terça-feira, 9 de agosto de 2011

Código Florestal pode ser votado dia 24 na CCJ


O relator do projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/2011) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), acredita que em 15 dias poderá apresentar seu voto aos integrantes do colegiado. Ele vai pedir ao presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), a inclusão do projeto na pauta da reunião do próximo dia 24.

Luiz Henrique informou que está analisando as 25 emendas apresentadas ao texto, 17 das quais são do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), três de Valdir Raupp (PMDB-RO), duas de Flexa Ribeiro (PSDB-PA), duas de Francisco Dornelles (PP-RJ) e uma de Acir Gurgacz (PDT-RO).

O senador acredita, no entanto, que, em seu voto à CCJ, deverá opinar apenas sobre a constitucionalidade e juridicidade do projeto enviado pela Câmara, deixando as emendas e demais questões de mérito para seu voto na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), onde também é relator. Além da CCJ e da CRA, o projeto de novo Código Florestal também será analisado pelas comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

As emendas apresentadas e as discussões realizadas até o momento indicam que o texto deverá ser modificado pelos senadores, mas Luiz Henrique considera que não serão modificações muito expressivas. "Se depender de mim, as mudanças serão mínimas", afirmou.

Ana Amélia alerta para impactos da recomposição de campos agrícolas localizados em APPs - Ao comentar em Plenário sobre audiência pública do Código Florestal realizada no final de semana pela Comissão de Agricultura de Reforma Agrária (CRA), a senadora Ana Amélia (PP-RS) chamou a atenção para o elevado impacto na economia brasileira da recuperação de terras, atualmente em uso agrícola, localizadas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), conforme o Código Florestal em vigor.

De acordo com a parlamentar, somente os gastos que o governo federal teria com a produção de mudas para reflorestamento alcançaria a cifra de R$ 1,2 trilhão, o equivalente a duas vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do setor do agronegócio brasileiro.

O elevado volume dos recursos necessários para a recomposição de tais campos agrícolas, localizados em APPs, na avaliação de Ana Amélia, demonstraria a irracionalidade da proposta de grupos ambientalistas que visam inserir no texto do Código Florestal dispositivo exigindo a recuperação dessas APPs antropizadas.

- O Brasil precisa avaliar suas questões ambientais com cientificidade, equilíbrio e responsabilidade, sem se deixar levar por modismos e conveniências. É claro que o planeta precisa ser preservado, mas os alimentos precisam ser produzidos, e para isso, precisamos deixar de lado alguns dogmas do ambientalismo - disse.

Ana Amélia observou que os maiores prejuízos da imposição, via texto do novo Código Florestal, da obrigação de recomposição de áreas de APPs consolidadas, não seriam computados propriamente pelos produtores rurais, ou no setor primário, mas nos demais setores da economia brasileira.

- O maior impacto da aplicação desse código [do Código Florestal em vigor] não vai ser sobre o agricultor vai ser sobre o que entra de fora da porteira da fazenda, sobre todo o setor industrial e sobre todo o setor de serviços e sobre todo o comércio - alertou.

A senadora, citando dados apresentados pelo procurador da Fazenda Nacional e autor do livro Código Florestal Comentado, Luís Carlos Silva de Moraes, durante a audiência na CRA, disse ainda que os recursos para uma eventual recuperação das APPs consolidadas só poderiam vir da cobrança de novos impostos, provocando um aumento na carga tributária, ou, então, da redução de investimentos em infraestrutura..

Em aparte, o senador Blairo Maggi (PR-MT), relatando sua participação em congresso do agronegócio em São Paulo, alertou para a necessidade de rapidez na apreciação do projeto do novo Código Florestal no Senado, de modo a garantir segurança jurídica para os produtores rurais. 

Fonte: Agência Senado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Identifique-se e poste o seu comentário e logo abaixo, o seu e-mail para um possível retorno.