sexta-feira, 1 de julho de 2011

Museu Goeldi promove 19º Seminário do Programa de Iniciação Científica


A conferência de abertura, na próxima segunda-feira (4), às 15h, será feita pela geógrafa Maria Thereza Prost sobre "Interdisciplinaridade e Ética na Ciência".

Depois do encerramento do semestre e antes mesmo de desfrutar de alguma folga, mais de 100 estudantes de quatro grandes áreas do conhecimento científico apresentam resultados de estudos desenvolvidos como parte de sua formação acadêmica. Orientados por pesquisadores do Museu Goeldi (MPEG) nas áreas da Zoologia, Botânica, Ciências Humanas e Ciências da Terra, os bolsistas participam de evento tradicional e anual, que em 2012 completará 20 anos.

Com uma conferência sobre Interdisciplinaridade e Ética na Ciência, proferida pela geógrafa. Maria Thereza Prost, os organizadores abrem o evento em sessão que acontece, na próxima segunda-feira (4), às 15 horas, no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém (PA).

Segundo o coordenador do Programa de Instituição de Iniciação Científica e curador do Herbário do Museu, o maior da Amazônia, o botânico Ricardo Secco, o tema da conferência está na pauta das discussões atuais, nos meios científico e acadêmico, uma vez que a interdisciplinaridade passou a ser necessidade básica para se conhecer melhor e conservar os ecossistemas, a biologia das plantas e animais, as relações filogenéticas entre os seres vivos, as populações indígenas e civilizações do passado, o conhecimento tradicional, enfim, e as relações entre o homem e natureza de forma mais ampla.

Para ele, a ênfase, no entanto é na necessidade de ética na Ciência "em um Seminário que tem como premissa despertar novos talentos". E conclui: "Hoje a pressão para a publicação de artigos parece ter deixado um pouco para trás o pesquisador que pensava mais na Ciência do que no seu próprio bem-estar".

Conhecimento para o futuro - Os estudantes são responsáveis por uma parte considerável do conhecimento gerado na instituição. Com investigações que apresentam resultados para a Ciência Básica e Aplicada, as contribuições vão ao encontro de necessidades como a de identificar novas espécies, mapear a riqueza da sociobiodiversidade regional, bem como prover de ferramentas a preservação do ambiente e da cultura amazônica.

Da Zoologia, pesquisas revelam aspectos os mais variados da vida das borboletas, de macacos pregos, aves e formigas, dentre outros em áreas as mais diversas não só do Pará, mas da região amazônica como a da Grande Belém, Tucurui, Algodoal, Santa Barbara, e a bacia do Urucu, no Amazonas.

Os talentos em treinamento descrevem novas espécies e estudam para além da biologia e da morfologia, a ecologia alimentar de integrantes do reino animal. E enquanto investigam, aprendem um fazer de ciência tão necessário à manutenção da vida no Planeta.

Aranhas, vespas, moscas, os temidos transmissores da leishmaniose, os flebotomíneos, assim como os répteis, as abelhas, os moluscos e os triatomíneos responsáveis pela doença de Chagas, são alguns outros e muitos bichos que têm sua vida revelada nas pesquisas de iniciação científica do Museu Goeldi.

Do mato para usos os mais diversos - Medicinais, ornamentais, aromáticas, as plantas em suas inúmeras características, usos e aplicações são alvo dos estudos de botânica que constam da programação do 19 º Seminário de Iniciação Científica. Mas também os fungos que lembram logo estrago, apodrecimento quando ocorrem em materiais como os alimentos, a madeira e os tecidos estão entre os objetos de estudo do grupo da Botânica.

Se os fungos são danosos, também são instrumentais para a fabricação de vinho, cerveja e na produção de medicamentos. Eles são objeto de pesquisas desenvolvidas no Museu Goeldi na medida em que causam ferrugens em plantas da Floresta Nacional do Amapá como sugere trabalho de autoria de Fabiano Melo de Brito.

Espécies como o Piper aduncum, conhecida como pimenta de macaco, e de Piper hispidinervium, popularmente chamada de pimenta longa, são estudadas há muitos anos no Museu Goeldi e neste Seminário, dois estudantes vão tratar de temas relativos a período e condições ambientais de plantio.

As plantas medicinais são preferência nos estudos botânicos a serem apresentados durante o evento científico. Um dos estudos faz a caracterização farmacobotânica de planta conhecida como Caamembeca e indicada para diarréia, ameba e colite entre outras afecções. A aromática medicinal Siparuna guianensis é outra espécie com indicações etnobotânicas variadas, que é estudada a partir da análise foliar, que determina os nutrientes presentes no tecido vegetal, entre outras qualidades.

Fonte: Ascom do MPEG

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