terça-feira, 11 de agosto de 2009

Grupo de Trabalho Araguaia faz escavações em busca de vítimas da ditadura militar

O Grupo de Trabalho Tocantins começa amanhã (11/08) a executar a terceira etapa do trabalho de buscas por corpos de guerrilheiros e militares mortos durante a “Guerrilha do Araguaia”. O trabalho de campo com escavações deverá durar até 31 de outubro.

O coordenador do grupo de trabalho, Cleso Fonseca, consultor jurídico do Ministério da Defesa, e o coordenador de campo do MD no grupo de trabalho, Edmundo Theobaldo Müller Neto, acompanharão em Marabá o início das escavações. Os primeiros locais a serem escavados serão o pátio do DNIT em Marabá e a região identificada como Tabocão, também no Pará.

Na quinta-feira passada (06/08) os integrantes do Comitê Interinstitucional de Supervisão das Atividades do Grupo de Trabalho Tocantins (GTT) reuniram-se pela primeira vez e acompanharam um balanço da etapa inicial das atividades de campo do grupo de trabalho.

A reunião, que aconteceu no Ministério da Defesa, foi presidida pelo ministro Nelson Jobim e contou com a participação dos seguintes integrantes do Comitê Interinstitucional: ministro Paulo Vannuchi, Secretário Especial de Direitos Humanos, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin, Marco Antônio Barbosa, o presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Belysário dos Santos Júnior e Diva Santana, integrantes da Comissão de Mortos e Desaparecidos, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, o ex-ministro da Justiça José Gregori, e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-seção Distrito Federal (OAB-DF), Stefania Viveiros. Apenas o jornalista Ricardo Kotscho não pode comparecer à reunião por problemas de agenda.


Antes da apresentação do balanço dos trabalhos, o ministro Jobim fez uma retrospectiva da decisão judicial e da conseqüente criação do Grupo de Trabalho Tocantins e do Comitê Interinstitucional de Supervisão das Atividades do GTT.


O coordenador de campo do Ministério da Defesa no grupo de trabalho, Edmundo Theobaldo Müller Neto, apresentou fotos e informações sobre os 17 pontos visitados pelo GT nas duas etapas da fase de reconhecimento, que foi feita entre os dias 7 e 28 de julho. Dos 17 pontos visitados, 10 apresentaram indícios suficientes para serem submetidos a escavações. Essas áreas passarão, entre agosto e outubro, por uma varredura com radares de solo. Esses equipamentos apontarão com mais precisão os locais onde as escavações deverão ser feitas.


A quarta fase do trabalho deverá ter início em novembro e consistirá na análise do material coletado, cruzamento de informações e elaboração dos relatórios.


O GTT foi criado pela portaria 567, de 29/04/2009, do ministro da Defesa, Nelson Jobim, para cumprir sentença da Primeira Vara Federal do Distrito Federal, que determinou à União a entrega dos restos mortais das pessoas envolvidas na Guerrilha do Araguaia. A portaria 993 do Ministério da Defesa, publicada em 10 de julho, indicou os integrantes do GTT e fixou em 25 os membros civis do Grupo de Trabalho. O GTT é formado por representantes da Polícia Federal, Museu Emílio Goeldi, dos Governos do Pará e do DF (peritos), observadores independentes e representante da Universidade de Brasília. Oito militares do Comando do Exército integram o grupo com a missão de garantir o suporte logístico à execução dos trabalhos. O Comitê Interinstitucional foi criado por meio de decreto publicado em 20 de julho.


Esta é a 14ª. expedição à região da Guerrilha com o mesmo objetivo, mas desta vez o grupo conta com estrutura técnica e logística diferente das anteriores. As pesquisas estão sendo feitas nos Estados de Pará e Tocantins.

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