal (Furna feia).


Um dos fortes argumentos para a provação do projeto é o fato do Rio Grande do Norte ter em sua área, cerca de 80 por cento de caatinga e apenas 1,65 por cento dessa área localizada em unidade de conservação. Esse argumento foi muito forte e levou os técnicos do MMA a sugerirem o aumento da área do parque para 8.765,6 hectares, onde já foram feitos estudos de levantamento florístico e faunístico que constatou a presença de espécies vegetais em extinção.


Nesse levantamento foram encontradas 101 espécies de aves, 23 mamíferos, 11 répteis e até um parente de espécies marinhas: troglábias, que determina a área como de ocupação pelo mar em um passado distante. O ICMbio aproveitou e realizou uma pesquisa entre as populações próximas e 91 por cento aprovam a criação do parque, 70 por cento já conhecem a caverna de Furna feia e 100 por cento são favoráveis a preservação da área. O próximo passo para a efetivação da unidade de conservação é uma vistoria técnica do Instituto Chico Mendes.

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