segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Chip ajuda a rastrear madeira em Mato Grosso



O Estado de Mato Grosso começou a testar neste fim de semana a instalação de chips eletrônicos para monitorar a exploração de árvores em áreas de manejo florestal.
 
O sistema, segundo o governo do Estado, permitirá rastrear a madeira que é extraída, dificultando fraudes relacionadas com a extração ilegal em áreas indígenas e de preservação.
 
O programa piloto do manejo florestal eletrônico começou a ser implantado há seis meses em uma fazenda de Nova Mutum (a 245 km de Cuiabá). Mais de 4.000 árvores receberam chips contendo dados como espécie, diâmetro, altura e localização.
 
O objetivo, diz a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), é conseguir acompanhar eletronicamente a extração legalizada e o transporte da tora até a indústria madeireira.
 
"Vamos testar tudo: segurança do sistema, viabilidade econômica e condições operacionais de implantação", disse Julio Bachega, secretário-adjunto de Mudanças Climáticas da Sema. O modelo prevê que os chips sejam bancados pelo interessado no manejo, ao custo de R$ 2 cada um. Em grandes quantidades, diz a Sema, o valor cai para até R$ 0,25.
 
"Os chips serão fornecidos pela Sema e só poderão ser cadastrados no sistema se estiverem dentro da área previamente autorizada para manejo", diz Bachega.
 
Antes de cada derrubada, o produtor precisará informar ao sistema o destino da madeira. "O chip original fica no toco da árvore cortada, e uma cópia segue no tronco até o destino autorizado e georreferenciado."
As informações irão compor um banco de dados estadual da exploração florestal legalizada no Estado, o que irá favorecer a fiscalização tanto do manejo em campo quanto do transporte.
 
"Quando for auditar a área de manejo, a fiscalização poderá saber a posição exata de cada árvore autorizada para corte. Na estradas, por meio de antenas leitoras dos chips, será possível implantar barreiras digitais."
 
Credibilidade
 
Embora possa representar um aumento nos custos de produção, a implantação do sistema é vista com otimismo por representantes da indústria madeireira do Estado.
 
O Cipem (Centro das Indústrias Produtores e Exportadoras de Madeira), que reúne oito sindicatos e participa da implantação do programa piloto, diz que o chip trará "credibilidade" ao setor. "A origem legal da matéria-prima é um diferencial", diz o presidente do Cipem, João Carlos Baldasso.
 
No primeiro semestre de 2010, segundo o Cipem, o setor florestal de Mato Grosso exportou quase US$ 60 milhões -um aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
"Se pudermos mostrar que temos o controle da origem da madeira, teremos nas mãos uma ferramenta para ampliar o nosso papel no mercado", afirma Baldasso.
Fonte: Jornal da Ciência/Folha de SP

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