O filme Lamarca conta a trajetória do capitão do exército Carlos Lamarca de 1969 a 1971, ano de sua morte. Ele foi um soldado que optou pela revolução armada no auge da ditadura militar, tornando-se um guerrilheiro clandestino e desligando-se para tanto de sua mulher e de seus dois filhos. Vivendo dois anos na clandestinidade, Lamarca (aqui interpretado por Paulo Betti) desenvolveu fortes convicções políticas e sofreu uma perseguição sem trégua de alguns setores do exército, que o classificaram como traidor da pátria.
Em seu encalço, um delegado e um major fizeram de tudo para que o guerrilheiro fosse morto. Mais tarde, ele virou uma espécie de símbolo da luta pelo fim da ditadura e pela implantação de ideais revolucionários na sociedade brasileira.
- Sem citar os nomes verdadeiros, o roteiro alude a personalidades da época da repressão militar pela sonoridade dos nomes; assim, o delegado Sérgio Paranhos Fleury se transformou em "Flores", e Iara Iavelberg, em "Clara".
- O roteiro, co-escrito pelo diretor Sérgio Rezende, partiu de uma Livre adaptação do livro Lamarca, O Capitão da Guerrilha de Emiliano José e Oldack Miranda.
- Sérgio Rezende já era um dos diretores mais reconhecidos do Brasil quando fez exame para Lamarca. A história controversa de um ativista socialista/comunista com conexões fortes a Cuba de Castro.
- Depois de Lamarca, Sérgio Rezende continuou trabalhando em temas e em personalidades históricos numa escala maior. Porém, cujo retrospecto, sem dúvidas, são seus primeiros filmes épicos históricos brasileiros: Lamarca (mesmo sendo uma história consideravelmente recente) e O Homem da Capa Preta.
- O livro escrito em 1980 já está na 16ª edição revista e ampliada. Editado pela Global Editora (SP), o livro conta a história do capitão do Exército Brasileiro que optou pela luta armada contra a ditadura militar iniciada com o golpe militar de 1964. Os autores traçam o perfil de Carlos Lamarca, seus amores, idéias, ações de combate, as circunstâncias das mortes da guerrilheira Iara Iavelberg, em Salvador, e de Lamarca e seus companheiros no sertão da Bahia, em 1971.
Crítica: Considerado a melhor estréia nacional de 1994, o filme de Sergio Rezende acompanha os dois últimos anos da vida do Capitão Carlos Lamarca (Paulo Betti), desde o momento em que, casado com Marina (Deborah Evelin), decide fazer uma opção radical pela revolução enviando a mulher e os dois filhos para Cuba e desertando do Exército em janeiro de 1969, até sua morte em 1971.
Na clandestinidade, ligado a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Lamarca comanda assaltos e seqüestros, apaixona-se por Clara (Carla Camurati) e amadurece em suas convicções políticas. Começa a sofrer, também, a perseguição sem trégua do delegado Flores (Ernani Moraes), e depois do Exército, sob o comando de um Major (José de Abreu) determinado a derrotar a qualquer preço "o traidor da bandeira". (Emiliano José)
Fonte: CMI Brasil: www.midiaindependente.org
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