quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Investimento em transplantes cresce 343% em oito anos




O total de investimentos no setor de transplantes no Brasil teve salto de 343% entre 2002 e 2009. Os dados do Ministério da Saúde foram divulgados na terça-feira (23). No ano passado, os investimentos chegaram a R 990,51 milhões. Mais que triplicamos os R 285,94 milhões aplicados em 2002. Também foi anunciado, em parceria com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o número recorde de 8,7 doadores por milhão da população em 2009, um crescimento de 26% em relação ao ano anterior. O aumento de transplantes de órgãos no último ano foi de 5%. Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul lideram o número de doadores. 

Segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Rosana Nothen, o aumento se deve ao processo contínuo de organização do sistema, que permite, por exemplo, que estados mais estruturados sejam compensados ao realizar transplantes de pessoas vindas de outras regiões. “Podemos atribuir este crescimento, entre outros fatores, à forma de financiamento. Os recursos não possuem limite, a sua liberação depende exclusivamente da demanda de produção dos estados”, explicou. Esta modalidade de transferência de recursos garante maior agilidade às ações, já que o pagamento é feito diretamente ao prestador de serviço. 

Doadores – O Brasil registrou em 2009 número recorde de doadores de órgãos. Foram 1.658, ou 8,7 doadores por milhão da população (ppm). Isso representa um crescimento de 26% em relação ao ano anterior (7,2 ppm), quando foram apurados 1.317 doadores. Santa Catarina foi o Estado que registrou maior índice: 19,8 ppm. Seguido por São Paulo (16,9 ppm), Distrito Federal (11,9 ppm) e Rio Grande do Sul (11,3 ppm). 

“O crescimento dos doadores está diretamente relacionado à melhoria dos processos de gestão e à qualificação dos trabalhos das Centrais de Transplantes e das Coordenações Hospitalares de Transplantes, que estão adequando os seus trabalhos às diferentes realidades regionais”, avaliou Rosana Nothen.

A coordenadora também atribui este desempenho aos cursos de capacitação oferecidos aos profissionais, sobretudo aos de terapia intensiva, e às campanhas publicitárias desenvolvidas pelo ministério. 

Transplantes - O número de transplantes realizados no País, incluindo córneas e medula, teve crescimento de 5%. A quantidade em 2008 foi de 19.307 e, em 2009, chegou a 20.253. O carro-chefe foram os transplantes de rim por doadores falecidos. A quantidade passou de 2.018 em 2008, para 2.532 em 2009, o que representa aumento de 25,47%. Os transplantes de fígado de pessoas falecidas também apresentaram destaque neste último balanço. A quantidade de pacientes cresceu 15,7%. Em 2008, foram realizados 1.048 transplantes desta natureza, já em 2009 foram 1.201.

Mais de 1 milhão de brasileiros doam medula

O Brasil ultrapassou a marca de 1 milhão de doadores de medula tornando-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo. O País fica atrás apenas dos Estados Unidos (5 milhões de doadores) e da Alemanha (3 milhões de doadores). De 12 mil doadores em 2000, e 40 mil, em 2003, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) evoluiu para mais de 1,3 milhão de inscritos. Dos transplantes de medula realizados em 2000, apenas 10% dos doadores foram brasileiros localizados no Redome. Em 2009, esse percentual passou para 70%. O crescimento de transplantes de medula entre 2008 e 2009 foi de 4,93%. Em 2008, foram realizados 1.459 transplantes deste gênero. O número em 2009 atingiu 1.531.
 
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em campanha para colaborar com a expansão do Redome promove palestra sobre doação de medula óssea nesta quinta-feira (25), pela Fundação Hemocentro de Brasília. Após o encontro, os interessados poderão inscrever-se para a coleta de sangue.

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